Em 2009, Riacho da Cruz, a 350 quilômetros de Natal, foi o último
município do Rio Grande do Norte a notificar o primeiro caso de Aids.
Com pelo menos um infectado em cada uma das 167 cidades, o Estado
constata a realidade nacional da interiorização da doença. A cada mês,
morrem em média seis pessoas com Aids em estágio avançado no Hospital
Giselda Trigueiro, a maioria antes dos 40 anos, segundo o infectologista
Kléber Luz.
Em 2008, a ex-garota de programa Jéssica*, 39 anos, descobriu por acaso que era soropositiva. “Comecei a ter tosse, febre e frio constantes. Pensei que estava com pneumonia”, relata. O nome é fictício mas a história é verídica e comum, porque o exame de HIV ainda é um mito para médicos e pacientes. Após dias internada no HGT, referência para tratar doenças infectocontagiosas, marido e amigos souberam que o quadro clínico de Jéssica se originava do vírus da Aids.
A experiência de vida dela fragilizou sua exposição à doença. Mas mulheres, jovens e idosos de diferentes classes sociais e de locais cada vez mais distantes dos centros urbanos começam a aparecer com mais frequência nas estatísticas de Aids. “Não há mais grupo de risco: quem tem vida sexual ativa corre perigo de se infectar”, diz a coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em HIV/Aids do Hospital Giselda Trigueiro, infectologista Teresa Dantas.
Há 14 anos atendendo pacientes com Aids, a médica aponta mudanças no perfil de notificações: feminilização, pauperização, interiorização e maior número de idosos doentes. “Antigamente Aids era doença de rico, usuários de drogas injetáveis, na região Sul”, diz. “Hoje temos pacientes mais pobres, do interior, infectados sem nunca terem saído para morar fora, como ocorria antes ao se constatar casos em cidades distantes da zona urbana”.
O RN não aparece no ranking das 100 pequenas cidades do país onde dobraram os casos de Aids entre 1997 e 2007, mas a realidade da doença não tranquiliza a Secretaria de Saúde Pública do Estado (SESAP). Principalmente entre a faixa etária jovem. No Carnatal de 2009, em quatro dias de folia, três dos 301 exames realizados com os foliões resultaram positivos.
“A média de um caso para cada 100 pessoas foi muito alta”, diz a coordenadora do programa estadual de DST/ Aids, Sônia Lins. “Houve, ainda, um caso inconclusivo, cujo teste deve ser refeito, mas a pessoa precisa nos procurar porque não podemos fazer busca ativa”. A faixa etária de 20 a 34 anos tem o maior registro de casos no RN desde a primeira notificação, em 1983: 1.130 infectados. Dos 15 aos 19 anos são 37 casos, cinco diagnosticados em 2003.
A Sesap é notificada apenas de soropositivos com Aids manifestada. “O infectado com HIV pode demorar anos para apresentar Aids, mas em algum momento ela aparece”, diz Sônia. O primeiro caso entre jovens de 10 a 14 anos foi detectado em 2001 e, o segundo, seis anos mais tarde. “Provavelmente ocorreu pela placenta da mãe, transmissão vertical”.
Em 2008, a ex-garota de programa Jéssica*, 39 anos, descobriu por acaso que era soropositiva. “Comecei a ter tosse, febre e frio constantes. Pensei que estava com pneumonia”, relata. O nome é fictício mas a história é verídica e comum, porque o exame de HIV ainda é um mito para médicos e pacientes. Após dias internada no HGT, referência para tratar doenças infectocontagiosas, marido e amigos souberam que o quadro clínico de Jéssica se originava do vírus da Aids.
A experiência de vida dela fragilizou sua exposição à doença. Mas mulheres, jovens e idosos de diferentes classes sociais e de locais cada vez mais distantes dos centros urbanos começam a aparecer com mais frequência nas estatísticas de Aids. “Não há mais grupo de risco: quem tem vida sexual ativa corre perigo de se infectar”, diz a coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em HIV/Aids do Hospital Giselda Trigueiro, infectologista Teresa Dantas.
Há 14 anos atendendo pacientes com Aids, a médica aponta mudanças no perfil de notificações: feminilização, pauperização, interiorização e maior número de idosos doentes. “Antigamente Aids era doença de rico, usuários de drogas injetáveis, na região Sul”, diz. “Hoje temos pacientes mais pobres, do interior, infectados sem nunca terem saído para morar fora, como ocorria antes ao se constatar casos em cidades distantes da zona urbana”.
O RN não aparece no ranking das 100 pequenas cidades do país onde dobraram os casos de Aids entre 1997 e 2007, mas a realidade da doença não tranquiliza a Secretaria de Saúde Pública do Estado (SESAP). Principalmente entre a faixa etária jovem. No Carnatal de 2009, em quatro dias de folia, três dos 301 exames realizados com os foliões resultaram positivos.
“A média de um caso para cada 100 pessoas foi muito alta”, diz a coordenadora do programa estadual de DST/ Aids, Sônia Lins. “Houve, ainda, um caso inconclusivo, cujo teste deve ser refeito, mas a pessoa precisa nos procurar porque não podemos fazer busca ativa”. A faixa etária de 20 a 34 anos tem o maior registro de casos no RN desde a primeira notificação, em 1983: 1.130 infectados. Dos 15 aos 19 anos são 37 casos, cinco diagnosticados em 2003.
A Sesap é notificada apenas de soropositivos com Aids manifestada. “O infectado com HIV pode demorar anos para apresentar Aids, mas em algum momento ela aparece”, diz Sônia. O primeiro caso entre jovens de 10 a 14 anos foi detectado em 2001 e, o segundo, seis anos mais tarde. “Provavelmente ocorreu pela placenta da mãe, transmissão vertical”.
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