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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

legislação de referência, e contextos da igualdade racial....



Legislação

Aqui, você encontra a legislação de referência, citada tanto nas páginas do livro, quanto nas seções do site.
Plano Nacional de Implementao da Lei 10.639/2003
a) Lei 10.639
b) Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
c) Lei 9. 394 - LDB - Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
d) Instrumentos nacionais sobre direitos da população negra
e) Instrumentos internacionais sobre direitos da população negra

Filmes

A negação do Brasil. Direção de Joel Zito Araújo. Rio de Janeiro: A Casa de Criação, 2000. 
As filhas do vento. Direção de Joel Zito Araújo. Rio de Janeiro: Márcio Curi, 2004. 
Atlântico negro. Na rota dos orixás. Direção de Renato Barbieri. Roteiro de Renato Barbieri e Victor Leonardi. Brasília: Pólo de Cinema e Vídeo, 1998. 
Cafundó. Direção e roteiro de Joel Yamaji. 1986. 
Campanha em defesa da liberdade de crença e contra a intolerância religiosa. Direção de Joel Zito Araújo. São Paulo: Ceert, 2004. 
Kirikou e a feiticeira. Direção de Michel Ocelot. Paris: Cymax Group, 1998. 
Meu tio matou um cara. Direção de Jorge Furtado. Porto Alegre: Casa de Cinema de Porto Alegre, 2005. 
O fio da memória. Direção de Eduardo Coutinho. Rio de Janeiro: Funarj, 1991. 
O homem que copiava. Direção de Jorge Furtado. Porto Alegre: Casa de Cinema de Porto Alegre, 2002. 
O rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas. Direção de Paulo Caldas e Marcelo Luna. Rio de Janeiro: Raccord Produções artísticas e cinematográficas Ltda., 2000. 
Quanto vale ou é por quilo? Direção de Sérgio Bianchi. São Paulo: A Gravo Produções cinematográficas Ltda., 2003.  
Quase dois irmãos. Direção de Lúcia Murat. Rio de Janeiro: Taiga Filmes, 2005. 
Retrato em preto e branco. Direção de Joel Zito Araújo. São Paulo: Ceert, 1992. 
Vista a minha pele. Direção de Joel Zito Araújo. São Paulo: Casa de Criação/Ceert, 2004.


AGOSTINHO, Cristina; ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. Alfabeto negro. Belo Horizonte: Mazza, 2000.
BARBOSA, Lucia Maria de Assuno; GONALVES E SILVA, Petronilha Beatriz; SILVRIO, Valter (orgs.). De preto a afro-descendente: trajetos de pesquisa sobre relaes étnico-raciais no Brasil. São Carlos: Edufscar, 2003.
BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco: discutindo as relaes raciais. São Paulo: tica, 1998.
BENTO, Maria Aparecida Silva; CARONE, Iray (orgs.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrpolis: Vozes, 2003.
BENTO, Maria Aparecida Silva; SILVEIRA, Marly; CHINALLI, Myriam. Polticas de promoo da igualdade racial na educao: executando a definio de contedos e metodologias. São Paulo: Ceert, s.d.
CAVALLEIRO, Eliane (org.). Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. 3a ed. São Paulo: Selo Negro, 2001.
______. Do silêncio do lar ao silncio escolar: racismo, preconceito e discriminao na educao infantil. 2a ed. São Paulo: Contexto, 2003.
DINIZ, Margareth; VASCONCELOS, Renata Nunes (orgs.). Pluralidade cultural e incluso na formação de professoras e professores: gênero, sexualidade, raça, educação especial, educação indígena, educação de jovens e adultos. Belo Horizonte: Formato, 2004, p. 187. (Srie Educador em Formação)
GOMES, Nilma Lino. A mulher negra que vi de perto. Belo Horizonte: Mazza, 1995.
______. Experincias étnico-culturais para a formação de professores. 2a ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
GOMES, Nilma Lino; MUNANGA, Kabengele. Para entender o negro no Brasil de hoje: história, realidades, problemas e caminhos. So Paulo: Global, 2004.
GONALVES, Luis Alberto Oliveira; GONALVES E SILVA, Petronilha Beatriz. O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. 
KABENGELE, Munanga. Superando o racismo na escola. Braslia: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 2001.
LIMA, Maria NazarMota de. Escola plural: a diversidade está na sala Formação de professoras em história e cultura afro-brasileira e africana.
São Paulo, Salvador: Cortez, Ceafro, Unicef, 2005.
PRMIO Educar para Igualdade Racial Trs edies. São Paulo: Ceert, s.d.
ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. Almanaque pedagógico afrobrasileiro. 2a ed. Belo Horizonte: Nzinga, Mazza, 2005.
SILVA JUNIOR, Hedio. Discriminação racial nas escolas: entre a lei e as práticas sociais. Unesco, PNUD, 2002. 
TRINDADE, Azoilda; SANTOS, Rafael. Multiculturalismo: as mil e uma faces da escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.



