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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

DESASTRE DO ABANDONO DA NUTRIÇÃO TRADICIONAL DOS ÍNDIOS

DESASTRE DO ABANDONO DA
NUTRIÇÃO TRADICIONAL DOS ÍNDIOS

As populações indígenas possuem o genótipo "Thrifty" da
poupança ou liberação rápida de insulina em condições da presença de alimentos,
levando ao acúmulo de energia para períodos de penúria alimentar. Esse genótipo
de poupança sofreu a seleção natural de gens durante milênios, para períodos de
abundância alimentar alternado com períodos de penúria, sendo favorável para a
sobrevivência de populações caçadoras, coletoras de alimentos e com pequenas
roças de subsistência.

Um genótipo de poupança selecionado durante milênios é
altamente sensível às mudanças do estilo de vida como a alteração da nutrição
tradicional e da atividade física.

Quando conheci os índios Xikrin, Parkatejê, Akewara, Xavante,
há 40 anos, eram populações com penúria alimentar e delgados. Atualmente são
obesos e com sobrepeso.

Mudanças alimentares compreendem o abandono dos alimentos
tradicionais com hidratos de carbono complexos, fibras, vitaminas e minerais
como a batata doce, o milho, o feijão, a macaxeira, mandioca, cará, abóbora,
mamão, alimentos da floresta como a castanha, açaí, bacaba, bacabi, tucumã,
inajá, buriti, murumurú, cupuaçu, coco babaçu, pimenta, alimentos do cerrado
como o pequi e murici, aqueles com proteínas como larvas, formigas, gafanhotos,
peixes, quelônios, carnes de aves e mamíferos.

Nas mudanças alimentares entram os alimentos com hidratos de
carbono de absorção rápida como os dissacarídeos, refrigerantes, bebidas de
alto teor alcóolico, gorduras saturadas de carne vermelha, manteiga, queijos
gordos, alimentos industrializados como os salgadinhos com alto teor de gordura
saturadas e trans, tão prejudiciais ao coração e sistema cardiovascular,
possuindo alto teor de sal.

Os índios com acesso aos alimentos industrializados tornam-se
obesos e alguns ultrapassam 100 Kg. Ficam intolerantes à glicose, diabéticos.
Atualmente há 100 diabéticos Xavante na Terra Indígena Sangradouro e 200 em São
Marcos, com alguns amputados e índios em diálise pela nefropatia diabética.

A FUNAI com responsabilidade de zelar pelos índios introduziu
no passado o projeto arroz entre os Xavante e Bororo. Os índios apreciaram
tanto o arroz que passaram a

consumi-lo em todas as refeições, até mesmo no desjejum com
açúcar. Abandonaram as roças de toco com alimentos tradicionais ou diminuíram a
favor do arroz. A fome foi alternada com arroz em quantidade. A pobreza dos
componentes minerais, vitaminas e proteínas instalou-se. Os índios passaram a
ganhar peso e o diabetes apareceu como uma tragédia.

Conheci uma índia Assurini do Xingu que após alguns anos de
contato e sem qualquer orientação sobre nossa alimentação, passou a ingerir
açúcar cristalizado em excesso com água e farinha (xibé) e teve amputação do
dedo maior do pé devido à gangrena diabética.

Os índios são vítimas das alterações nutricionais com abandono
dos alimentos que deram de comer ao mundo após a chegada dos europeus como
milho, batata, macaxeira, mandioca, feijão.

O abandono da dieta tradicional deve-se à falta de um processo
educativo por parte do governo, que deveria valorizar os alimentos selecionados
pelos índios na educação formal e informal, com esclarecimentos do risco da
dieta industrial, o perigo do álcool e do sedentarismo.

A cesta básica fornecida pelo Governo Federal e a merenda
escolar da dieta industrial são prejudiciais aos índios, proporcionando-lhes
açúcar cristalizado que é glicotóxico. Já alertei o Ministério da Segurança
Alimentar sem ser atendido.

João Paulo Botelho Vieira Filho

Preceptor Centro de Diabetes

Professor Adjunto da Escola Paulista de Medicina

Universidade Federal de São Paulo

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