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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Dossiê Mulheres Negras retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil


Dossiê Mulheres Negras retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil  
Mariana Mazzini Marcondes, Luana Pinheiro, Cristina Queiroz, Ana Carolina Querino, Danielle Valverde (Organizadores) / Brasília, 2013
 


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Omolokô, Umbanda ou Candomblé? ...

Omolokô, Umbanda ou Candomblé? - Introdução

Ao final de algumas semanas de pesquisa, abordo um tema de grande importância para a religião afrodescendente e seus dogmas. Certo de estarem trazendo informações úteis a você, caro leitor, algumas definições claras sobre as diferenças entre Umbanda e Omolokô.
Sem o objetivo de afirmação que a Omolokô seja a melhor ou a pior. Em minha concepção a Omolokô é a mais "original", no sentido de manifestações, é a que mais se próxima daquilo que as entidades que povoam os cultos afro-brasileiros ou afro-ameríndios representam. No Omolokô as entidades não precisam se utilizar dos comportamentos "doutrinados", em que tudo é padrão. As entidades podem se manifestar livremente e isso é muito desejável. Os Babalorixás e Yálorixás não determinam como as entidades devem se manifestar, apenas determinam como deve ser o comportamento ético do médium, colaborando com seu crescimento espiritual, atraindo para si entidades de Luz.
De cimo importância sabermos as reais definições da cultura negra e ameríndia em nosso país, esta pesquisa irá definir o ritual religioso de Nação Omolokô. Suas variações em sua prática, mestiçagem provinda na época da escravidão, notando sua originalidade.
Em pequenos espaços, os negros em suas crenças cultuavam seus Deuses africanos, adornados aos santos católicos, dando inicio ao sincretismo religioso a Umbanda.
A importância do entendimento desses rituais que estão ligados à história do negro e do índio a nossa cultura religiosa em nosso país.
Estudiosos afirmam que o Omolokô a partir do século XIX contribuiu para o nascimento da Umbanda, antes de sua oficialização em 1908. Onde eram comuns as práticas religiosas nos morros do Rio de Janeiro. Esta cultura avaliada pelos reflexos relativos às atividades religiosas, artísticas e na ciência de uma etnia. Cultura adquirida aos poucos, acrescida através dos séculos.
Omolokô é uma palavra composta que provem de duas outras, originário do dialeto Iorubá com três versões distintas, segundo sua interpretação.
"A primeira versão, por Léa Maria Fonseca da Costa, Yalorixá de Omolokô quer dizer: "Omo" que significa "Filho" "Loko" referindo-se a árvore Iroko e tem o sentido de algo como "Filhos da Gameleira Branca"."
"A segunda versão, por Tatá Ti Inkise Tancredo, em seu livro Culto Omolokô - Os Filhos de Terreiro - Omolokô é uma palavra de origem do dialeto yoruba, que significa: Omo – filho e Oko – fazenda; zona rural. Lugares de difícil acesso onde eram realizados os cultos, evitando as repressões existentes na época. Por estes fatos se originou os nomes mais conhecidos para denominar as casas onde se realizam os cultos, de Umbanda, Omolokô e o Candomblé. Os Terreiros, Roças – dentre outros."
"E a terceira versão, pode-se relacionar o significado da palavra Omolokô ao Orixá – Okô, o Orixá da agricultura, Deusa cultuada nas noites de lua nova pelas mulheres agricultoras de inhame. Antigamente, o Orixá Okô era muito cultuado no Rio de Janeiro juntamente com Oxóssi, para maior firmeza a origem ao culto. Oxóssi tem sua presença marcante por destacar-se ao culto de Caboclos, intrínseco ligado à Oxóssi"
Quem foi Tancredo da Silva Pinto?
Tancredo da Silva Pinto nasceu no dia 10 de agosto de 1904, em Cantagalo, estado do Rio de Janeiro. Na adolescência mudou-se para a capital do Rio de Janeiro. Seus pais eram Belmiro da Silva Pinto e Edwiges de Miranda Pinto, e seus avós maternos eram Manoel Luiz de Miranda e Henriqueta Miranda. Seu avô fundou os primeiros blocos carnavalescos da localidade, o "Avança", o "Cordão Místico" e "Treme Terra", uma combinação de Caboclos com rituais africanos, no qual uma tia, Olga da Mata saía fantasiada como Rainha Ginga, rainha do antigo reino de Matamba.
A Federação Umbandista de Cultos Afro-Brasileiros, fundada por Trancedo em 1950, com o intuito de combater as grandes perseguições que a Umbanda sofria em diversos Estados brasileiros. Fundou Federações nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco, com objetivo de organizar e dar maior personalidade aos cultos afro-brasileiros. Com a finalidade de divulgar os culto-afros, criou as seguintes festas:
  • Yemanjá, no Rio de Janeiro;
  • Yaloxá, em Pampulha;
  • Cruzandê, em Minas Gerais;
  • Preto Velho, em Inhoaíba (homenageando a grande yalorixá Mãe Senhora);
  • Xangô em Pernambuco;
  • Você sabe o que é Umbanda? (Realizado no Estádio do Maracanã, na Administração do Dr. Carlos Lacerda);
  • Festa da Fusão do Estado do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara (realizada no centro da Ponte Rio-Niterói).
Em Sessão Solene na Câmara Estadual do antigo Estado da Guanabara e também da Câmara Municipal de Itaguaí, recebeu o Título de Cidadão Carioca, pelos serviços prestados em favor dos povos umbandistas.