Literatura infanto-juvenil


AIB, Bernardo. A ovelha negra. São Paulo: Mercrio Jovem, 2002.
ALMEIDA, Gercilga de. Bruna e a galinha dangola. Rio de Janeiro: EDC, Pallas Editora, 2000.
BARBOSA, Rogrio Andrade. Bichos da frica (4 volumes). São Paulo: Melhoramentos, 1987.
______. Contos africanos para crianas brasileiras. São Paulo: Paulinas, 2004.
______. Contos ao redor da fogueira. Rio de Janeiro: Agir, 1990.
______. Filho do vento. So Paulo: DCL, 2003.
______. Histrias africanas para contar e recontar. 6a reimpr. São Paulo: Editora do Brasil, 2005.
BELO, Lia Zatz. Jogo duro: era uma vez uma histria de negros que passou em branco. Horizonte: Dimenso, 1996.
BORGES, Geruza Helena; MARQUES, Francisco. Criação. Belo Horizonte: Terra Editoria, 1999.
BRAZ, Jlio Emlio. Felicidade no tem cor. So Paulo: Moderna, 1994.
______. Lendas negras. São Paulo: FTD, 2001.
______. Pretinha, eu? So Paulo: tica, 2002.
______. Sikilume e outros contos africanos. Rio de Janeiro: Pallas, 2005.
COOKE, Trish. Tanto, tanto! São Paulo: Editora tica, 1994.
DIOUF, Sylviane A. As tranas de Bintou. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
GODOY, Clia. Ana e Ana. So Paulo: DCL, 2003.
KANTON, Ktia. Entre o rio e as nuvens: algumas histórias africanas. São Paulo: DCL, 1997.
KINDERSLEY, Barnabas; KINDERSLEY, Anabel. Crianas como voc. 9a impr. da 6a ed. So Paulo: tica, 2006.
LAMBLIN, Christian. Samira no quer ir escola. São Paulo: tica, 2000.
LESTER, Julius. Que mundo maravilhoso. São Paulo: Brinque-Book, 2000.
LUCINDA, Elisa. A menina transparente. Rio de Janeiro: Salamandra, 2000.
MARQUES, Francisco. IlAi: um dirio imaginrio. Belo Horizonte: Formato, 1994.
MARTINS, Georgina da Costa. Fica comigo. São Paulo: DCL, 2001.
MEDEIROS, ngela Shelf. Os sete novelos: um conto de Kwanzaa. São Paulo: Cosac & Naify, 2005.
PATERNO, Samira. A cor da vida. Belo Horizonte: Editora L, 1997.
PEREIRA, Edmilson de Almeida. Histórias trazidas por um cavalo-marinho.
São Paulo: Paulinas, 2005.
______. Reizinhos de Congo. São Paulo: Paulinas, 2004.
PIRES, Heloisa. Histrias da Preta. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998.
______. O espelho dourado. São Paulo: Peirópolis, 2003.
PRANDI, Reginaldo. Os príncipes do destino: histrias da mitologia afrobrasileira. So Paulo: Cosac & Naify, 2001.
______. Xang, o trovo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2003.
______. If, o adivinho. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2003.
______. Oxumar, o arco-íris. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004.
RAMOS, Rossana; SANSON, Priscila. Na minha escola todo mundo é igual. São Paulo: Cortez, 2004.
RENN, Regina. Ninguém é igual a ninguém. São Paulo: Editora do Brasil, 1994.
ROCHA, Ruth. ...que eu vou para Angola. Rio de Janeiro: JosOlympio, 1988.
ROSA, Sônia. O menino Nito: afinal, homem chora ou no? 3a ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.
RUNFOR, James. Chuva de manga. São Paulo: Brinque-Book, 2005.
SANTOS, Deoscoredes M. dos. Contos negros da Bahia. (Mestre Didi).
Salvador: Corrupio, 2003.
SANTOS, Joel Rufino dos. Dudu calunga. São Paulo: tica, 1998.
(Coleo Curupira).
SANTOS, Joel Rufino dos. Gosto de frica. 4a ed. São Paulo: Global, 2005.
WILL, Eisner. Sundita: o leo do Mali Uma lenda africana. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
PINGUILLY, Yves. Contos e lendas da áfrica. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.


