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sexta-feira, 30 de março de 2018

terça-feira, 27 de março de 2018

Modo de vida de comunidades tradicio nais são ponte para novas formas de viver




Modo de vida de comunidades tradicio

nais são ponte para novas formas de

 viver

RACISMO É CRIME FUI CHAMADO DE "MACACO"."HOJE FOI COMIGO, AMANHÃ PODE SER COM VOCÊ!"



RACISMO É CRIME FUI CHAMADO DE "MACACO"... "HOJE FOI COMIGO, AMANHÃ PODE SER COM VOCÊ!".
 sentindo-se triste em Burguer King.

O preconceito racial é uma "doença" que deve ser eliminada da sociedade brasileira.
É inadmissível que em pleno século xxı, em 2018 ainda possa acontecer esse tipo de atitude racista.
Hoje estive com meu Advogado Drº Marcello Primo na DECRADI Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância para fazer um boletim de ocorrência repudiando o ato racista que sofri em umas das maiores rede de fastfoods do Brasil, Burguer King, na madrugada do dia 24/03, junto com uma amiga diplomata americana Littane Bien-Aime que estava comendo comigo...
Até quando isso irá existir no Brasil?
"HOJE FOI COMIGO, AMANHÃ PODE SER COM VOCÊ!"

 sentindo-se triste em Burguer King.

SENADO APRVA PROJETO QUE ASSEGURA AOS ALUNOS FALTAR AULAS E PRVAS PRO MOTIVO RELIGIOSO;;;




Nestes casos, a frequência deve ser atestada e as atividades podem ser compensadas pela reposição de aulas. Já as provas de segunda chamada devem ser marcadas para um horário alternativo:http://bit.ly/2FDmrVf.



A imagem pode conter: texto

domingo, 25 de março de 2018

Justiça suspende obrigação de Samarco, Vale e BHP depositarem R$ 1,2 bi



Justiça suspende obrigação de Samarco, Vale e BHP depositarem R$ 1,2 bi

Mariana (MG) - Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais (Antonio Cruz/Agência Brasil)




Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil

Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de MarianaJosé Cruz/Arquivo/Agência Brasil





A Justiça Federal suspendeu por tempo indeterminado a decisão que obrigava a mineradora Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton a depositarem R$ 1,2 bilhão como garantia de futuras ações de recuperação e reparação dos danos socioambientais decorrentes da tragédia de Mariana (MG). A decisão ocorre após as mineradores assinarem um Termo de Ajustamento Preliminar com o Ministério Público Federal (MPF).
O prazo para depósito já havia sido prorrogado algumas vezes. Na última ocasião, a data estabelecida era 19 de janeiro. Em sua decisão, o juiz Mário de Paula Franco informou que a suspensão se deve à "demonstração de atitudes concretas e à postura cooperativa das partes, do MPF e das instituições envolvidas, em buscarem a solução da presente lide".
Termo de Ajustamento Preliminarestabelece que as mineradoras irão contratar especialistas indicados pelo MPF para analisar o andamento dos programas de reparação dos danos da tragédia ambiental de Mariana, considerada a maior do país, que ocorreu em novembro de 2015. No episódio, a barragem de Fundão, pertencente à Samarco, se rompeu e liberou mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Dezenove pessoas morreram. Houve devastação da vegetação nativa, poluição da Bacia do Rio Doce e destruição dos distritos de Bento Rodrigues e de Paracatu, além de outras comunidades.
A reparação dos danos foi negociada em um acordo entre a Samarco, a Vale, a BHP, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. O documento estima um investimento de R$ 20 bilhões ao longo de 15 anos. As partes estão levando adiante os programas combinados, mas a Justiça ainda analisa se homologa esse acordo. O MPF contesta os termos. Em uma ação impetrada na Justiça Federal, que tramita paralelamente, o Ministério Público calcula os prejuízos em R$ 155 bilhões.
De acordo com o Termo de Ajustamento Preliminar, a análise dos programas de reparação dos danos poderá fundamentar, em junho, um Termo de Ajustamento de Conduta Final (TACF). Se as mineradoras e o MPF chegarem a um consenso, a ação de R$ 155 bilhões poderá ser extinta.
O Termo de Ajustamento Preliminar também sugere a substituição do depósito de R$ 1,2 bilhão pela garantia provisória de R$ 2,2 bilhões. Essa garantia seria composta por aplicações financeiras, seguro e bens da Samarco.