Escreveu pouco mais de trinta obras literárias, enfatizando a Umbanda, entre elas: Negro e Branco na Cultura Religiosa Afro-Brasileira, Iyao, Camba de Umbanda, Catecismo de Umbanda, As Mirongas de Umbanda, Doutrina e Ritual de Umbanda no Brasil, Revista Mironga, Cabala Umbandista e outras obras.
Na casa de santo de sua tia Olga da Mata. Xangô manifestou-se e disse: "Você deve fundar uma sociedade para proteger os umbandistas, como você fez para os sambistas, pois eu irei ajuda-lo nessa tarefa". Este fato se deu à Avenida Nilo Peçanha, 2.153 – Duque de Caxias – Rio de Janeiro. Local onde funcionava o Terreiro São Manuel da Luz.
Após esse fato, Tancredo fundou a Confederação Umbandista do Brasil, usando parte do pagamento recebido pelo direito autoral do samba "General da Banda", gravado por "Bleckaute", também ajudou a fundar em outros estados, outras federações umbandistas, com o intuito de defender os direitos dos cultos afro-brasileiros. Segundo Tancredo, a primeira sociedade umbandista criada para defender os direitos dos umbandistas no Rio de Janeiro e no Brasil foi a União, fundada em 1941. Naquela época, devido às perseguições policiais, os cultos eram acompanhados por bandolim, cavaquinho e órgão, porque não eram permitidos os atabaques (tambores). No Rio de Janeiro, os cultos afro-brasileiros foram exercidos dessa maneira até 1950. Com semelhantes acontecimentos nos terreiros de Umbanda em Florianópolis – Santa Catarina, onde as giras eram acompanhadas por palmas e eram realizas sempre em horários alternados, nas tardes e noites.
"Em Florianópolis, há rumores que o único terreiro de Nação Omolokô, seja a Tenda Espírita de Umbanda Juraciara, onde ritual de feitura é proveniente de uma pequena tribo chamada Arigole. Conforme pesquisas bibliográficas pertenciam ao grande grupo dos Lunda-Quiôco. Contudo, os rituais, sofreram (como todos os outros no Brasil), influências dos Cultos Yoruba e Jeje, na liturgia dos rituais sagrados aos Orixás, à introdução de novos Orixás aos cultos, no vocabulário e na culinária. Os africanos yorubas foram um dos últimos grupos escravizados trazidos para o Brasil. Acredita-se por este fato, que sua cultura religiosa predominou-se sobre as demais, influenciando as culturas menores já existentes, no Brasil".
A Tenda Espírita de Umbanda Juraciára funciona na Ilha de Santa Catarina, hoje também conhecida como "Ilha da Magia" em Florianópolis e, é proveniente da Tenda Espírita de Umbanda São Sebastião que ficava no continente, no Bairro de Coqueiros, em Florianópolis. Este terreiro foi um dos primeiros a ser estruturado em hierarquia sacerdotal em Florianópolis. A Yalorixá da Casa chamava-se Juracema Rodrigues, iniciada na "Nação (Batuque) – Rio Grande do Sul".
Em Belo Horizonte – MG, o dia 10 de agosto foi institucionalizado o dia consagrado a Nação Omolokô. Este ato solene está registrado em Ata elaborada em reunião realizada na sede da Fraternidade para Estudos e Práticas Mediúnicas, presidida pelo Dr. Wamy Guimarães, Okala de Xangô e filho de santo de Tatá Ti Inkise Tancredo.
A bandeira que representa a Nação Omolokô está em exposição na Tenda Espírita Três Reis de Umbanda, sito à Rua Basílio de Brito, 43 – Cachambi, (Méier) – Rio de Janeiro. Bandeira, trazida da África pelo Dr. Antônio Pereira Camelo, foi enviada por um Tatá Zambura da Guiné para que fosse entregue a Tancredo. Na cor verde garrafa, com o desenho de uma pena branca no centro e uma linha longitudinal branca partindo do canto esquerdo superior para o canto direito inferior, que mede aproximadamente 50x50 centímetros.
Tancredo da Silva Pinto faleceu em 02 de setembro de 1979. Sepultado às 15hs00, no Cemitério de São Francisco Xavier na quadra 70, carneiro 3810, sito à Rua Pereira de Araújo, 44 – Rio de Janeiro – RJ. As honrarias ao corpo de Tancredo foram realizadas no Ilê de Umbanda Babá Oxalufan, sito à Avenida dos Italianos, 1120 – Coelho Neto, onde se realizou o velado.
O Sirum (Axexê) foi realizado por (Zé Crioulo), José Catarino da Costa, filho de Xapanam e confirmado como Ogan Kalofé no Terreiro de Tio Paulino da Mata e Tia Olga da Mata.
"Em seu livro de registro, estão registrados em torno de 3.500 filhos de santos iniciados por ele."
O Significado do Termo Omolokô
Pesquisas recentes revelam que a origem do nome Omolokô pode estar ligada ao povo Loko, governado pelo "Rei Farma", no Sertão de Serra Leoa. Farma foi o rei mais poderoso entre todos os Manes. Sua cidade chamava-se Lokoja e localizava-se a margem do Rio Mitombo, afluente do rio Bênue, que por sua vez é afluente do grande rio Niger.
Lokoja ficava próxima do reino Yoruba. O povo Loko também era conhecido pelos nomes de Lagos, Lândogo e Sosso. O nome Loko foi primeiramente registrado em 1606.
Há registro de desses povos com o nome de Loguro. Os Lokôs viveram até 1917 ao oriente dos Temnis de Scarcies. De acordo com pesquisas realizadas, a tribo Loko estava divida em tribos menores ao longo dos Rios Mitombo, Bênue e Níger e, no litoral de Serra Leoa. Em 1664, o filho do Rei Farma foi batizado com o nome de D. Felipe.
