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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Juristas processam Brasil em corte internacional por intolerância religiosa


Juristas processam Brasil em corte internacional por 

intolerância religiosa

Grupo protocola no dia 20 de novembro petição por crimes contra religiões de origem africana



Juristas vão protocolar uma petição no dia 20 de novembro para processar o Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos, por crimes contra religiões de origem africana. “A intolerância está virando epidêmica”, diz o advogado Hédio Silva Júnior, membro do grupo. “Do início do ano para cá, houve um mudança do tipo de ataque, com agravamento para agressões físicas e casos de tortura.”
Uma eventual condenação do País também permitiria que a vítima de intolerância fosse indenizada pela União. Para Silva Júnior, porém, isso “é secundário”. “O aspecto central é enfrentar a omissão do Estado e reconhecer que se trata de um problema. É preciso aprimorar o aparato normativo do Brasil e implementar políticas públicas de educação.”
Na petição, o grupo escreve que a “história da humanidade é repleta de tragédias decorrentes do fanatismo religioso”.






Caroline Bchara/Metrópoles

Brasil registra uma denúncia de intolerância religiosa a 

cada 15 horas

Dado foi registrado entre janeiro de 2015 e o primeiro semestre de 2017.

Templos são invadidos e profanados. Em outros casos, há agressões verbais, destruição de imagens sacras e até ataques incendiários ou tentativas de homicídio. O cenário preocupa adeptos de diversas religiões e, em pelo menos oito Estados, o Ministério Público investiga ocorrências recentes de intolerância. Entre janeiro de 2015 e o primeiro semestre deste ano, o Brasil registrou uma denúncia a cada 15 horas, mostram dados do Ministério dos Direitos Humanos (MDH).
Segundo levantamento da pasta, o Disque 100, canal que reúne denúncias, recebeu 1.486 relatos de discriminação religiosa no período, de xingamentos a medidas de órgãos públicos que violam a liberdade religiosa. “E sempre há mais casos do que os relatados”, explica Fabiano de Souza Lima, coordenador-geral do Disque 100. “A subnotificação é alta, considerando o cenário nacional”, diz. “Algumas pessoas não querem se envolver e preferem permanecer no anonimato a denunciar.”

Só neste ano foram registrados 169 casos: 35 em São Paulo, 33 no Rio e 14 em Minas, Estados com maior número de ocorrências informadas. Comparado ao mesmo período de 2016, haveria recuo de 55%, mas Lima explica que a oscilação de denúncias não reflete a realidade.
“Quando você vir um número maior em um ano, é certo que houve divulgação do problema, por meio de campanhas.” Um exemplo, diz, é que em 2016, ano da campanha nacional Filhos do Brasil, houve registro recorde de 759 casos.
Aumento
Em agosto, a Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, em Santo André, no ABC paulista, foi invadida. Os suspeitos arrombaram o sacrário, furtaram a âmbula e atiraram hóstias no chão. “Para nós, a eucaristia é o mais sagrado: o corpo de Cristo. Houve profanação”, diz o padre Renato Fernandez. Para ele, a sensação é de aumento das ocorrências. “No passado, havia um respeito pelos templos e pela Igreja”, afirma. “Deixar a eucaristia jogada diz que, para eles, não significa nada.”
A análise de 2017 aponta que a maioria das vítimas de intolerância é de religiões de origem africana, com 39% das denúncias. Lideram o ranking umbanda (26 casos), candomblé (22) e as chamadas matrizes africanas (18). Depois, vêm a católica (17) e a evangélica (14).
Recentemente, um templo de candomblé foi incendiado em Jundiaí, na Grande São Paulo. O ataque destruiu 80% da casa, além de equipamentos e instrumentos musicais, mas não impediu a mãe de santo Rosana dos Santos, a Iya Abayomi Rosana, de continuar o ofício religioso. “Agora, coloco uma mesa embaixo de uma árvore, ao lado dos escombros, e atendo lá”, afirma. “A fé cabe em qualquer lugar, pois Deus e os orixás estão em toda parte.”
O templo funcionava havia dez anos e nunca havia registrado ameaça. “Não foi nada pessoal, foi contra nossa religião, de matriz africana”, diz ela, que trabalha para reconstruir o lugar “Era solo sagrado, existiu muito amor lá.”
Líder do Brasil Contra a Intolerância Religiosa, Diego Montone critica a ausência de legislação específica. “Temos de nos basear criminalmente e até civilmente em outros crimes.”
Cláudio Bertolli Filho, antropólogo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), diz que a intolerância é resultado da “dificuldade de conviver com a diversidade”. “A forma viável de as religiões conviverem pacificamente é todas elas assumirem que não existe religião verdadeira ou religião falsa.”
Para o antropólogo João Baptista, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), uma religião “pode ser intolerante porque quer dominar ou porque é vítima da intolerância”. Ela se torna intolerante, segundo ele, “porque se fecha sobre si mesma”.
Entre os suspeitos identificados pelo MDH em 2017, a maioria é mulher. Um caso recente foi o da pastora Zélia Ribeiro, da igreja evangélica Razão do Viver, de Botucatu, flagrada destruindo imagens de Nossa Senhora Aparecida a marteladas. “Já pedi desculpas. Também fui vítima da intolerância, postaram muita coisa na internet, chegaram a dizer que eu tinha morrido ”
Investigações
Levantamento do Estado mostra que ao menos oito Ministérios Públicos Estaduais investigam intolerância. Em São Paulo, foram 123 procedimentos em dois anos – um a cada 10 dias. Em um dos mais graves, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, um vizinho esfaqueou quatro pessoas em um terreiro.
Na Bahia, são 132 procedimentos entre 2014 e 2017. No Paraná, são seis inquéritos neste ano. Um deles é de um babalorixá que se negou a retirar uma oferenda de uma esquina e cerca de 30 pessoas, com paus e pedras, quebraram seu carro e agrediram filhos de santo.
Também há casos apurados por Rio, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí e Distrito Federal. Os outros Estados não responderam ou informaram não haver denúncias. O jornal ‘O Estado de S. Paulo’ não conseguiu contato com Roraima.