Edição: Juliana Andrade

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-01/justica-suspende-obrigacao-de-samarco-vale-e-bhp-depositarem-r-12-bi

sábado, 24 de março de 2018

ONDE O RACISMO SE ESCONDE




Los Angeles, USA - July 12, 2016 -  Black lives matter protestor put their fists in the air as a sign of 'black power' on City Hall following ruling on LAPD fatal shooting of African American female Redel Jones


POR MUITO TEMPO não conseguia enxergar quando estava diante de um ato racista. Até porque uma neblina me impedia de ver que era de fato negra. Mesmo sabendo que branca não era – uma confusão bem comum no Brasil do colorismo. Mas aprendi que não é só quando alguém delimita o que é ou não coisa de preto que o racismo acontece.
Tomei alguns bons baldes de água fria no meio do meu processo de entendimento como mulher negra. Com eles, veio a percepção de que o racismo sempre esteve presente na minha vida: em casa, na escola, na aula de dança ou entre amigos. Ele sempre esteve lá.
Ele é tão enraizado na estrutura da sociedade que muita gente não se dá conta de suas atitudes racistas. E muitos, assim como eu, não percebem quando estão sendo vítimas. Mesmo os mais progressistas reproduzem estereótipos e contribuem para a perpetuação do racismo, até em brincadeiras e elogios.
Demorei para entender que “ter tido a sorte” de não ter nascido com o “cabelo ruim do meu pai” não era uma vantagem. Ou que ser “elogiada” pela minha “beleza exótica” de “morena cor de jambo” não era nenhuma honra. Ou, ainda, que ter um “quadril de boa parideira” não era sorte alguma. Aliás, nada disso impediu que eu não fosse convidada para aquela festinha da escola particular de alunos brancos em que eu era bolsista, de ser vigiada pelo segurança quando entro em uma loja, ou de não ser atendida em um restaurante (sim, aconteceu).
As situações estão sempre acontecendo e se repetindo. E sim, é só porque sou preta. Neste ano, no período de uma semana, me vi em três situações onde o racismo se apresentou de forma sutil, pronto para passar despercebido, mas ele estava lá. Fiquei remoendo o sentimento de desdém e analisando o porquê de cada coisa.

No hospital

Meu falecido avô branco, que carinhosamente me chamava de pretão – para a loucura de vovó que sempre o lembrava que na verdade eu era moreninha -, precisou ser hospitalizado. Ele teve de passar por um determinado procedimento em que precisava de acompanhante. Eu, por já ter trabalhado na área da saúde e em emergência, me ofereci. Entrei na sala empurrando a cadeira de rodas e meus tios brancos ficaram aguardando no corredor. No meio do atendimento me perguntam se fazia tempo que eu era cuidadora dele, pois pela afinidade ele parecia gostar bastante de mim.
Respondi que eu era neta. O enfermeiro pediu desculpas envergonhado.

Na loja

Estava em uma loja na Zona Sul carioca dando aquela olhadinha quando uma senhora meio ríspida me questiona sobre um produto. Fui confundida com uma das funcionárias. Um clássico. Não, minha roupa não se parecia com o uniforme da loja. Não, eu não lembrava nenhuma das funcionárias do lugar (todas brancas, inclusive). Simplesmente, eu era a mais “escurinha” do local.
Essa situação já aconteceu tantas vezes que já tenho até uma resposta pronta. Em todas as vezes me senti agoniada. Só não sabia o motivo. Mas agora entendo que é pelo racismo embutido neste inocente ato de confusão. Ao que parece, existe uma regra que diz que preto em loja ou é assaltante ou é funcionário. Não podemos ter poder de compra e precisamos sempre estar na posição de quem serve.

