A inclusão de percentuais das contribuições previdenciárias - patronal e dos servidores - no cálculo orçamentário da Câmara Municipal de Natal (CMN) incrementou em mais R$ 3,6 milhões as finanças parlamentares para o ano de 2012. Com isso, o valor anual rebido pela CMN aumentou para R$ 49.862.593,28. Esse montante está no centro das discussões, surgidas após o anúncio de que créditos suplementares com o mesmo valor foram destinados à CMN. De fato, se trata de uma mesma questão. No entanto, os recursos retirados já fragilizada conta única do município e incorporados aos cofres do legislativo, longe de serem aleatórios, tiveram a salvaguarda do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os conselheiros do TCE, ao serem consultados pela Prefeitura, responderam que as contribuições previdenciárias são receitas tributárias e deveriam, sim, ser somadas para fins de cálculo do orçamento legislativo.
O assunto ainda gera controvérsias. A própria secretária de Planejamento do município, Selma Menezes, afirmou que não entende as contribuições previdenciárias como sendo receitas tributárias e por isso foi resistente, apesar das pressões legislativas, em incluir no financeiro da Câmara tais percentuais. Explicou ela: "esses valores não faziam parte do orçamento da CMN e por isso eu aguardei resposta da consulta ao TCE para implantá-los". A resposta chegou somente em abril e o incremento passou a ser depositado na conta da Câmara em junho. "Ficamos com um remanescente de janeiro a maio para pagar", completou Menezes.
Pagamento
A secretária explicou que ao receber a notificação do Tribunal de Contas ingressou com mais uma consulta para ter a certeza de que deveria somar no cálculo orçamentário da CMN as contribuições previdenciárias. Como até o momento não obteve resposta por parte dos conselheiros, achou prudente iniciar o pagamento, mesmo não dispondo de lastro orçamentário para tal. "Tivemos que abrir o crédito suplementar para justificar no orçamento esses repasses que já estavam sendo feitos", explicou ela.
O repasse anual cabível à Câmara ficou inicialmente fixado em R$ 46.395.000,00, o que resultava em um duodécimo (valor mensal) de R$ 3.866.520,00. Com o novo cálculo beneficiando a Câmara, a receita anual aumento para R$ 49.862.593,28 e o duodécimo para R$ 4.155.216,10.
O crédito suplementar de R$ 3.467.593,28 remanejado para a Câmara Municipal de Natal (CMN) com a autorização do prefeito Paulinho Freire (PP) tem recebido críticas por parte de vereadores da capital, que - direta ou indiretamente - acusam o chefe do Executivo e o presidente da CMN, Edivan Martins (PV), de "descobrirem" ações importantes que seriam realizadas no município para transferir o montante "aleatoriamente" ao legislativo.
O vereador Raniere Barbosa (PRB) criticou a iniciativa chamando-a de "inconsequente". Segundo ele, se havia recursos sobrando na Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi), pasta de onde o recursos foram retirados, que estes fossem transferidos para as necessidades mais urgentes, como as que se somam nas áreas da Saúde e Educação.
Legislativo solicitou "adequação orçamentária"
Por intermédio da assessoria de imprensa, o presidente da Câmara Municipal de Natal, Edivan Martins, informou que a instituição solicitou, desde o primeiro semestre, a adequação orçamentária para cumprimento da lei 4.320/64. Edivan não falou com a reportagem para explicar para onde destinará o plus financeiro que a CMN recebeu após a inclusão das contribuições previdenciárias no cálculo orçamentário.
O recursos que geraram o polêmico crédito suplementar estavam reservados na Secretaria de Obras da Prefeitura (Semopi) para arcar com o pagamento de obras e serviços oriundos de emendas parlamentares dos vereadores. Eles destinaram verbas no orçamento para iniciativas, como a restauração de praças de bairros, asfalto de ruas, construção de pequenas estruturas em comunidades, entre outros.