É Evidente e claro que o princípio ao sincretismo afro católico já acontecia na África antes da vinda dos africanos ao Brasil. Acredita-se que a Tribo Loko pertencia a um grupo maior chamado Mane e, que os povos dessa tribo vindos escravizados para o Brasil formaram o que hoje conhecemos como Nação Omolokô. Os povos, Mane, tinham por costume usar flechas envenenadas e arcos curtos, espadas curtas e largas, azagaias, dardos e facas. Usavam uma bolsa, onde guardavam um antídoto para combater o veneno de suas próprias flechas em caso de acidente. Avisavam os seus inimigos o dia em que iria atacá-los através de palhas - "tantas palhas, tantos dias para o ataque". Traziam no braço e nas pernas manilhas de ouro e prata. Também eram amigos dos brancos que invadiram a África Negra. Adoravam assentamentos de deuses e ídolos de madeira em figura de homem e animais.
Quando não venciam as batalhas, seus ídolos eram açoitados e quando eram venciam, eles ofereciam comidas e bebidas aos Deuses. Chamavam as mulheres de "cabondos" e tinham como marca a ausência dos dois dentes da frente.
Quais as diferenças entre "Omolokô", "Umbanda" e "Candomblé"? Entende-se que a partir do início do Omolokô no Brasil, suas origens foram criando raízes para as demais, a Umbanda e o Candomblé. A Umbanda porque cultua em seus rituais, Caboclos e Pretos Velhos.
O Candomblé porque cultua os Orixás africanos com suas cantigas em yoruba ou angola. Por terem sido fortemente influenciado pelas duas culturas. Percebe-se que, o ritual Omolcô não poderia ser encaixado no grupo dos Candomblés chamados tradicionais, aqueles que cultuam somente Orixás africanos, pelo motivo de que no Omolokô são cultuados os Caboclos e Pretos Velhos.
Encaixam-se no Candomblé não tradicional, os que cultuam Orixás africanos e Caboclos, "os candomblés de caboclo".
É notável, a Nação Omolokô se encaixa na Umbanda, uma vez que se cultuam Caboclos e Pretos Velhos, por haver um forte sincretismo católico e, quando se refere a um grande grupo religioso, a Religião de Umbanda. Por isso, o "povo de Omolokô" se denomina Umbandistas, cujo culto é voltado à doutrina de amor e caridade ao próximo.
Há afirmações que não: "Algumas pessoas confundem o que seja Omolokô. (Omolokô é Umbanda ou Candomblé?)
A resposta só poderia ser uma única: Omolokô não é Umbanda, apesar de aceitar em seus rituais o culto a Falangeiros de Orixás. O Omolokô cultua os Orixás com suas cantigas em Iorubá ou Angola, pois como já foi dito anteriormente esse ritual houve forte influência também por estas duas culturas. Porém, como pode-se ver, o ritual Omolokô não poderia ser encaixado no grupo dos Candomblés, pelo principal motivo de que no Omolokô são cultuados, ainda que em situações separadas, os Caboclos, Pretos Velhos dentre outros, aceitando-se a realização de práticas ritualísticas de Umbanda em um mesmo solo.
No entanto se for usado esse conceito de forma ampla pouqíssimas casas de Candomblé, a partir das mais antigas de Salvador, Bahia, poderiam hoje se enquadrar como Candomblé, considerando que a grande maioria cultua Caboclos e Exus. Praticamente muitas casas ditas tradicionais fazem muito mais trabalhos durante a semana com Caboclos e Pombagiras incorporados em pais e mães de santo do que propriamente dito os orixás. Há quem defina o Omolokô como (Umbandomblé), ou como (Candomblé Umbandizado) ou ainda como (Umbanda Candombleizada), porém, definições adaptáveis apenas às casas de Omolokô que fundem seus cultos, uma vez que existem aqueles que não misturam tais práticas, porém são muitos diferentes tais ações, pois no Candomble temos a iniciação de Yawos com a raspagem total do Ori, quando no Omolokô a raspagem completa do Ori não existe, entretanto são iniciados também."

(Fonte: wikipedia.org)
Os Sacrifícios e Oferendas na Nação Omolokô
Os rituais possuem uma forte característica na realização de sacrifício de animais aos Orixás, costumes trazidos pelos negros escravos, principalmente nos terreiros de Candomblé. Atividades geralmente realizadas em cultos restritos envolvendo apenas o iniciado e membros com cargos hierárquicos no terreiro.
Dentre os animais utilizados nas chamadas oferendas ou "obrigações de santo", são utilizadas aves e animais quadrúpedes no ritual para iniciação sacerdotal ou em ocasiões especiais.
A importância e necessidade desses rituais estão na crença de haver uma troca de energias entre o iniciado e os seres da natureza. Sacrifica-se um animal para que através do plasma sanguíneo "Ejê", possa o Orixá tomar forma e passar a coabitar no corpo físico e espiritual do futuro filho de santo. "Práticas pelos ancestrais africanos e nos dias atuais se fazem no Brasil, pois essa é a nossa forma mais próxima de manter viva a força maior e de grande ligação ancestral, Orixá Divinizado em pensamento e forma".
Nesse momento que o Orixá do iniciado nasce e invocado se apresenta, possibilitando uma maior interação entre o iniciado e o Orixá dono de sua cabeça (Ori – Cabeça – Xá – Guardião).
Inúmeras bibliografias questionam a forma primitiva no sacrifício de animais de obrigações e oferendas, práticas pelos negros vindos do continente africano. Mas, fosse essa a linguagem usada por aqueles que em um passado histórico, condenaram essas práticas afro religioso, afirmando primitivismo que não cabia a "nova" fase do país em formação e com forte predomínio da cultura branca europeia. Visto de um ângulo que não seja o africano, essas obrigações parecem ser retrógradas, tendo em vista a atual "modernização" com a qual convivemos. Porém, percebe-se certa convicção quanto ao sacrifício de animais, "cortar" para o Orixá.