“Você não tem cara”

Peguei um Uber na Baixada Fluminense em direção à Zona Sul. Uma distância que pode render uma longa conversa com o motorista. Digo que estou a caminho do trabalho e ele, sabemos bem o porquê, deduziu que eu era doméstica e tinha um patrão maravilhoso por me pagar um Uber – disse que atendia uma governanta que fazia o mesmo trajeto. Então, resolvo dizer que sou jornalista – queria causar climão mesmo – e eis que vem a frase: “Você não tem cara. Não parece”.
O motorista, também preto, ficou chocado com a informação. Para ele, esse tipo de profissão não é o que se espera de um preto, principalmente um preto da Baixada. Não contei para ele que esse pensamento era reflexo do racismo estrutural, mas me vi na obrigação de fazer um discurso meio motivacional dizendo que era possível sim.
Ele encerrou a corrida dizendo que eu era muito esforçada.
Há um tempo atrás, não conseguiria enxergar o que havia de errado nestes casos. Hoje, sei que acontecem porque esperam menos do preto. O entendimento do que é ser negro passa pela reconhecimento do racismo e, consequentemente, das situações em que ele ocorre. Repito que precisamos apontar toda e qualquer atitude racista. Precisamos deixar de negar o racismo.

https://theintercept.com/2017/11/20/racismo-consciencia-negra/

ATAQUES A RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA FAZEM PARTE DA NOVA DINÂMICA DO TRÁFICO NO RIO






“TODO O MAL tem que ser desfeito, em nome de Jesus”, diz um traficante, ordenando que uma yalorixá destrua as imagens do seu terreiro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, divulgado na quarta-feira (13). Em outro vídeo que circula nas redes sociais, um homem “lembra” a um pai de santo que o chefe não quer macumba no local: “É só um diálogo [segurando um taco de baseball escrito diálogo] que eu tô tendo com vocês. Da próxima vez eu mato”, diz. As cenas  absurdas  são uma amostra de uma onda de ataques a terreiros de umbanda e candomblé comandados por traficantes que seguem acontecendo no Rio de Janeiro.

Traficantes destroem terreiros de umbanda candomblé

Foto: reprodução de vídeo divulgado no youtube

Os casos mencionados aconteceram em lugares dominados pela 
mesma facção criminosa, o Terceiro Comando Puro. As investigações correm em sigilo e parte dos envolvidos já foi identificada. Como resposta ao crescente número de casos de intolerância, a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública acenam com  a criação de uma delegacia especializada até o fim do ano.Até o momento, só em setembro, foram oito casos registrados apenas em Nova Iguaçu. O Disque 100, serviço de denúncias de violações de direitos humanos do Governo Federal, recebeu, entre 2011 e 2016, 175 denúncias de intolerância religiosa no estado – 10% do total no país. Há relatos de ataques e perseguições em toda a  Região Metropolitana. No Rio, traficantes proíbem a prática das religiões e o uso de roupas brancas, levando filhos de santos a deixarem as favelas. Na Cidade Alta, após a troca de comando no morro em novembro do ano passado, imagens de santos foram retiradas de comércios locais.