Sites

A Fundao Cultural Palmares promove, patrocina e apóia as iniciativas que têm como objetivo potencializar a participação econômica e política do negro brasileiro.
É uma organização não-governamental que produz conhecimento, desenvolve e executa projetos voltados para a promoção da igualdade de raça e de gênero. Faz diagnóstico, elabora e implementa programas de promoção da igualdade racial em sindicatos, escolas, empresas e órgãos públicos.

Ceafro
O Ceafro é um programa de educação e de profissionalização para a igualdade racial e de gênero do Ceao/UFBA, em desenvolvimento desde 1995. Tem como compromisso institucional enfrentar todas as formas de racismo e sexismo para promover a igualdade de oportunidades entre negros e nãonegros e entre mulheres e homens por meio de ações de educação e de profissionalização direcionadas à juventude negra, com foco na identidade racial e de gênero. 
Criada em abril de 1988, é uma organização política inspirada originalmente numa forma de sociedade secreta feminina, atualizada à luz das necessidades contemporâneas das mulheres negras.

Fala Preta
Organização fundada em abril de 1997, resulta de dez anos de experiência no trato das questões de sexualidade e de saúde reprodutiva com recorte étnico-racial e de gênero. Tem como meta fundamental a defesa dos direitos humanos e da cidadania da população negra. 
É um site que possui notícias, chats, links para bibliotecas, fóruns de discussão, envia novidades por e-mail aos cadastrados, agenda de eventos e serviço de “cupido virtual”. 
Conta com artigos e notícias, além de seções de cultura, ensaios e entrevistas, com enfoque na mídia anti-racista e pró-direitos humanos.

Revista Eparrei
A revista Eparrei, já com cinco anos de existência, é publicada semestralmente, nos meses de maio e novembro, discutindo a diversidade racial, a comunicação e a política.
Dá visibilidade a textos e a autores afro-brasileiros e fomenta pesquisas. O site traz notícias sobre lançamentos de livros e resenhas de autores afrobrasileiros.
Esse site traz artigos, notícias, entrevistas, sessão de artes, culinária, história e várias informações sobre o movimento negro brasileiro.

Projeto A Cor da Cultura
Apresenta textos, histórias, jogos e informações acerca da temática africana e afro-brasileira no que se refere à Lei no 10.639/2003.