Etapas Evolutivas de um Iniciado na Nação Omolokô
Na Nação Omolokô, a primeira obrigação é o ebó.
O que é ebó? É uma obrigação de limpeza material e espiritual. Obrigação simbólica, onde marca a passagem dele da vida mundana para ingressar na vida espiritual, onde será iniciado para ser um futuro sacerdote de culto afro-brasileiro. Após o iniciado passar pelo processo de ebó, o mesmo passará a ter o nome de "Abiã" (aquele que foi iniciado). Após este ato o iniciado ficará recolhido na camarinha por um período de 24 horas, repousando sua mente e corpo, para ter um contato mais próximo com o seu Orixá.
Após as primeiras 24 horas, vem a Confirmação de Batismo, segunda obrigação na inicialização. Nesta obrigação o iniciado escolhe um padrinho e uma madrinha que representarão seus padrinhos de batismo.
"Na Nação Omolokô acredita-se que o Batismo deve-se ser realizado uma única vez na vida, mas pode-se realizar a confirmação na religião, por este motivo a Confirmação de Batismo. Nesta obrigação o iniciado recebe a sua primeira guia (branco-leitoso de Oxalá). Sem a necessidade de ficar recolhido na camarinha, apenas resguardando sua cabeça (orí), ao sol e o sereno durante 24 horas".
A terceira obrigação é a Catutlação. Nesta obrigação o iniciado, é recolhido à camarinha durante 24 horas. Catulação significa "Abrimento de Coroa". Sua finalidade é "dar passagem" a mediunidade do iniciado. Torná-lo mais receptivo as vibrações dos Orixás. Na catulação é indispensável o sacudimento, (ebó de limpeza), que é realizado antes do iniciado ser recolhido à camarinha e, feito através de jogo de búzios para identificar o Orixá dono de sua cabeça (orí).
A quarta obrigação é o Cruzamento. O Cruzamento tem a finalidade de fechar o corpo do iniciado contra energias negativas (todas possíveis). Inicia com um sacudimento (ebó) e um banho de ervas, de preferência erva do respectivo Orixá do iniciado, desde que tenha a certeza se o mesmo é realmente o dono de sua cabeça (ori), do iniciado. Nesta obrigação o iniciado será recolhido por 24 horas à camarinha. E em sua saída, receberá a sua segunda guia, a guia de seu Orixá.
A quinta obrigação é o Oborí. Com a finalidade de reforçar as energias do iniciado e realizar o assentamento em apotí do primeiro Orixá e o recebimento de sua segunda guia. A guia de seu primeiro orixá, o dono de sua cabeça (orí). O oborí divide-se em três tipos: oborí frio, feito com água e comidas dos orixás; oborí de dois pés – feito com aves; oborí de quatro pés – feito com animal quadrúpede. Esses oborís serão aplicados pelo sacerdote conforme a necessidade e condições gerais do iniciado. Nesta obrigação, o iniciado será recolhido por 24 horas, mas terá um resguardo e a ser cumprindo em sua casa:
  • 1) dormir na esteira, usando roupas brancas;
  • 2) não tomando sereno e sol desnecessariamente, por um período de quinze dias.
Após essa obrigação, o iniciado passa a ser chamado de "iyaô", (aquele que foi entregue ao Orixá) e também dará uma pequena festa em homenagem ao seu Orixá e a sua ascensão dentro do ritual.
A sexta obrigação é chamada de Sete Linhas. Esta obrigação é feita com um ebó e concluída com o assentamento do segundo Orixá do iyaô. E com a entrega da terceira guia. A guia do seu segundo Orixá, o Orixá de "juntó" e, receberá a guia de Sete Linhas, que é o colar representativo a sua posição dentro do ritual por sua confecção específica e a forma que ela é usada. Na obrigação de Sete Linhas o iyaô ficará recolhido na camarinha durante três dias e cumprirá o resguardo de 30 dias dormindo na esteira, usando branco, não tomando sereno e sol desnecessário. Nesta fase o iyaô receberá o título Babakekerê ou Yákekerê e passará a ser chamado pelo Sunan referente aos seu primeiro Orixá. Nesse estágio o Babákekerê ou Yákekerê já poderá iniciar outras pessoas sob a supervisão obrigatória do seu Babalorixá ou Yálorixá.
A sétima e última obrigação é chamada de Camarinha. Nesta obrigação o Babákekerê ou Yákekerê receberá o grau de Babalorixá ou Yálorixá, podendo dar inicialização a outras pessoas sem a presença obrigatória de seu Babalorixá ou Yálorixá, e poderá abri sua própria casa. Mas deverá sempre seguir a hierarquia de sua nação. Nesta obrigação o iyaô será recolhido à camarinha durante sete dias e receberá seu colar de Ifá; sua guia de Babalorixá ou Yálorixá que tem característica de uso e confecção especial; terá cumprir novamente mais vinte e um dias de resguardo. Nessa fase o iyaô poderá assentar seu orixá em ferro, ou apenas deixá-lo no apoti. Essa obrigação inicia com um ebó e se concluirá com uma grande festa de comemoração.
Na Nação Omolokô que segue o ritual da tribo Arigolê as obrigações seguem exatamente a ordem exposta acima, e não poderá ser alterada em nenhum aspecto.
