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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Seminário lançou ano internacional dos afrodescendentes e coleção AFRICA DA UNESCO/ONU NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RN



Notícias

Seminário lançou ano internacional dos afrodescendentes

ESTA SEMANA A Assembléia Legislativa deu espaço ao lançamento oficial do ano internacional dos Afro-descendentes, decretado pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de difundir o compromisso mundial de lutar contra o racismo e pela inserção de negros e negras em todos os espaços de cidadania. Compondo a mesa da Audiência Pública, proposta pelo deputado Fernando Mineiro e pelo Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico Racial do RN, estavam presentes representantes de cinco Quilombos Norte Riograndenses; o representante da Secretaria de Educação do Estado, Zacarias Anselmo; o coordenador da ONG Mandacaru RN, José Fernandes; o superintendente do INCRA, Walmir Alves, e o representante da Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), Gilberto Leal.

Para o deputado Mineiro, a realização de eventos como esse no qual se discuta a diversidade Etnicorracial se faz mais que necessária, visto a dívida histórica do país com essa população. “O estado e o mundo têm imensas dívidas com a população negra. O evento ia ser em março, mas devidas a varias ações passamos para hoje (06/07), quando coincidentemente é a data de aniversário de Castro Alves, que fez uma perfeita tradução do povo negro no Brasil com o Navio Negreiro”, destaca.

Durante sua palestra, o representante do CONEN, Gilberto Leal, afirmou que o ano instituído pela ONU tem dupla missão: olhar para o Continente Africano e para os seus descendentes. “A África é o útero do mundo”, afirmou, chamando atenção também para a união que a África deve manter com a sua diáspora (os lugares onde existem negros fora da África). “Hoje entendemos cada vez mais que África e diáspora precisam se reaproximar. Ela tem dois terços dos aidéticos de todo o mundo, suas mulheres ainda sofrem muito com o machismo daquela sociedade, as crianças são escravizadas com o trabalho infantil, então temos muito o que discutir na área doméstica para enfrentarmos essa diversidade na qual esta imersa a população negra no mundo inteiro”, afirmou.

Em foco na audiência, esteve a lei federal 10.639 que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Sobre a lei, o representante do CONEN, frisa que os professores também devem estar preparados. “A luta agora deve ser nossa para que se capacite professores, e não apenas os de história, todo o corpo docente. Acho importantíssima essa lei assim como a 10.635 é importante pros indígenas”, comenta.

Já o coordenador da ONG Mandacaru RN, José Fernandes, destaca a importância que a coleção “História Geral da África”, lançada na audiência, terá para a lei 10.639. “É uma publicação da ONU com oito volumes que conta toda a história da África, porque quando falamos em África, falamos de toda a placa continental. É fruto de vários pensadores e pesquisadores. Vem como importantíssima ferramenta do Ministério da Cultura e dos fóruns permanentes nos 27 estados para implementar definitivamente a lei 10.639. A proposta do MEC é que a coleção chegue à todas as bibliotecas públicas, e as privadas também posteriormente”, considera. “A história é muito mal contada, daí a ideia de lançar a coleção”, complementou o deputado Mineiro.

Enquanto a aprovação da temática entra em vigor nas escolas do Brasil, ainda tem quem lute pelo acesso de jovens negros nas Universidades, como é o exemplo de Ady Canário que coordena o projeto “Conexões dos Saberes” na Universidade Federal Rural do Semi Árido potiguar (UFERSA). “É um programa do MEC através da UFERSA que atua com alunos de escola publica, visando o acesso deles na universidade. Há um diálogo na comunidade porque o programa tem caráter afirmativo. Estamos inclusive agora com um curso de práticas discursivas de igualdade racial”, comenta a coordenadora sobre o projeto que atualmente atinge 94 estudantes da graduação em Mossoró; Angicos e Caraúbas.

Preservando a tradição

“Pega a câmera, é um momento histórico”, falou uma das senhoras que se levantaram para registrar quando cinco comunidades quilombolas - Baixa do Quim Quim; Akauã; Touros; Picadas e Ipanguaçu - receberam a entrega da certidão de auto-reconhecimento. Logo após o momento, chegou a vez do talento do quilombo ser levado ao auditório Robinson Faria na manhã da quarta-feira. Entre batuques repassados de geração a geração, seis talentosas meninas da comunidade quilombola de Capoeiras realizaram uma dança baseada nos costumes africanos. “Se a gente não continuar a tradição, quem vai continuar?” A frase é da percursionista, Bruna Rayane, de 19 anos que conta também amar sua vocação. “Me sinto muito bem tocando e nos apresentamos sempre, levando a cultura do nosso passado adiante. Eu amo isso e quero ensinar às próximas gerações que vierem”, afirma.

Com sorriso no rosto de quem hoje é feliz fazendo o que faz, ela relembra os tempos em que sofreu discriminação não apenas pela cor da pele, mas também por tocar percussão. “As outras meninas também tocam, mas eu não danço. Já me chamaram de muita coisa por conta disso, e principalmente, os meninos me olhavam de forma diferente. Da 4ª para a 5ª série eu fui muito humilhada, mas se Deus me fez assim não tem porque eu deixar isso escondido. Amo tocar e me sinto feliz sendo assim”, desabafa. “Hoje somos inteligentes, mas todas nós no passado (apontando para as outras meninas) sofremos muito por dançar ou pela nossa cor. Antigamente não sabíamos de nada, éramos muito inocentes, sofremos inclusive preconceito de professoras, mas hoje em dia sabemos lutar pelo nosso direito, e assim fazemos. Ninguém agora me faz chorar como me fez no passado por conta disso”, completa.

Sobre a vida no quilombo, a percursionista considera a vida simples, mas muito gratificante. “Lá não é muito avançado, mas dá para viver. Temos tudo o que precisamos, ensaiamos lá, vivemos com nossos familiares e só saímos mesmo quando há eventos culturais para nos apresentarmos ou em outra ocasião especial”, revela.

Para o coordenador da ONG Mandacaru RN, não é nenhuma novidade o preconceito estar na sociedade em pleno século XXI. Citando casos que marcaram a história da ONG, ele avalia a situação. “O preconceito existe e esta na sociedade não apenas por conta da cor, mas também pela diversidade religiosa de cada um. Durante todos esses anos temos acompanhado diversos casos na ONG, como o de uma senhora Mãe de Santo com mais de 40 anos que enquanto caminhava em Cidade Nova foi agredida verbalmente e fisicamente por um homem com uma bíblia; Mãe Lindalva que também tem seu terreiro há mais de 25 anos em Parnamirim não pode realizar nenhum trabalho porque seu vizinho a proibiu. Sem falar em tantos outros casos diários que sequer temos conhecimento”, frisou José Fernandes.



Fonte: Caderno Plenário/Novo Jornal

Tags: Audiência Pública, Igualdade racial, mandato na imprensa

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