Glossário

I. Verbertes/Categorias
              Africanidade:  Em sentido geral, pensar em africanidade nos remete ao sentido de reconhecimento tanto do lugar histórico, sociopolítico e lúdico-cultural, onde tudo se liga a tudo. Na prevalência da africanidade o universo é gerado na existência coletiva, prevalecendo o Ser Humano e o Espaço enquanto expressão da chamada força vital, imprescindível para evidenciar a construção de uma identidade negra postulada na construção de um mundo das tradições coletivas do amplo continente africano, presente e recriada no cotidiano dos grupos negros brasileiros.
              Afro-brasileiro: O termo designa tanto pessoas quanto coisas e a cultura oriunda dos descendentes de africanos no Brasil. Afro-brasileiro é hifenizado porque se trata de um adjetivo pátrio composto, isto é, um adjetivo formado de elementos designativos de duas ou três nacionalidades diferentes, ou seja, africano+brasileiro.
              Afrodescendente: Para os povos africanos e seus descendentes, a ancestralidade ocupa um lugar especial, tendo posição de destaque no conjunto de valores de mundo. Vincula-se à categoria de memória, ao contínuo civilizatório africano que chegou aos dias atuais irradiando energia mítica e sagrada. Integrantes do mundo invisível, os ancestrais orientam e sustentam os avanços coletivos da comunidade. A ancestralidade redefine a alegria de partilhar um espaço rodeado de práticas civilizatórias e o viver de nossos antepassados, conduzindo para um processo de mudanças e enriquecimento individual e coletivo em que o sentimento e a paixão estão sintonizados com o ser e o comportamento das pessoas (SOUZA, 2003). A ancestralidade remete aos mortos veneráveis, sejam os da família extensa, da aldeia, do quilombo, da cidade, do reino ou do império, e à reverência às forças cósmicas que governam o universo, a natureza.
              Auto-Estima: Sentimento e opinião que cada pessoa tem de si mesma. É na infância, no contato com o outro, que construímos ou não a nossa autoconfiança. As experiências do racismo e da discriminação racial determinam significativamente a auto-estima dos(as) adultos(as) negras e somente a reelaboração de uma nova consciência é capaz de mudar o processo cruel de uma sociedade desigual que não os(as) estimula e nem respeita. O processo psicológico é um dos aspectos mais importantes da auto-estima, pois conduz as relações interpessoais. As formas como nos relacionamos como o outro em muitas situações geram falsos valores. Então o caminho para construção da autoestima está calcado em uma sociedade mais justa e igualitária, no reconhecimento e valores de cada indivíduo como um ser essencial.
              Classificação racial: No Brasil os métodos do IBGE para classificar os grupos de cor/raça. Atualmente o Instituto classifica as pessoas como sendo brancas, pretas, pardas, amarelas e indígenas. Houveram na história dos recenseamentos várias mudanças. No censo de 1872 a população era classificada como sendo branca, preta, parda e caboclo ( aqui se incluía os indígenas) . No Censo de 1890 a cor parda foi substituída por mestiço . No Censo de 1940 temos novamente a classificação dos pardos, junto a dos brancos, pretos e amarelos. Os indígenas foram incluídos somente no censo de 1990. A classificação racial do IBGE meramente descritiva não encontra na contemporaneidade, legitimidade por parte das pessoas que tenta representar. Pretos e pardas não gostam de serem chamados por estes nomes. E, por outro, outras definições de identidades estão sendo adotadas pela sociedade e pelas pessoas. Este é um dos grandes debates que o Brasil enfrentará neste século segundo alguns especialistas em estudos demográficos.
              Continente Africano: Limita-se ao norte pelo Mar Mediterrâneo, ao oeste pelo Oceano Atlântico , ao leste pelo Oceano Indico, é constituído por 53 países e conta com uma população de aproximadamente 830 milhões de pessoas. Segundo Moore, “ A mais marcante das singularidades africanas é o fato de seus povos autóctones terem sido os progenitores de todas as populações humanas do planeta, o que faz do continente africano o berço único da espécie humana”, sendo portanto, a África denominada “ Berço da Humanidade”.
              Consulta: É uma ação que pretende ouvir dos atores participantes da implementação de uma política, sobre suas impressões, opiniões e sugestões.
              Cultura/Cultura Negra: Conceito central das humanidades e das ciências sociais e que corresponde a um terreno explícito de lutas políticas. Para Muniz Sodré, a demonstração de cultura está comprometida com a demonstração da singularidade do indivíduo ou do grupo no mundo: “A noção de cultura é indissociável da idéia de um campo normativo. Enquanto ela emergia, no Ocidente, surgiam também as regras do campo cultural, com suas sanções – positivas e negativas” (SODRÉ, 1988b). Podemos conceituar o termo cultura como estratégia central para a definição de identidades e de alteridade no mundo contemporâneo, um recurso para a afirmação da diferença e da exigência do seu reconhecimento e um campo de lutas e de contradições.