Com a anulação dos montantes para execução das emendas fez com que parlamentares se contraponham à decisão do prefeito em exercício, Paulinho Freire. "Eu não concordo, até porque já se fala que esse recurso tem um destino nem um pouco valoroso", disse um vereador, que preferiu o anonimato. Nos bastidores, alguns edis denunciam uma "acordo" entre Paulinho e Edivan para articular a recondução do pevista - caso saia vitorioso no embate judicial com Raniere Barbosa e George Câmara (PC do B) - para a presidência da CMN. "Eu espero que o Ministério Público acompanhe de perto esse processo porque o que se tem visto aqui não é nada republicano", enfatizou um outro parlamentar, que também pediu o anonimato. De acordo com eles, o prefeito em exercício tem dado respaldo às costuras de Edivan Martins com vistas na permanência na presidência da Câmara.
"Cálculo foi com base na legislação"
A Prefeitura do Natal divulgou uma nota ontem na qual explicou sobre a readequação orçamentária da Câmara Municipal de Natal. Segundo o comunicado, o duodécimo da Câmara para o exercício financeiro de 2012 foi calculado inicialmente, conforme determina a legislação, com base na receita efetivamente arrecadada de janeiro a junho de 2011 e a receita estimada para o período de julho a dezembro do mesmo ano, sendo aprovado na Lei de Orçamento Anual (LOA) 2012.
Ainda de acordo com a nota, a Câmara Municipal, em 2011, solicitou que a Prefeitura considerasse, para efeito da base de cálculo do duodécimo as contribuições previdenciárias tanto dos servidores quanto a patronal. O Município fez então uma consulta ao TCE para saber do entendimento da Corte de Contas a respeito do assunto.
Em 9 de dezembro, completou, o Tribunal de Contas do Estado, por meio do Pleno, proferiu a decisão n. 2486, determinando a inclusão da contribuição previdenciária - servidores e patronal - na base de cálculo do duodécimo.
"Diante disso, a Prefeitura Municipal do Natal, por intermédio da Sempla, retificou os valores do duodécimo, que passou para R$ 4.155,216,10 mensais totalizando R$ 49.862.593,28 anuais",destacou a nota divulgada pela Prefeitura.
Para finalizar, disse a Prefeitura, a complementação orçamentária, publicada no DOM na edição de 21 de novembro, ainda não fora feita anteriormente porque até a presente data o TCE não concluiu a análise sobre a consulta feita em junho. "Diante da proximidade do término do exercício de 2012, e da diferença orcamentária que prejudicaria a Câmara, a Prefeitura decidiu por publicar a complementação do orçamento. Trata-se, portanto, de adequação orçamentária e não de repasse financeiro a mais para o Legislativo Municipal", concluiu o documento distribuído pela Secretaria de Comunicação.
Emanuel AmaralCâmara Municipal conseguiu uma determinação favorável do TCE para ampliar transferência
O assunto ainda gera controvérsias. A própria secretária de Planejamento do município, Selma Menezes, afirmou que não entende as contribuições previdenciárias como sendo receitas tributárias e por isso foi resistente, apesar das pressões legislativas, em incluir no financeiro da Câmara tais percentuais. Explicou ela: "esses valores não faziam parte do orçamento da CMN e por isso eu aguardei resposta da consulta ao TCE para implantá-los". A resposta chegou somente em abril e o incremento passou a ser depositado na conta da Câmara em junho. "Ficamos com um remanescente de janeiro a maio para pagar", completou Menezes.
Pagamento
A secretária explicou que ao receber a notificação do Tribunal de Contas ingressou com mais uma consulta para ter a certeza de que deveria somar no cálculo orçamentário da CMN as contribuições previdenciárias. Como até o momento não obteve resposta por parte dos conselheiros, achou prudente iniciar o pagamento, mesmo não dispondo de lastro orçamentário para tal. "Tivemos que abrir o crédito suplementar para justificar no orçamento esses repasses que já estavam sendo feitos", explicou ela.
O repasse anual cabível à Câmara ficou inicialmente fixado em R$ 46.395.000,00, o que resultava em um duodécimo (valor mensal) de R$ 3.866.520,00. Com o novo cálculo beneficiando a Câmara, a receita anual aumento para R$ 49.862.593,28 e o duodécimo para R$ 4.155.216,10.
