Agências internacionais
"O vento frio da xenofobia sopra outra vez", declarou o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao criticar a aprovação pelo
Parlamento Europeu de uma nova lei de imigração que prevê a expulsão de
quem ingressa de forma ilegal na Europa. "O problema que temos no mundo
desenvolvido hoje é o prejuízo contra a migração, o medo de perder o
status quo e os empregos", acrescentou Lula, em um encontro com
empresários em São Paulo.Veja também:
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"Esse é um problema extremamente sério", continuou o chefe de Estado brasileiro. Para ele, a solução do problema imigratório "não está na proibição dos pobres de ir à Europa, mas ajudando os países a se desenvolverem."
A declaração do presidente refere-se a lei aprovada na semana passada pelo bloco que autoriza a detenção temporária de imigrantes ilegais e sua expulsão do continente, proibindo um retorno por até cinco anos.
Em seu discurso em uma reunião para discutir políticas de inclusão social, Lula fez alusão a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que em dezembro completará 60 anos, e assinalou que a norma européia contraria os ideais deste acordo.
"Passadas seis décadas do mais ousado compromisso de paz firmado após a Segunda Guerra mundial, fronteiras marcadas pelo prejuízo e discriminação voltam a cercar os países e separar os continentes", destacou o presidente.
"Contra o medo e a intolerância, é necessário defender o artigo 13 da declaração de 1948 (dos Direitos Humanos) que nos diz que todo ser humano tem direito a circular livremente e escolher sua residência no interior de um Estado", concluiu Lula.
Cerca de 400 mil brasileiros vivem na Europa, muitos de forma ilegal. O País tem criticado duramente as políticas restritivas de imigração.
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