              Diretrizes Curriculares: As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira tem como objetivo regulamentar a alteração proposta à Lei 9.934/96 trazida pela lei 10.639/03. As diretrizes orientam a formulação de projetos para a implementação da lei , bem como, para a valorização da história e cultura dos afro-brasileiros e dos africanos. As diretrizes foram instituídas pelo Conselho Nacional de Educação/CNE e teve por relatora a professora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva que possui assento como membro representante da comunidade negra. As Diretrizes foram instituídas pela Resolução no 1, de 17 de junho de 2004 , do CNE.
              Discriminação racial:  Segundo Pinski, discriminação é o preconceito em ação. Para Bento essa é a diferença entre preconceito e discriminação racial. A Discriminação Racial implica na ação, no ato de discriminar.Enquanto que o racimo e o preconceito encontram-se no âmbito das doutrinasNo Brasil temos legislação que proíbe a discriminação racial, ou seja, o ato de alguém discriminar outro alguém por conta de suas características étnico-raciais.
              Diversidade: As educadoras Gomes & Silva nos indicam que “o trato da diversidade não pode ficar a critério da boa vontade ou da implantação de cada um. Ele deve ser uma competência político-pedagógica a ser adquirida pelos profissionais da educação culturais. Essa constatação indica que é necessário repensar a nossa escola e os processos de formação docente, rompendo com as práticas seletivas, fragmentadas, corporativistas, sexistas e racistas ainda existentes”. Nesse sentido, afirma Nilma Lino Gomes: “Assumir a diversidade cultural significa muito mais do que um elogio às diferenças. Representa não somente fazer uma reflexão mais densa sobre as particularidades dos grupos sociais, mas, também, implementar políticas públicas, alterar relações de poder, redefinir escolhas, tomar novos rumos e questionar a nossa visão de democracia”.
              Étnico/Etnia: Refere-se a diferentes grupos raciais ou nacionais que se identificam, ou são identificados por outros, em virtude de suas práticas, normas sistemas de crenças e/ou características biológicas em comum. Ao serem denominados grupos étnicos, são implicitamente identificados por estar em minoria e possuir atitudes e tradições consideradas diferentes pela sociedade. Segundo alguns autores, o etnocentrismo no plano intelectual é a dificuldade de pensar a diferença e que , no plano afetivo emocional mobiliza sentimentos de hostilidade, medo e estranheza.
              Estereótipo: É uma visão simplificada e carregada de valores sobre as atitudes de uma pessoa ou um grupo social. Estas visões podem estar baseadas em culturas sexistas, racistas ou preconceituosas e são altamente resistente à mudanças. O estereótipo segundo alguns estudos é mais marcante nos produtos da mídia de massa, na educação, no trabalho e nos esportes ( quando se pretende dirigir os indivíduos para as atividades considerados apropriados ao grupo estereotipado). O Estereótipo cristaliza lugares sociais para as pessoas que dele são vitimas porque não compreende a idéia de que estas pessoas possam fazer coisas para além do lugar imaginado. Na escola, indivíduos de determinados grupos são considerados inteligentes e outros , de outros grupos não recebem a mesmo conceito. Quando um aluno do grupo estereótipo apresenta desempenho fora do esperado é considerado exceção da regra. Algumas frases colhidas em pesquisas nas escolas exemplificam formas de estereótipos : “ Ele é negro mas é esforçado” ; “ Ela é pobre mas é esperta”, “ Ele é pretinho mas é educado”, “ Ele é da família Silva? Ah! Então não tem jeito”. . O Estereótipo como bem lembra Bento, “ É algo que funciona como um carimbo, a partir do que a pessoa é vista sempre através de uma marca, pouco importando como realmente ela seja”.
              Etnocentrismo: Tendência de descrever e julgar os sistemas de valores e práticas dominantes de outras culturas a partir do próprio ponto de vista. Designa o sentimento de superioridade que uma cultura tem em relação a outras. Tal atitude tem conexões com a esteriotipação dos outros e pode ser uma característica do racismo e do preconceito.
              Eurocentrismo: Euro (de Europa ) e centrismo ( de centro/centralidade) é a tendência de descrever e organizar os sistemas tendo como modelo focal a sociedade e os valores civilizatórios europeusÉ uma visão de mundo que tende a colocar a Europa (cultura, povo e a língua) como o elemento fundamental na constituição da sociedade moderna ou, como pretendem alguns, da sociedade civilizada.