traficantes-evangelicos-ataques
A conversão religiosa dos “homens do tráfico” não é um fenômeno novo, e esse tipo de perseguição acontece há mais de 10 anos nas favelas cariocas. Para ajudar a entender essa dinâmica em que traficantes que se denominam evangélicos tentam combater outras religiões nos territórios que dominam, The Intercept Brasil conversou com a professora de sociologia da UFF e autora do livro “Oração de traficante: uma etnografia” Christina Vital da Cunha, que pesquisa o tema há 23 anos.
The Intercept Brasil: Por que é comum que traficantes busquem ajuda religiosa?
Christina Vital da Cunha: Tanto policiais quanto traficantes, sempre estão no limite. Então, buscam proteção na religião. O salmo 91 é usado por policiais e traficantes, por exemplo. Assim como são Jorge foi e ainda é. O que acontece com essa proximidade mais recente dos traficantes com esse universo evangélico é que a igreja se apresenta como uma rede que os auxilia em diferentes questões da vida, como a preparar a saída do tráfico. O que os pastores chamam de libertação de traficantes.
TIB: Como aconteceu essa aproximação com os evangélicos?
CC: A primeira coisa que a gente tem que pensar quando vai se analisar essa situação é que os traficantes são formados em um caldo cultural que é comum hoje às pessoas de favelas e periferias. Eles sempre são produto de um meio. A gente vem observando com o passar das décadas, sobretudo dos anos 1990, um crescimento muito expressivo no número de templos religiosos evangélicos. Muitos deles são de famílias evangélicas, então já foram educados com referencial religioso.
“O pastor Marcos Pereira teve grande influência sobre a conversão de vários chefes do tráfico, a partir da ação dele nos presídios”.
Somado a isso, os pentecostais têm por característica a realização de missões com grupos marginalizados, entre eles os traficantes, oferecendo rede de proteção espiritual, psicológica e também material. Isso tem efetividade nessas localidades, assim como no sistema prisional.
pastor Marcos Pereira teve grande influência sobre a conversão de vários chefes do tráfico, a partir da ação dele nos presídios. Mas não só ele, traficantes convertidos, a Universal do Reino de Deus e a Assembleia de Deus também participam dessas ações em favelas e periferias.
TIB: Como os líderes religiosos enxergam esses traficantes que se denominam evangélicos?
CC: Há muitos nessa comunidade moral que é a comunidade religiosa, que negam o pertencimento do traficante, pois ele não pode dizer que é evangélico porque ele não tem uma conduta correta. Dizem que eles estão em um processo. Tem muita gente séria que leva a palavra de Deus a essas pessoas, pois acreditam que elas podem e devem se libertar. Mas também tem os que usam o dinheiro do tráfico. A coisa é complexa e tem de tudo.
TIB: A figura de traficantes evangélicos é exclusiva do TCP?
CC: Nos anos 2000, houve a conversão de um dos chefes do Terceiro Comando. Essa conversão atualiza comportamentos no crime. Havia uma orientação que levava a menos confrontos, menos mortes e também se referia às sucessões na hierarquia do tráfico baseada em uma visão que uma pessoa teve na igreja. A partir daí, traficantes de lugares diferentes da hierarquia do crime passam a se vincular ao universo religioso e ter o comportamento orientado por esse conjunto de valores evangélicos.
Agora, não podemos afirmar que todo traficante evangélico pertence a uma única facção. É verdade que os casos midiatizados nos últimos dias são em localidades da mesma facção. Mas, por exemplo, no Complexo da Maré [no Rio], na parte do território do Comando Vermelho é comum as pichações com salmos e orações nas paredes. É algo que faz parte da cultura da periferia.
TIB: Em que momento as religiões de matriz africana passam a ser perseguidas?
CC: Existem líderes religiosos que incentivam a partir dos seus discursos nas igrejas atos de combate a inimigos espirituais e terrenos. Isso é uma prática que não acontecem só em igrejas de denominação única [independentes] em favelas e periferias. Isso acontece também com lideranças que estão aparecendo na mídia, e a gente vai encontrar isso em diferentes denominações e camadas sociais.
A partir da valorização de uma teologia do domínio, insuflam o combate ao inimigo, o combate das forças do bem contra o mal. E o mal está localizado em determinados símbolos, signos, grupos, religiões e comportamentos que devem ser combatidos com ações enérgicas em perspectivas violentas.
A gente vai acompanhando os efeitos negativos na sociedade em geral, como a menina Kaylane, que levou uma pedrada em 2015. Agora a gente vê com mais frequência essa ação dos traficantes, mas já tem pelo menos dez anos de perseguição e constrangimento em relação a religiões afrobrasileiras nas favelas.
TIB: Por que agora os ataques se tornaram constantes e são divulgados pelos próprios traficantes?
CC: Isso começa a sair do controle dos líderes religiosos e passa a ser como um código entre os traficantes. Um modo de comportamento que é divulgado como um modo de demonstrar força e domínio. E acaba viralizando na facção, em parte tem a ver com o estímulo de liderança religiosa, mas, também, tem relação com a própria dinâmica do tráfico. É uma demonstração de poder que se expressa no combate a esses religiosos que representam o mal dentro da favela. Trata-se de mais uma modalidade de violência.
TIB: O que pode ser feito contra essa perseguição?
CC: É muito importante que esses casos sejam midiatizados. A pessoas precisam procurar meios de falar sobre isso. Campanhas que criem estigmas em relação aos intolerantes e ações do estado em diferentes frentes são necessárias para que esse ataques parem.
(Esta entrevista foi editada para melhor compreensão do leitor.)