Os Orixás no Culto de Omolokô
Quem são os Orixás? Uma pergunta muito comum entre as pessoas adeptas dos cultos afro-brasileiros. Muitas lendas definem os Orixás como, Espíritos de Mortos; Orixás são os Encantados; Forças da Natureza; Divindades Espirituais. Todas as alternativas podem estar certas, Entretanto sofrem o inconveniente de serem superficiais, tendo em vista que Orixá deve ser algo mais complexo. Para os adeptos dos rituais de Omolokô e Almas e Angola, Orixás além de simples Forças da Natureza ou Entidade Espirituais, dividem-se em duas categorias – Orixás maiores e Orixás menores.
Orixás maiores são aqueles, que faz com que a natureza tenha movimento, se transforme e gere vida, entidade celeste. Os Orixás maiores são os responsáveis diretos, de Olorum – Zambi faz com que as menores partículas atômicas tenham energia e faça fluir a vida cósmica no universo. É a essência da vida. Como exemplo:
  • 1) Iemanjá é responsável pela formação e manutenção da vida marinha;
  • 2) Xangô é o responsável pela energia do trovão que desencadeia as tempestades que limpam a atmosfera;
  • 3) Nanã faz com que a chuva que cai na terra gere nova vida orgânica;
  • 4) Iansã é a responsável pela limpeza do ar atmosférico e com seus ventos espalha a vida como polens;
  • 5) Exu é responsável pelo desejo sexual que gera vida nas espécies sexuadas.
Os Orixás maiores são pura energia, "encantados", não passaram por processos de encarnações. Eles são energia cósmica, a força vital que tem origem em Olorum – Zambi e, que faz com que o universo oscile entre o caos e a ordem gerando vida. São conhecidos pela maioria dos adeptos pelo primeiro nome e chamados de Ogum, Xangô, Oxum, Omolú [...] Orixá Maior é uno e onipresente.
Orixás Menores são aqueles que fazem a mediação entre os seres humanos e o Orixás maiores (Entidades Espirituais). Orixás menores são, conforme as diversas lendas, espíritos de antigos reis e heróis africanos, índios, orientais e etc. Em essência, os orixás menores podem ser qualquer ser humano. Por exemplo, as lendas de Xangô e Ogum. Esses seres humanos comuns, por terem sido abençoados com poderes sobrenaturais concedidos pelos Orixás maiores, tornaram seres humanos especiais dotados de superpoderes físicos ou mentais para proteger seu povo e, após a sua morte voltam a ter contato com os seres humanos comuns na forma de Orixás menores. Essas pessoas receberam poderes diretamente dos Orixás maiores e tornaram-se "Semideuses" na Terra, como por exemplo, o Hércules da mitologia grega. Orixás maiores recebem suas energias cósmicas diretamente da fonte, Olorum – Zambi. O Orixá menor possui o mesmo nome do Orixá Maior de onde provem seus poderes, acompanhado de um sobrenome. Por exemplo, Ogum Beira-Mar, Inhalosin, Iemanjá Obáomi, Xangô Kaô, etc.
A este segundo nome chamamos de Dijina ou Sunam do Orixá. Assim podemos ter vários Oguns, Xangôs, Oxóssis, Iemanjás... Da mesma forma os Pretos Velhos, cujo nome pode não define a verdadeira Entidade Espiritual, pois o fato de entidade se manifestar como Preto Velho não significa que ele tinha sido em vida um negro escravizado o mesmo para o Caboclo, um índio brasileiro. Os Orixás menores passaram pelo processo de reencarnação, mas são espíritos dotados de poderes sobrenaturais concedidos pelos Orixás maiores e por isso possuem uma grande luz e compreensão espiritual com seus próprios poderes, por isso não necessitando mais passar pelo processo da reencarnação para evoluir no plano material.
Por estas narrativas, deduz a diferencia dos eguns (espíritos de mortos que possui compreensão ou luz espiritual, mas ainda poderá passar, por reencarnações por ainda estarem ligados ao mundo material) e os kiumbas (espírito de morto que ainda não alcançou a luz espiritual, as nem compreende que ele já vive em outra dimensão e que seu corpo carnal não mais existe). Estas são as diferenças e diferenciais entre os Orixás menores e demais seres espirituais que ainda não foram tocados pela energia dos Orixás maiores.
A energia concedida aos Orixás menores também provem de Zambi – Olorum, canalizada a eles através dos Orixás maiores, que chamamos de elo entre eles, da mesma forma que os Orixás menores são elos entre os seres humanos e os Orixás maiores. Dessa forma os Orixás maiores podem ser comparados como intermediários do fluxo de energia entre Zambi – Olurum e os Orixás menores, podendo dessa forma reduzir, aumentar ou até mesmo retirar os poderes dos Orixás menores. No Omolokô, acredita-se que são esses espíritos, os Orixás menores que se manifestam nos omo-orixás (médiuns). E somente em momentos muitíssimos especiais é que os médiuns poderão ser tocados de forma rápida e superficial pelo Orixá Maior. No culto de Orixá menor está ligado ao antigo culto dos antepassados, que nos foi legado pela cultura Banto, enquanto o culto ao Orixá Maior está ligado ao culto das forças da natureza e nos foi legado pelos Yorubanos e Jejes. É importante salientar que na África esses dois cultos se mesclam e se completam da mesma forma que eles se completam aqui no Brasil.
Dias da Semana, Cores e Símbolo dos Orixás na Nação Omolokô
A Hierarquia Sacerdotal no Culto Omolokô
  • 1) Babalorixá ou Yálorixá: "sacerdote" ou "sacerdotisa", a autoridade máxima no culto aos Orixás maiores e Orixás menores;
  • 2) Yákekerê e Babákekerê: "filho de santo" com todas as obrigações até as "Sete Linhas";
  • 3) Dagã: pessoa com mais tempo de iniciação dos demais;
  • 4) Ogã Nilú e Ogã Calofé: tocadores dos atabaques, pessoas que dão início aos cânticos dos Orixás;
  • 5) Axogun: pessoa que sacrifica os animais nas obrigações em geral;
  • 6) Yábassé ou Yábá: cozinheira das comidas sagradas dos Orixás;
  • 7) Combono: pessoa que auxilia nos atendimentos dos Orixás menores;
  • 8) Exi-de-Orixá: iniciado, "filho de santo".