              Griô: Segundo o historiador africano Hampaté Bâ, há várias categorias de griots (palavra francesa para aqueles que chamamos de dieli, em bambara, língua da África Ocidental): narradores orais, músicos e/ou cantores. Os griots não são os únicos tradicionalistas, mas podem tornar-se, se for a sua vocação: “É fácil ver como os griots genealogistas, especializados em histórias de famílias, geralmente dotados de memória prodigiosa, tornaram-se naturalmente, por assim dizer, os arquivistas da sociedade africana e, ocasionalmente, grandes historiadores, mas é importante lembrarmos que eles não são os único a possuir tal conhecimento. Os griots historiadores, a rigor, podem ser chamados de “tradicionalistas”, mas com a ressalva de que se trata de um ramo puramente histórico da tradição a qual possui muitos outros ramos”.
              História: A história não pode ser realizada e compreendida de várias formas: escrita, oral, quantitativa, econômica, cultural, social. A concepção de história vem sendo ampliada e relativizada com a história dos grupos socialmente subalternos e discriminados que já foram considerados “povos sem história”. Como área do conhecimento tem teorias e métodos próprios. Profissionais desse campo têm se voltado para a história da África e da população negra na diáspora.
              História da África: História das sociedades africanas, escrita e/ou narrada por africanos (as), afrodescendentes e pesquisadores/as de outros grupos étnico-raciais que apresentam a África em suas diversas conexões espaço-temporais, sem se limitar ao período do capitalismo mundial mercantilista e à escravidão moderna (séculos XVI a XIX). A história da África pode ser igualmente relacionada ao pan-africanismo, à negritude, ao movimento de descolonização e independência dos países africanos, ao racismo em escala mundial e às sociedades africanas contemporâneas.
              Identidade Negra: Segundo Gomes, a identidade negra deve ser identidade como uma construção social, história, cultural e plural, implicando a construção do olhar de um grupo étnico/racial sobre si mesmos a partir da relação com o outro. Ressalta a autora que identidade não é algo inato, portanto, relaciona-se também com os níveis sóciopolítico e histórico em cada sociedade. Construir uma identidade negra positiva é um desafio visto que ao negro foi ensinado desde cedo a negar seus pertencimentos.
              Lei 10.639/03- A lei 10.639/03 foi sancionada pelo Presidente da República em janeiro de 2003.Como um projeto de lei , tramitou na Câmara de deputados proposto pelos deputados Bem Hur (do Mato Grosso do Sul) e Esther Grossi (do Rio Grande do Sul). Com a mesma inspiração, anteriormente, várias leis foram sancionadas pelas Câmaras Municipais e pelas Assembléias Legislativas de vários estados tratando da inclusão de conteúdos de matriz africana nos currículos das escolas.
              Memória: A memória individual ou coletiva é sempre uma memória social e, por isso, é seletiva, composta de rememorações e esquecimentos e se apóia em elemento da vida de uma pessoa ou do(s) grupo(s) de memórias “subterrâneas” que devem ser registradas com procedimentos adequados. No caso da trajetória da população negra, marcada pela oralidade e por poucos registros escritos, a memória coletiva é fundamental para a continuidade das coletividades tanto rurais quanto urbanas.
              Mito: Segundo Marilena Chauí, “mito deve ser compreendido no seu aspecto etimológico da palavra grega mythos, isto é, uma narração pública de feitos lendários, mas também no sentido antropológico, no qual essa narrativa é a solução imaginária para tensões, conflitos e contradições que não encontram caminhos para serem resolvidos no nível da realidade”. No universo da africanidade, a mitologia está fundamentada nos fatos e acontecimentos narrados pelos humanos e/ou pelos deuses. A necessidade de fortalecer os povos, seus deuses ou heróis possibilitou a construção e a narrativa de diferentes histórias, inseridas no contexto sociopolítico, trazendo sempre uma lição de ética e/ou moral em que cada nação ressignifica suas relações sociais entre o cosmo, as pessoas e as razões dos acontecimentos naturais e/ou sobrenaturais.
              Multiculturalismo: Coexistência de várias culturas no mesmo espaço, no mesmo país, na mesma cidade, na mesma escola. Para Gonçalves e Silva, “embora o multiculturalismo tenha se transformado, com apoio da mídia e das redes informais, em um fenômeno globalizado, ele teve início em países nos quais a diversidade cultural é vista como um problema para a construção da identidade nacional. (...) Em suma, o multiculturalismo, desde sua origem, aparece como princípio ético que tem orientado a ação de grupos culturalmente dominados, aos quais foi negado o direito o direito de preservar suas características culturais”. Ainda que da perspectiva do multiculturalismo seja apresentada uma visão relativista dos valores, Capelo pondera que “o multiculturalismo não pode abrir mão da igualdade de direito e das necessidades compensatórias, caso contrário terá contribuído para excluir, para separar, para fragmentar, permitindo que a dominação sobre a minoria seja ainda mais eficiente”.