https://theintercept.com/2017/09/20/ataques-a-religioes-de-matriz-africana-fazem-parte-da-nova-dinamica-do-trafico-no-rio/

RELIGIOSOS LUTAM PARA LIBERTAR ORIXÁS DA POLÍCIA






FÉ É CRIME? A resposta óbvia para essa pergunta seria não. Mas, no Brasil, já foi. No início do século XX, a prática das religiões de matriz africana era considerada crime pelo código penal e diversos objetos ritualísticos foram apreendidos em batidas policiais. O texto do artigo que tornava “o espiritismo, a magia e seus sortilégios” crimes foi alterado em 1940, mas teve efeito prático até 1960. No entanto, no Rio de Janeiro, a Polícia Civil continua mantendo até hoje em seu acervo cerca de 200 peças sagradas para umbandistas e candomblecistas. Mais de 100 anos depois, líderes religiosos e ativistas do movimento negro buscam a transferência desta parte da história para um local apropriado e de exaltação à cultura negra através da campanha “Liberte o Nosso Sagrado”.
“Queremos colocar as peças em lugar mais adequado e não na polícia. Não em um prédio que foi sede do Dops durante a Ditadura Militar com toda essa carga negativa, onde torturas aconteceram. Para que as pessoas tomem conhecimento do que ocorreu esse tempo todo e saibam que essas peças são peças sagradas de uma religião dos nossos ancestrais”, explicou a Yalorixá Luizinha da Nanã durante a marcha do movimento Ocupa Dops. O grupo luta pela transformação do Museu da Polícia Civil em um espaço de memória da Ditadura.
A peças chegaram a ficar expostas por anos ao lado de símbolos nazista no Museu da Polícia Civil com a denominação “Coleção Magia Negra”, mas, hoje, estão longe do acesso do público e de pesquisadores e encontram-se no acervo do museu. Entre os objetos estão imagens, instrumentos musicais e vestimentas tombados pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual Iphan, ainda em 1938.

Racismo Religioso

A ideia da campanha é usar a história para debater o racismo religioso que atualmente se manifesta de outras formas. No passado, era amparado pela lei, já que a religião era criminalizada pelo Estado. Hoje, o preconceito se faz presente em buscas por brechas nela, principalmente, por meio da perturbação do sossego.
Em março de 2017, pai Edson de Omulu foi condenado a 15 dias de prisão por perturbação do sossego no Recife (PE). O Babalorixá afirmou se tratar de um caso de racismo religioso, pois o autor da ação já havia tentando impedir o culto de diversas formas em um período de dois anos e o toque dos tambores em seu terreiro seguia até as 20h. No Sergipe, em janeiro de 2016, atabaques foram apreendidos pela polícia, assim como na primeira república,após uma denúncia do mesmo teor. O texto na página da Polícia Militar do Sergipe criminaliza a religião ao que dizer que após denúncia, um grupo de pessoas foi “flagrado” em um culto religioso com instrumentos de percussão por volta das 20h30.
“Resgatar essas peças é uma questão de justiça a nossas ancestralidades”.
Além disso, ainda existe a tentativa de interferência direta do Estado nos ritos sagrados. Como a ação que corre no Supremo Tribunal Federal que questiona o abate religioso. Os ministros que vão decidir se o uso de animais em ritos de matriz africana viola a Constituição, que em seu artigo 225 coíbe a crueldade contra animais.
Seguimos sem notícias de batidas policiais em igrejas, prisões de pastores, padres ou rabinos e, ainda, tentativas de interferência direta do Estado em outros ritos religiosos. Por sorte, para as demais religiões, o artigo 5º da constituição que garante a liberdade de culto parece funcionar.
Como, no caso das religiões de matriz africana, os casos se repetem, trazer à tona o que acontecia – teoricamente no passado – enriquece o debate contra o preconceito. “Esse acervo, além de mostrar a riqueza das religiões afro-brasileiras também pode dialogar com o racismo religioso e a intolerância religiosa que continuam acontecendo”, comenta Jorge Santana, coordenador da campanha.
Assim como os coordenadores da campanha Liberte o Nosso Sagrado, The Intercept Brasil também não obteve um posicionamento da Polícia Civil sobre o caso. No blog da Associação dos Amigos do Museu da Polícia Civil, uma nota menciona a campanha e diz que as peças pertencem por justo direito à polícia. Além disso, o texto defende que, “em países civilizados peças e coleções não são removidas de museus”. No entanto, na Bahia, peças apreendidas pela polícia em batidas em terreiros, que estavam no Museu Estácio de Lima, do Departamento de Polícia Técnica (DPT), foram transferidas para o Museu Afro-Brasileiro (Mafro/Ufba) em 2010 após um movimento semelhante em Salvador.
No Rio, a campanha seguirá para o caminho judicial. “Resgatar essas peças é uma questão de justiça a nossas ancestralidades. É uma questão de justiça a todos os 5 milhões de negros que chegaram aqui no Brasil e que foram massacrados”, afirma a Yalorixá Luizinha de Nanã