FONTE: ESTADÃO NOTICIA

Nkosi sikelel' iAfrika (with lyrics)

O poder do Machado de Xangô Globo Reporte. Completo

Com 50 anos de sacerdócio, pai Balbino ganha biografia...

Com 50 anos de sacerdócio, pai Balbino ganha biografia...
Livro da jornalista baiana Agnes Mariano, 'Obaràyí'...
No primeiro encontro, sete anos atrás, um sinal inconsciente. Levada à presença de Balbino Daniel de Paula, 69, babalorixá do terreiro Ilê Axé Opô Aganju, em Lauro de Freitas, a jornalista baiana Agnes Mariano, 37, lhe estendeu a mão esquerda. Ele soltou uma gargalhada: “Você é feiticeira?”, questionou, curioso.

Conhecido como justiceiro, Aganju, incorporado 
por Balbino, exibe suas ferramentas

Foto: Divulgação/ Haroldo Abrantes

Ela, que não sabe nem seu orixá, negou. Mas isso, no entanto, não impediu que ele aprovasse a produção do livro Obaràyí - Babalorixá Balbino Daniel de Paula.O livro, publicado pela Barabô Design Gráfico e Editora, com patrocínio da Agência Africa e Citéluz, através da lei Rouanet, narra a trajetória do pai-de-santo nascido em 1940 na Ilha de Itaparica, que se transformou num dos sacerdotes mais conceituados do país.“É para isso mesmo, um pouco para fazer justiça a uma pessoa que batalhou por um caminho próprio para construir uma história muito bonita”, diz Agnes, que também é autora de A invenção da baianidade e de Gente das águas: histórias do litoral baiano.












Ele veio para cumprir uma profecia. Corria à boca pequena que Obaràyí, que era o Xangô de Senhora Nini (filha- de-santo do Ilê Axé Opô Afonjá, iniciada por mãe Aninha), voltaria para o axé, depois de sua morte, mas na cabeça de um homem.
O amigo Pierre Verger acompanhou o início de Balbino na religião

Foto: Divulgação/ Dadá Jaques
Um dia, enquanto Balbino recebia os preparativos para fazer o santo no Afonjá, Georgete, uma de suas irmãs do terreiro, sonhou que era chegada a hora de Obaràyí retornar. Revelou o acontecido a apenas uma irmã e calou-se, esperando a confirmação da premonição, que se fez verdadeira à vista de todos.
'Acho que talvez por isso ele seja tão importante. Balbino é lúdico e ao mesmo tempo majestoso. Ele vive o candomblé com a força e a beleza de um rei”, avalia a autora, que contou com o apoio da também jornalista Aline Queiroz, autora dos textos que apresentam as festas do calendário religioso dos terreiros.

Balbino saúda Egum Babá Okin. Sua família foi
pioneira no culto de Babá, na Ilha de Itaparica

Foto: Divulgação/ Dadá Jaques 
Farta em material iconográfico, a obra é publicada com tiragem inicial de 3,3 mil cópias, algumas das quais serão distribuídas gratuitamente em bibliotecas e escolas da rede pública.