              Oralidade: Plano de transmissão dos saberes em várias sociedades, aparentemente posto em segundo plano na modernidade. Além disso, considera-se que a oralidade é o meio de transmissão de conhecimento de grupos e coletividades tradicionais, em particular, aquelas que não registram seus fenômenos através da escrita. No entanto, a expressão oral pode ocorrer vinculada a expressões visuais e corporais, artísticas e musicais, e, inclusive, escritas. A palavra, a fala, são primordiais na expressão oral como portadoras do conhecimento do grupo social em questão: “O ouvir, juntamente com o olhar e sentir, é necessário para apreender, distinguir, entender fatos de que se é testemunha, palavras que se ouvem, situações nas quais se é envolvido ou nas quais a pessoa se envolve. (...) O falar é a síntese do que se ouviu, presenciou, concluiu, e expressa tanto por palavras, como por gestos, muitas vezes apenas por gestos, decisão, encaminhamentos, formas de agir”.
              Pluralismo: Esse termo se refere às relações sociais em que grupos distintos em vários aspectos compartilham outros tantos aspectos de uma cultura e um conjunto de instituições comuns. Cada grupo preserva as suas próprias origens étnicas ao perpetuar culturas específicas (ou “subculturas”) na forma de igrejas, negócios, clubes, mídia. Existem dois tipos básicos de pluralismo: o cultural e o estrutural. O pluralismo cultural ocorre quando os grupos têm reconhecidos e respeitados sua própria religião, suas visões de mundo, seus costumes, suas atitudes e seus estilos de vida em geral, e compartilham outros com grupos diferentes. O pluralismo estrutural ocorre quando os grupos têm suas próprias estruturas e instituições sociais enquanto compartilham outras. O pluralismo, como ferramenta analítica pretende explicar como grupos diferentes, com diferentes “bagagens culturais”, e talvez interesses distintos, podem viver juntos sem que a sua diversidade se torne motivo de conflito.
              Políticas Públicas – Nas ciências políticas é o estudo das ações das instituições e autoridades públicas no seio da sociedade analisando o que fazem os governos, através de que meios para se chegar a quais resultados. Para alguns é “o Estado em ação”.
              Preconceito: Pre-condição de um ato de interpretação e consiste num conjunto de pressuposições. É uma atitude negativa em relação a algum grupo social específico. Assim como o racismo, o preconceito é analisado em sua relação com os sistemas de representação (como as imagens das coisas e das pessoas são apresentadas) e com as questões de poder.
              Preconceito racial: É , segundo Bento, um conceito negativo de uma pessoa ou de um grupo sobre outra ou um grupo diferente. O Preconceito racial é dirigido a aqueles grupos considerados inferiores e não merecedores de ações , políticas e direitos iguais aos outros, tais como : ter acesso a uma escola de boa qualidade; ter um bom emprego e cargos de chefia; ter uma boa moradia, etc.
              Raça: Um modo de classificação das pessoas que os distingue com base nas propriedades físicas que derivam de herança genéticaEstudos contemporâneos questionam essa modalidade classificação centrada na biologia e com forte elementos racistas e com a influência das relações políticas e de poder. A idéia de uma raça superior inspirou que um ramo da genética aplicada elaborasse os pressupostos Eugenia, ou seja, “ criar uma super-raça humana pelo cruzamento seletivo e pela eliminação do desajustado” . No Brasil a eugenia foi fortemente defendida por governos até os anos 40 e foi implementada como uma ação pedagógica escolar. É de inspiração Eugênica a idéia do branqueamento da população brasileira e o discurso de inferioridade racial imputado aos indígenas e aos negros.
              Racismo: Doutrina que defende a superioridade de certas raças e/ou grupos étnicos. É também o ato do indivíduo adepto da teoria racista. Modo hierárquico de classificação dos seres humanos que os distingue com base nas propriedades físicas. Segundo a psicologia, o racismo é capaz de gerar patologias nas pessoas discriminadas tais como depressão, perda de auto-estima e sentimento de inferioridade. No processo escolar, as seqüelas do racismo manifestam-se na evasão do aluno discriminado, em seu atraso escolar manifesta e na “dificuldade” de aprendizagem.
              Racismo Institucional: Segundo o Programa de combate ao racismo institucional do Nordeste/PNUD : “Pode ser detectado e percebido em processos, atitudes ou comportamentos que denotam discriminação resultante de preconceitos que colocam minorias étnicas em desvantagem e,determina a inércia das instituições e organizações frente às evidencias das desigualdades raciais.”.