https://theintercept.com/2017/07/04/religiosos-lutam-para-libertar-orixas-da-policia/

PAIS TENTAM BOICOTAR LIVRO SOBRE PRINCESAS AFRICANAS, MÃE RESISTE, E OBRA É MANTIDA






“QUANDO A PRINCESA Iemanjá abriu a boca, saíram dela milhares de estrelinhas. Eram estrelinhas de todos os tamanhos. Estrelinhas que brilhavam mais e estrelinhas que brilhavam menos”. São trechos como esse que fazem parte do livro infantil Omo-Oba – Histórias de Princesas, que foi questionado por um grupo de pais da Escola Sesi, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Eles não queriam que seus filhos, alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I, tivessem contato com a “cultura africana”.
A autora, Kiusam Oliveira, que é Doutora em Educação pela USP, conta histórias tradicionais do povo iorubano sobre seis princesas que se tornaram rainhas: Oiá, Oxum, Iemanjá, Olocum, Ajê Xalugá e Oduduá – que também são, no Brasil, entidades cultuadas por religiões de matrizes africanas. As histórias das ancestrais são narradas destacando suas habilidades com o objetivo de, segundo a autora, “empoderar meninas de todos tempos”.
“Um dos cuidados que tive foi de não ter uma conotação religiosa. O que as pessoas dificilmente sabem é que essas mulheres representam nossas ancestrais. E, aqui, com todo o racismo que a gente vive, quando se toca no nome delas, parece que você está falando de diabo e demônio. O livro vem para desmistificar uma série de situações”, explica a autora.

Omo-Oba é recomendado pelo MEC e utilizado em escolas em todo o Brasil desde 2009. “É a primeira vez em dez anos que algo desse tipo acontece. Para mim, isso reflete a atual conjuntura do nosso Brasil. As pessoas intolerantes e racistas estão se achando no direito de agir porque, agora, temos a impressão que tudo pode”, afirma Kiusam.
Ao ser questionada sobre o livro por um grupo de pais, a escola enviou um bilhete informando que os alunos seriam divididos em grupos de trabalho, e que a obra poderia ser substituída por outra caso algum grupo assim desejasse. A professora da rede pública Juliana Pereira de Carvalho, mãe de Gael Bretas Pereira, de 8 anos, que estuda na Escola Sesi, se indignou. Ela postou o comunicado no Facebook.
“Com certeza isso é um preconceito afro-religioso, não consigo perceber outra coisa. Eu tinha acabado de vir da manifestação da Marielle, estava muito sentida. Eu cheguei em casa e meu filho me entregou o bilhete. Eu vi aquilo e pensei ‘mas era só o que me faltava’”, conta.
O ensino de história e cultura africana e indígena nas escolas é determinado pela Lei 11.645, que foi mencionada por Juliana em sua postagem. As escolas também devem cumprir a Lei 10.639, que diz que o conteúdo programático deve incluir a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
Com a repercussão da história nas redes sociais, o caso chegou à gerência da Educação Básica da Escola Sesi no Rio de Janeiro, que decidiu não substituir o livro. Fez mais: promoveu um debate com os pais. E manteve a postura: o livro será usado nas 15 unidades do Estado.
“Diante do que a gente defende como projeto pedagógico, isso não pode acontecer. Não terá nenhum outro livro adotado, porque o livro escolhido foi esse”, afirmou Giovanni Lima, gerente da escola.
Antes de Juliana, outra mãe publicou o mesmo bilhete nas redes sociais. Ela foi chamada pela pedagoga da instituição para uma conversa. A professora explicou que as medidas foram tomadas em respeito à religião dos pais insatisfeitos com o livro. A decisão de não utilizar outro livro só foi tomada após a repercussão da segunda postagem nas redes sociais.
“A escola não está descolada do nosso contexto político. Provavelmente, se a gente não tivesse causado essa discussão mais ampla, alguns pais que são neutros teriam se deixado levar pelos insatisfeitos, e a gente teria caminhado para a pior relação possível entre as crianças. Relatei a situação para o meu filho de forma que ele compreendesse, e ele ficou muito triste com o preconceito”, conta Juliana.