No Culto Omolokô não existe o grau de "Mãe Pequena" ou "Pai Pequeno", como na Umbanda e em outros cultos afro-brasileiro. Para o iniciado se tornar Babálorixá ou Yálorixá, o mesmo precisará passar por todas as obrigações que compõem a hierarquia sacerdotal, ter seu terreiro e seus iniciados, "filhos de santo". Direito adquirido quando o iniciado "filho de santo" completar sua última obrigação, a "Camarinha", na qual o iniciado "filho de santo" recebe o direito de "criar" (iniciar) outras pessoas.
Caso opte continuar no terreiro, onde se iniciou o mesmo será chamado de Babákekerê ou Yákekerê, aquele que pode iniciar outras pessoas, mas não possui ainda o seu próprio terreiro e não recebeu o Deká.
Entretanto, se o Babákekerê ou Yákekerê for abrir o seu próprio terreiro para iniciar seus próprios "filhos de santo", será obrigatório ao Babálorixá ou Yálorixá lhe dar o Deká e passar a serem chamadas de Babálorixá ou Yálorixá pelas demais pessoas.
Organização e Manutenção dos Terreiros
Existem duas formas de organização interna dos terreiros de Nação Omolokô, a primeira seguindo a ritualística religiosa e a segunda referente à administração burocrática.
A parte religiosa segue uma organização que vai desde a forma arquitetônica até as atividades anuais praticadas.
  • Cangira: fica na entrada do terreiro, e é onde está assentado o Exu da casa;
  • Casa das Almas: localizada geralmente fora do terreiro, onde estão os assentos das Almas;
  • Pretos Velhos: casa onde se encontram as imagens de preto-velhos.
Cozinha do Santo: local onde são preparadas as comidas dos Orixás e a comida para os participantes comerem em dias de festas e obrigações.
Salão: local amplo onde são realizados os trabalhos espirituais. Onde se destaca o altar, onde as imagens dos Orixás, Caboclos e Pretos Velhos e também imagens de santos da igreja católicos. Na maioria dos terreiros é construída uma cerca de madeira ou muro para separar o salão da área da assistência.
Organização: durante as sessões os "filhos de santo" são organizados de acordo com a sua posição hierárquica a partir do altar em direção à porta de saída do terreiro, formando dois semicírculos que começam próximo ao altar, em ordem decrescente na hierarquia. Durante a sessão os "filhos de santo" formam dois círculos, interno e externo. No círculo interno ficam os "filhos de santo" com graduação de Babákekerê – Yákekerê e Babálorixá – Yálorixá e no círculo externo ficam os demais. Quando os Orixás se manifestam os membros do círculo interno se juntam ao externo, Dando espaço para os Orixás manifestados.
Ritmo dos pontos: marcado por três atabaques: Lé (atabaques grandes), Rum (atabaques médios) e Rumpi (atabaques pequenos). Além dos atabaques há um agogô (instrumento de metal que emite som semelhante ao do sino) e maracás (um tipo de chocalho que em seu interior contem lágrimas de nossa senhora e por fora é coberto por uma rede confeccionada com a mesma semente), que emite um som semelhante a um chiado.
Horário: os terreiros obedecem à determinação administrativa do responsável pelo terreiro. Normalmente os trabalhos espirituais iniciam às 19hs00 com termino às 22hs00 horas, em dias de festividades as atividades terminam às 23hs00 horas.
A organização burocrática fica a cargo de uma diretoria composta por presidente, vice-presidente, secretário e tesoureiro e diretor espiritual, além do conselho fiscal, composto por três ou mais pessoas que desempenham todas as funções administrativas. Alguns terreiros possuem Estatuto, Atas, C.N.P.J., outras documentações para fins de reconhecimento de Serviço de Utilidade Pública. Sua natureza jurídica sendo uma Organização Religiosa sem fins lucrativos, sua única fonte de renda dar-se-ão através de mensalidades pagas pelos "filhos de santos, assistência, doações e etc.", para fins de manutenção geral do terreiro. Os próprios médiuns colaboram para esta manutenção, sejam na limpeza ou manutenções gerais.
O Aspecto Ecológico e o Papel Social
Nos dias atuais, alguns terreiros vêm desempenhando um papel social e ecológico muito ativo dentro da sociedade brasileira. Em Florianópolis – RS, alguns terreiros têm elaborado campanhas de solidariedade em época festivas, como exemplo: Natal e Páscoa. Promovem suas festividades dentro da própria comunidade onde estão localizados e outros atuam junto a creches, orfanatos e asilos, levando presentes, cestas básicas, roupas e etc. Programas de capacitação profissional, cursos, palestras educativas e diversos desenvolvimentos Social, Cultural e Ecológico, aplicados no decorrer o ano, com a finalidade facilitar o bem-estar da comunidade. No aspecto ecológico é notável o nascimento de uma consciência atuante em relação à preservação do meio-ambiente e da natureza. É importante esta filosofia religiosa, os cultos afro-brasileiros estão praticando uma nova era, realidade religiosa.