              Reconhecimento: Os caminhos para o pluralismo centram-se nas lutas pelo reconhecimento e pelo direito à diferença dos povos negros, indígenas, dos movimentos feministas, dos movimentos da diversidade sexual, dos movimentos dos direitos humanos, em geral. A busca pelo reconhecimento é individual e social e o reconhecimento deve ser praticado pelos indivíduos e pelas instituições.
              Relações étnico-raciais: Para a Silva, o sucesso das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil depende das reeducação das relações entre negro e brancos pela autora denominada “ relações étnico –raciais” . Ainda segundo a autora, a negação das relações tensas forjadas pela centralidade do conceito biológico de raça, muitas vezes simularam pela idéia da democracia racial uma estrutura harmoniosa da sociedade brasileira. A educação das relações étnicos –raciais impõe aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças e elaboração de projetos conjuntos para a construção de uma sociedade justa e igual. Para tanto não cabe o improviso. A escola e os professores precisam desfazer a mentalidade racista e discriminadora secular, superando o etnocentrismo europeu.
              Segregação Racial: Separação forçada e explícita, com base na lei ou no comportamento social de grupos étnicos e raciais considerados como minoritários ou inferiores. Como nos indica Hélio Santos: “A segregação institucional, tipo apartheid, felizmente, nos dias atuais está em desuso. Há setores da sociedade brasileira tão fechados para algumas pessoas que poderíamos dizer que há uma segregação, não oficial, mas que funciona”.
              Território/Territorialidade: Para entendermos o conceito de territorialidade em África, é necessário verificarmos a complexidade do imaginário africano tradicional. Antes, é preciso entender que tradicional, nesse caso, não é igual a velho, estático e sem evolução. A territorialidade se dá através da força vital, da energia concentrada em tal espaço, sem fronteiras rígidas. A territorialidade pode ser percebida como espaço de práticas culturais nas quais se criam mecanismos identitários de representação a partir da memória coletiva, das suas singularidades culturais e paisagens. A territorialidade seria assim resultante de uma unidade construída, em detrimento das diferenças internas, porém evocando sempre a distinção em relação às outras territorialidades. Sodré afirma que “o território como patrimônio simbólico não dá lugar à abstração fetichista da mercadoria nem à imposição poderosa de um valor humano universal, porque aponta o tempo inteiro para a abolição ecológica da separação (sofística) entre natureza e cultura, para a simplicidade das condutas e dos estilos de vida e para a alegria concreta do tempo presente”.
              Vinte (20) de novembro/ Dia Nacional da Consciência Negra - Instituído em 1978, o dia da Consciência Negra é celebrado no dia do assassinato de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro ( 1695). A data relembra a resistência do negro contra o racismo – na memória dos quilombolas - e reflete sobre sua inserção na sociedade brasileira. Com a lei 10.639/03 ( art. 79b) a data passa a ser obrigatória no calendário escolar.
              Xenofobia: Aversão, medo injustificado a pessoa e coisas estrangeiras; ódio ao estrangeiro. O termo xenofobia também é considerado a condição psicológica para descrever pessoas que temem ou abominam grupos tidos como estrangeiros. Historicamente, o Brasil viu com reservas a presença de alguns imigrantes internacionais. No final do período imperial, não se admitia a presença de imigrantes africanos e asiáticos. Na época do nacionalismo do Estado Novo praticou-se o racismo e a xenofobia aberta ante a diversas nacionalidades, com a justificativa de que certas nacionalidades poderiam ser mais bem “assimiladas” pela sociedade brasileira e outras não, por meio de uma legislação excludente, revestindo-se também de roupagem tipicamente autoritária das circulares e ordens secretas e acompanhada de um clima xenófobo.
II. Referencias Bibliográficas
Barcellos, Daisy M. Etnografia, Educação e relações raciais. Porto Alegre/ UFRS Mimeo 8 Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução no 1.2004
Bento, Maria Aparecida S. Cidadania em Preto e Branco: Discutindo as relações raciais.São Paulo: Editora Atica, 1998.
Edgar, Andrew & Sedgwick, Peter. Teoria Cultural de A a Z. Conceitos – Chave para entender o mundo contemporâneo. São Paulo: Contexto, 2003.
Gomes, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. In, Educação anti-racista: caminhos abertos pela lei 10.639/03. Brasília. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. MEC, 2005, p 39-62.
Pinski, Jaime (org) . 12 faces do preconceito. São Paulo:Editora Contexto. 1999.
Silvério, Valter. Ação Afirmativa e combate do Racismo Institucional. Palestra proferida no lançamento do III Concurso Raça Negra e Educação. São Paulo, 2003. (acessar www. acaoeducativa.org.br)
Rocha, Everardo P;G. O que é Etnocentrismo. São Paulo, 1999. Coleção Primeiros Passos

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