Racismo recorrente

“Isso é uma repetição. Já vi acontecer outras vezes, em outras escolas, com outros livros que trabalham a mesma temática. Já teve escola que simplesmente disse que ‘esse aqui não’”, conta Maria Mazza, fundadora da editora Mazza, dedicada a livros sobre a cultura negra e que publica o livro Omo-Oba.
Em 2009, um caso semelhante aconteceu em uma escola em Macaé, também no Rio de Janeiro, quando uma professora optou por trabalhar o livro indicado pelo MEC “Lendas de Exu”, de Adilson Martins, em aula. Mesmo argumentando não ter usado conotação religiosa, a professora foi afastada pela direção do colégio – que seria formada por diretores evangélicos.
O uso de livros de Jorge Amado em salas de aula também já foi questionado em São Gonçalo. “As pessoas acham que tudo que está ligado à cultura africana tem a ver com religião. Existe uma visão de demonizar as culturas afro-brasileiras. É preconceito e racismo religioso. A mitologia grega com a sua visão eurocêntrica ninguém pede para retirar da escola”, lembra o babalorixá Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.
A Escola Sesi voltou atrás em relação à divisão de grupos de trabalho que levem em consideração a religião do aluno. Porém, os efeitos da tentativa dos pais de boicotarem a obra foram sentidos. “O modelo de ação já foi dado, mesmo com a reparação. A minha preocupação é que outros livros sejam atacados. Precisamos ficar atentos”, teme a autora.

https://theintercept.com/2018/03/20/livro-racismo-escola-sesi/

terça-feira, 20 de março de 2018

Dia internacional de luta contra a discriminação religiosa...

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Em 21 de março de 1960, em Joanesburgo na África do Sul, 20.000 vinte mil pessoas faziam um protesto contra a lei do passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Porém, mesmo tratando se de uma manifestação pacífica, a política do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos. Em memória a este massacre a Organização das Nações Unidas - ONU - instituiu 21 de março o dia Internacional de luta contra a discriminação racial.

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sexta-feira, 9 de março de 2018

O orum em festa ...Nosso paó ao Jovem Babalorixa Renato ori D*Oya rumo ao Orun....

Linda e humilde homenagem de uma filha,  tradução de amor ancestral de povos tradicionais de matriz africana.. aos seu mais velhos......

"Pai Renato ".... Renato Luis De Oya Guere
"Tudo tem começo, mas sem o fim nada se inicia. Oxalá na sua imensa sabedoria e grandeza, permitiu que tudo e todos fossem a sua frente, o fim seria por sua conta para garantir um bom final. Então se ainda não esta bom e porque não acabou. Nunca esqueça, oxalá vem no fim para garantir o nosso final feliz
- “Hoje o sol não brilhou, os pássaros não cantaram, os risos se calaram e as lágrimas rolaram em meu rosto. Meu coração sofre em silêncio.”
: "...Débora Ekedje de Yemonjar Sogbá".

Fonte: Kinha Kika

Orum em festa com Ori Oya..Olorum kosi purê...... Nosso silêncio sempre e nosso paó....Povos de Terreiro do RN e #RedeMandacaru.....


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"Pai Renato ".... Renato Luis d*Oyagerê - Babalorixa...



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