“É UMA BÊNÇÃO DE OLORUM, XANGÔ E DE TODOS OS ORIXÁS PODER CONTAR A MINHA HISTÓRIA. SAÍ DE PONTA DE AREIA, DE UMA INFÂNCIA POBRE, BATALHEI MUITO E HOJE TENHO ORGULHO DE SERVIR COMO INSPIRAÇÃO PARA OUTRAS HISTÓRIAS DE CORAGEM E FÉ”, DEVOLVE BALBINO, QUE COMPLETOU NESTA ÚLTIMA SEGUNDA-FEIRA 50 ANOS DE INICIAÇÃO RELIGIOSA, CINCO DÉCADAS DESDE O DIA EM QUE SEU XANGÔ AGANJU, O MAIS JOVEM DOS XANGÔS, “A PEDRA DE FOGO QUE SAI DE DENTRO DA TERRA”, DECLAROU SEU NOME EM PÚBLICO, OBARÀYÍ.
Xangô quis assim
Tudo começou cerca de uma década atrás por iniciativa do designer Dadá Jaques, 40, integrante da equipe do CORREIO, que hoje é um dos mobás de Xangô no Aganju. “Eu não era do candomblé, só queria autorização para usar a foto da Oxum de uma das filhas dele. Fui lá e me encantei com aquela história”, explica.
Tanto que, depois, conversando com Balbino, revelou ter vontade de publicar sua trajetória. “Ele me disse que várias pessoas já tinham pedido, mas que Xangô nunca havia permitido. Um dia, me disse que ‘Xangô quis assim’. Foi aí que começamos a trabalhar”, completa Jaques.

Balbino exibe escultura que representa seu orixá, trazida por Pierre Verger da África. No quadro, Xangô Aganju pintado por Carybé
Foto: Divulgação / Pierre Verger
Na edição bilíngue (português e inglês), o leitor acompanha a trajetória de Balbino desde os dias de Ponta de Areia,onde sua família iniciou o ancestral culto ao Babá Egum, sua vinda para Salvador, a rebeldia inicial contra as obrigações do candomblé, a relação com Pierre Verger, que o levou até a África, e, sobretudo, o testemunho de fé. Tudo numa linguagem acessível, pensada pra andar longe do olhar antropológico.
Regência com mão de ferro
O cotidiano no Aganju é puxado. Balbino Daniel de Paula acorda cedo, mesmo depois das festas, lê os jornais do dia e, só após da leitura que o mantém conectado com o mundo (em especial as dos segmentos de política e economia), é que sai da varanda para cuidar dos afazeres da casa.

Vaidoso e meticuloso na sua função, Balbino
Daniel de Paula, foi autodidata no candomblé

Foto: Divulgação/ Dadá Jaques
Tarefa que faz com a corda curta: fala grosso, xinga, não aceita nada mal feito de ninguém. Tudo tem que ser por inteiro, nada pela metade. “Eu não sou enjoado, eu sou rígido. Essa religião tem que ser respeitada e adorada e, enquanto vida eu tiver, tem que ser assim”, diz ele, que mantém esse rigor no próprio visual, nunca sendo visto descuidado, sem as joias ou com uma roupa mal-amanhada.
Jogo preciso
Depois de distribuir as tarefas, chega a vez de atender ao público em consultas que acontecem de segunda a quinta-feira, sempre pela manhã, na casa de Xangô, com horário marcado. Concorridas, sim, porque a fama divinatória de Balbino corre longe. Às vezes, é tanta gente que ele não consegue dar conta das miudezas do dia, como catar o feijão do almoço.
Quem dá a explicação é a produtora Flora Gil, que pediu seus conselhos diversas ocasiões. “O jogo dele é preciso, é matemático, você escreve e acontece”, opina a esposa de Gilberto Gil.
Depoimentos
'Homem bonito, vida bonita, obra bonita. Jamais o conheci, mas sua vida sempre correu paralela ou transversal à minha. A ponto de quando o projeto desse maravilhoso livro me foi apresentado, eu caí em mim que havia uma foto de Obaràyí na parede do meu escritório. Não há como fugir deste projeto. Não é um pedido, é um conselho. É mais que isso, é uma ordem de Xangô'. 

Gilberto Gil, cantor e compositor
'Quando o conheci, ele era um pequeno vendedor de quiabo no mercado, nem sabia ler, mas um sujeito que, como hoje, era perfeitamente contente de si. Ele mesmo não se sentia humilhado com ninguém e falava de igual para igual com qualquer pessoa, porque é filho de Xangô. O que é uma coisa grande. Não é um sujeito obsequioso que queria ser protegido pela gente, pelo contrário, ele se sentia capaz de proteger os outros, ele que não tinha um centavo no bolso. Era filho de Xangô'.
Pierre Verger, etnólogo
FICHA 

LIVRO Obaràyí - Babalorixá Balbino Daniel de Paula 

TEXTO Agnes Mariano e Aline Queiroz 

FOTOS Dadá Jaques, Haroldo Abrantes, Pierre Verger, Mauro Rossi, Marisa Vianna, Lázaro Roberto, Chrissie Wirths, Anísio Carvalho, Arlete Soares, Gerhald Haupt, Pat Binder e Marcel Gautherot 
EDITORA Barabô Design Gráfico e Editora 

Bahia Afro Film Festival será em Cachoeira

http://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/com-50-anos-de-sacerdocio-pai-balbino-ganha-biografia/

O poder do Machado de Xangô Globo Reporte. Completo

Gisèle Omindarewa

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