O crédito suplementar de R$ 3.467.593,28 remanejado para a Câmara Municipal de Natal (CMN) com a autorização do prefeito Paulinho Freire (PP) tem recebido críticas por parte de vereadores da capital, que - direta ou indiretamente - acusam o chefe do Executivo e o presidente da CMN, Edivan Martins (PV), de "descobrirem" ações importantes que seriam realizadas no município para transferir o montante "aleatoriamente" ao legislativo.
O vereador Raniere Barbosa (PRB) criticou a iniciativa chamando-a de "inconsequente". Segundo ele, se havia recursos sobrando na Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi), pasta de onde o recursos foram retirados, que estes fossem transferidos para as necessidades mais urgentes, como as que se somam nas áreas da Saúde e Educação.
Legislativo solicitou "adequação orçamentária"
Por intermédio da assessoria de imprensa, o presidente da Câmara Municipal de Natal, Edivan Martins, informou que a instituição solicitou, desde o primeiro semestre, a adequação orçamentária para cumprimento da lei 4.320/64. Edivan não falou com a reportagem para explicar para onde destinará o plus financeiro que a CMN recebeu após a inclusão das contribuições previdenciárias no cálculo orçamentário.
O recursos que geraram o polêmico crédito suplementar estavam reservados na Secretaria de Obras da Prefeitura (Semopi) para arcar com o pagamento de obras e serviços oriundos de emendas parlamentares dos vereadores. Eles destinaram verbas no orçamento para iniciativas, como a restauração de praças de bairros, asfalto de ruas, construção de pequenas estruturas em comunidades, entre outros.
Com a anulação dos montantes para execução das emendas fez com que parlamentares se contraponham à decisão do prefeito em exercício, Paulinho Freire. "Eu não concordo, até porque já se fala que esse recurso tem um destino nem um pouco valoroso", disse um vereador, que preferiu o anonimato. Nos bastidores, alguns edis denunciam uma "acordo" entre Paulinho e Edivan para articular a recondução do pevista - caso saia vitorioso no embate judicial com Raniere Barbosa e George Câmara (PC do B) - para a presidência da CMN. "Eu espero que o Ministério Público acompanhe de perto esse processo porque o que se tem visto aqui não é nada republicano", enfatizou um outro parlamentar, que também pediu o anonimato. De acordo com eles, o prefeito em exercício tem dado respaldo às costuras de Edivan Martins com vistas na permanência na presidência da Câmara.
"Cálculo foi com base na legislação"
A Prefeitura do Natal divulgou uma nota ontem na qual explicou sobre a readequação orçamentária da Câmara Municipal de Natal. Segundo o comunicado, o duodécimo da Câmara para o exercício financeiro de 2012 foi calculado inicialmente, conforme determina a legislação, com base na receita efetivamente arrecadada de janeiro a junho de 2011 e a receita estimada para o período de julho a dezembro do mesmo ano, sendo aprovado na Lei de Orçamento Anual (LOA) 2012.
Ainda de acordo com a nota, a Câmara Municipal, em 2011, solicitou que a Prefeitura considerasse, para efeito da base de cálculo do duodécimo as contribuições previdenciárias tanto dos servidores quanto a patronal. O Município fez então uma consulta ao TCE para saber do entendimento da Corte de Contas a respeito do assunto.
Em 9 de dezembro, completou, o Tribunal de Contas do Estado, por meio do Pleno, proferiu a decisão n. 2486, determinando a inclusão da contribuição previdenciária - servidores e patronal - na base de cálculo do duodécimo.
"Diante disso, a Prefeitura Municipal do Natal, por intermédio da Sempla, retificou os valores do duodécimo, que passou para R$ 4.155,216,10 mensais totalizando R$ 49.862.593,28 anuais",destacou a nota divulgada pela Prefeitura.
Para finalizar, disse a Prefeitura, a complementação orçamentária, publicada no DOM na edição de 21 de novembro, ainda não fora feita anteriormente porque até a presente data o TCE não concluiu a análise sobre a consulta feita em junho. "Diante da proximidade do término do exercício de 2012, e da diferença orcamentária que prejudicaria a Câmara, a Prefeitura decidiu por publicar a complementação do orçamento. Trata-se, portanto, de adequação orçamentária e não de repasse financeiro a mais para o Legislativo Municipal", concluiu o documento distribuído pela Secretaria de Comunicação.
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