Nação Omolokô
Linhagem do Culto Omolokô
Origem: Tribos Lunda–Quiocô
Chico Rei e Sua Corte
Oscarina Sani Adio – Tio Êrepê
Obacayodé
Açumano Sáo Adió
Benedita Yadoxé
Tancredo da Silva Pinto (Folketo Olorofé)
Antônio Pereira Camelo
Efigênia Arranca-toco
Nilza de Xangô (Xangô Yunge)
Fernando de Oxalá (Oguiandê)
Observação:
De Chico Rei até Açumano Saó Adió e Oscarina Sani Adió não existem registros sobre a linha sucessória.
Açumano Saó Adió, mais conhecido no culto Omolokô por Tio Sani. A Origem de sua Suna (Dijina) vem do Male.
Oscarina Sani Adió, cujo primeiro nome vem do Celta e significa "guerreira".
Tio Sani é de origem de puro Malê e dos Mussurúmi, Sani Adió de Mussurúmi, Açumano do Male e Oscarina Sani Adió (Yalorixá) vieram da Casa de Minas, no Maranhão, migrando para o Rio de Janeiro, e junto com João da Mina, Tio Obacayodé e Tio Êrepê se iniciaram na Nação Omolokô.
Tia Benedita, que recebeu a dijina Yadouxé era de procedência Banto Yadoy, a negra, seu terreiro ficava em Nilópolis – Rio de Janeiro.
Oscarina, Açumano, Obacayodé e Êrepê tinham terreiros em Queimados – São João do Meriti no Morro de Santo Antônio (na antiga fazenda dos Botelhos), no Estado do Rio de Janeiro.
O Tatá Ti Inkise Tancredo da Silva Pinto com a Sunã Folketo Olorofé era filho de Benedita Yadouxé.
O Sr. Antônio Pereira Camelo, Presidente da Confederação dos Cultos Afro-brasileiros Nossa Senhora do Rosário, em Minas Gerais, era pai de Efigênia de Oxóssi Arranca-Toco.
Mãe Nilza de Xangô, filha de santo de Efigênia do Oxossi Arranca–Toco, tem sua Casa de Santê, à Rua Riachuelo, 90 – Bairro Carlos Prates – Belo Horizonte – MG.
E por fim, Fernando de Oxalá, Tatá Ti Inkise da Casa Senhor do Bonfim, filho de santo de Mãe Niza de Xangô, vem mantendo o Culto Omolokô e suas tradições, na Casa de Cultos Afro-Brasileiros Senhor do Bonfim, à Rua Cláudio Manoel da Costa, 31 – Bairro Nacional – Contagem – MG.
Fonte bibliográfica: Culto Omolokô – Ornato José da Silva;
Obras de Tancredo da Silva Pinto;
Pesquisa de Campo: Casa de Cultos Afro-Brasileiros Senhor do Bonfim;
Pesquisador: Tatá Ti Inkise Fernando de Oxalá.
Origem do Omolokô
Nós estamos à procura de alguma coisa há mais que nos mostrem mais luz.
Apesar de conhecermos a metade de UM todo, sobre as procedências dos cultos afros, suas Nações e locais, ainda é pouco.
Aqui apresentamos também mais um tema sobre as Entidades Espirituais, que se denominam Orixás ou Santos Africanos, que nada tem a ver com Santo Católico. Nossos antepassados (sacerdotes) chegados da África usaram de uma estratégia, contra os Senhores de Escravos, a fim de dar sobrevivência e continuidade à religião, para isso, em cada culto ou nação, os sacerdotes, dentro de seus rituais, assimilaram por sincretismo, os Santos Africanos aos Santos Católicos.
Entretanto os segredos religiosos e cabalísticos dos cultos, não podiam ser revelados, só podiam ser transmitidos oralmente, aos poucos aos iniciados idôneos que se submetiam às provas do ritual, buscando a sua vocação de conhecimento espiritual e de fé. Portanto, a necessidade que temos de empregar parte da etnologia e da geografia, para mostrar os lugares de origem dos cultos ou tribos e destas, as Entidades (Orixás). Assim temos a antiga Nação Angola.
Este Estado era limitado pelo Norte pela África astral inglesa, de leste ao sul, pela possessão alemã. Naquela época, o Território de Cabinda (Angola), separou-se do Estado Independente do antigo Congo, o qual era dividido em seis distritos: Congo (antigo território de Cabinda); Loanda; Benguela; Mossamedes; Lunda-Quiôco; Huile. Este Estado apresentava como cidades principais: São Paulo de Luanda, Cabinda, Ambriz, Novo Redondo, Benguela, Mossamedes e Porto Alexandre. A sua superfície era de 1.300.000 milhões de quilômetros quadrados. Até o ano de 1918, esta antiga nação possuía uma população de 4 milhões e 120 mil habitantes, todos negros de raça bantos.
O Ritual religioso do Culto Omolokô originou-se das tribos Lunda-Quiocôs. Todos os Espíritos evolutivos Pretos Velhos que se manifestavam nos terreiros umbandistas, pertenceram às tribos de Lunda-Quiocôs do Culto Omolokô e seus lugares de origem, como seja: João Benguela, Pai Mossamedes, Pai Alexandre, Maria Redonda, Pai Cabinda, Pai Ambriz, Pai Luanda e etc.
Temos também os bantos da África Oriental, de Dar-es-Salam, Quiloa, Bagamoyo, Tanga, Pangani; pertencentes principalmente à costa oriental. Essas tribos são cruzadas com um forte elemento asiático. Elas estão situadas no continente, ao sul da Ilha de Zanzibar, que foi a tempos atrás governados por um sultão árabe. Por esse motivo a Nação Omolokô, amalgamou-se e tornou-se uma Nação Eclética, com um ritual sempre cruzado, com suas raízes: JeJe, Ketu (reino iorubano do Sudeste da República do Benim, na fronteira com a Nigéria - África), Nagô, Angola, Almas (Iorubá), assim como com o oriente, de origem asiática.
Os Terreiros de Omolokô têm sempre uma puxada para o ritual de suas raízes, ou Nação Raiz, porém a principio, as formas de iniciação e de trabalhos são sempre seguindo uma mesma diretriz.
Bibliografia:
Tecnologia Ocultista da Umbanda do Brasil
Tancredo da Silva Pinto
A Crença Religiosa da Nação Omolokô, Sobre a Formação da Terra
Sabemos que a crença religiosa, varia de culto para culto, no entanto temos a nossa e como tal, daremos aos nossos irmãos de santo, aos neófitos e leigos que não professam os cultos afros, como os malungos (camaradas, companheiros), o dever de entenderem e passarem à frente, para que todos tenham o real conhecimento da fé dos filhos do Omolokô.
Antes, permitam que possamos lhes dizer que acreditamos firmemente que, os demais planetas componentes dos vários sistemas, são habitados, porém ignoramos a forma e os caracteres dos seres que neles vivem e por isso, temos a obrigação de explicar como para nós do Omolokô, surgiram os habitantes do planeta terra, ou seja, o "Planeta Presídio" em que vivemos. Quando da criação deste planeta, houve por bem à ZÂMBI, de convocar para uma reunião, em seu palácio, Exu e Pomba-gira, para que esses Orixás pudessem contar as boas novas do novo planeta. Instados a se pronunciarem, Exu e Pomba-gira não se fizeram de rogados e contaram que era necessário que os espíritos que na terra vagavam sem forma e sem se conhecerem, como simples espirais de fumaça, deveriam espiar seus débitos, materializados, já que, como dissemos acima, não passavam de simples espirais de fumaça sem se conhecerem e sem saber os resultados dos seus castigos. Inteligentemente, sugeriram Exu e Pomba-gira, que cada um dos Espíritos da Natureza, isto é, os Orixás, que sabemos são estacionários, tivessem um pouco mais de paciência e fornecessem os elementos químicos e os alimentos para esses espíritos, ficando Exu e Pomba-gira, com a responsabilidade de arrebanharem em outros planetas, espíritos também castigados e trazerem esses espíritos para a terra e se juntarem aos que aqui se encontravam. Após muita delonga, resolveu ZÂMBI, aceitar a sugestão de Exu e Pomba-gira, ficando, no entanto cada Orixá presente, com a preocupação da devolução dos elementos químicos e dos alimentos, pois como é entendido por todos nós, donde se tira e não se repõe, esgotam-se as reservas, sugerindo então Omolú uma nova reunião para posterior deliberação. Houve nova reunião e depois de falarem a cerca do plano de Exu e Pomba-gira, ficou assentado e consentido que isso fosse feito, faltando, no entanto saberem, como poderiam eles resgatar os elementos químicos e os alimentos.
Diante de tão grave preocupação, Olodum (que comanda os Elementos) que à tudo assistia calado, resolveu se pronunciar e o fez de maneira inteligente, dizendo à todos os presentes que não se preocupassem, pois ele devolveria os alimentos e as essências químicas. Com o pronunciamento de Olodum, ficaram todos calmos e descansados e imediatamente aprovaram a ideia de Exu e Pomba-gira. Recebendo está incumbência, partiram Exu e Pomba-gira em busca de novas camadas de espíritos em outros planetas e lá chegando, enganaram como lhes é próprio, com promessas de rápidos resgates de débito espiritual e anunciando que a terra era o lugar ideal para todos, um verdadeiro paraíso e que eles lhes podiam acompanhar, pois não se arrependeriam. Iludidos com Exu e Pomba-gira e acreditando ser a terra realmente um paraíso, embarcaram eles nos dragões voadores de Exu e Pomba-gira e rumaram imediatamente para a terra. Quanta decepção e desilusão, quanta lágrima derramada, pois aqui chegados, deu-se o fenômeno da materialização e puderam eles enxergar e sentirem já agora, na própria carne, pois receberam as essências químicas e as formas humanas, espetáculos deprimentes como crimes de todas as espécies e fatos que sinceramente nos enoja, como taras, fobias que se manifestam nos infelizes.
O Orixá Tempo teve a missão de transportar os bons e os maus e muito ajudou a trazer as camadas inferiores e que até hoje procuram não se amoldarem como também se aperfeiçoarem, é isto caros Irmãos, temos conseguido, haja vista que o progresso que aí está e jamais poderá por alguém ser contestado.
Somos, por conseguinte, espíritos evolutivos e como tal devemos nos comportar e nos educar para vidas futuras e voltarmos um dia, quem sabe quando, ao nosso sistema de origem com a graça e a infinita sabedoria de Zâmbi em toda sua Corte Celeste. Veremos que a nossa fé tem base sólida, pois o negro nesta leva agiu justamente no continente, que mais se assemelha, ou seja, a África e o branco na Europa, etc. Para finalizar Irmãos, devemos cada vez mais nos adequar para estarmos preparados para o regresso e que cremos será triunfal. Devemos entender que Omolú é o encarregado da vida e da morte material e Olodum o encarregado de devolver aos espíritos da natureza (os Elementos) os restos mortais da matéria que se transformarão em essências químicas na forma de fogos-fátuos e que todos do Culto Omolokô saibam respeitar, pois esse fenômeno é a ligação e o sinal de Olodum com os demais Orixás, cumprindo ele com respeito o trato feito na reunião da Corte Celestial de Zâmbi. Por essa razão, ficaram Exu e Pomba-gira como agentes mágicos Universais e até hoje, intermediários entre os homens e os Orixás.

Bibliografia:
Tecnologia Ocultista da Umbanda do Brasil
Tancredo da Silva Pinto

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