Trilha da Vida
A “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a
Natureza com os Sentidos”, criada em 1998, é referência no Brasil e no
exterior servindo para o desenvolvimento de metodologias e pesquisas em
Educação Ambiental (EA).
A Trilha da Vida é caracterizada
atualmente como uma Instalação de Arte que permite aos participantes
protagonizarem uma performance única e coletiva numa caminhada
intencional por um ‘espaço educador’ cuidadosamente elaborado e montado
enquanto ambiente de aprendizagem capaz de provocar eventos de
descobertas (heurísticos).
As instalações da Trilha da Vida
permitem as pessoas vivenciarem diferentes situações de olhos vendados
exercendo intensamente o tato, olfato, paladar e audição (MATAREZI 2001,
2005, 2006 e MATAREZI et al, 2003) na exploração de trilhas perceptivas
e interpretativas.
Com a proposta de possibilitar aos
participantes metaforizarem a problemática socioambiental, a vida e as
relações que se estabelecem consigo, com o outro, e com o lugar onde
vivem, cada experimento permite uma (re)descoberta dos sentidos da
natureza e da natureza dos sentidos, bem como a construção de
conhecimento a partir da tensão entre Imaginação e Racionalidade
proporcionado no diálogo entre Educação Estética e Educação Ambiental
Crítica e Emancipatória. Estas performances vão além de uma simples
sensibilização oportunizando um processo mais amplo de construção de
conhecimentos e saberes (“de dentro para fora”) de forma crítica e
proativa.
Despertando os sentidos das pessoas e
promovendo a religação entre “ser humano”, a “natureza” e suas
“culturas” por meio de uma experiência concreta, em ambientes típicos do
Cerrado, Caatinga, Floresta Atlântica e ecossistemas costeiros
associados em várias localidades do Brasil, a Trilha da Vida tem um
histórico de atendimento que já alcança mais de 30.000 pessoas. Como
reconhecimento pela contribuição gerada a Educação e Conservação
Ambiental, a Trilha da Vida recebeu em 2002 o Prêmio Raulino Reitz de
Educação Ambiental, da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina
(FATMA).
Em 2004, integrando Educação Ambiental e
Economia Solidária, realizou uma Caravana para participar do V Fórum
Brasileiro de Educação Ambiental ocorrido em Goiânia (GO) no período de 3
a 6 de novembro de 2004. Neste evento foram atendidas somente na
Instalação da Trilha da Vida cerca de 300 pessoas (10% de todos os
inscritos), em vivências de uma a duas horas com grupos pequenos de no
máximo 20 participantes.
“Rede Trilha da Vida” de Formação em Educação Ambiental por Biomas Brasileiros
Muitos coletivos educadores e redes
temáticas de educação ambiental (REABRI, REA-PR/Loanda, Rede Meros do
Brasil – http://www.merosdobrasil.org/, Rede de Conhecimentos e Práticas
Locais, REJUMA, RUPEA, p.e. e salas verdes) têm demonstrado interesse
em aplicar a metodologia da Trilha da Vida dentro de suas
características essenciais e pressupostos teórico-metodológicos,
passando a estabelecer parcerias e ações integradas em rede.
Nesses anos todos de experimentação em
diversos processos de Educação Ambiental, o Grupo Pesquisador da Trilha
da Vida definiu como estratégia de ampliação do Programa a implantação
da “Rede Trilha da Vida” de Formação em Educação Ambiental nos
diferentes biomas brasileiros como alternativa para uma difusão mais
consistente da metodologia. Pois, a disseminação da metodologia
necessita de apoio e a assessoria técnica para a implementação das
“Trilhas da Vida” e principalmente para a formação inicial e continuada
de coletivos educadores de forma presencial e à distância (EAD).
Assim, desde 2008 estão sendo
implantados Núcleos da Rede Trilha da Vida de Formação em Educação
Ambiental nos seguintes Biomas brasileiros:
2) – Bioma Cerrado , em Brasília (DF)
3) – Biomas Nordestinos (Caatinga, Floresta Atlântica e ecossistemas costeiros) em Natal (RN) e Caravelas/Salvador (BA).
A Trilha da Vida enquanto “Projeto” teve
inicio pela parceria do Laboratório de Educação Ambiental (LEA/CTTMar)
da UNIVALI com a ONG Movimento Verde Mar Vida – MVMV e Parque Natural
das Pedras Vivas (Florianópolis, SC – 1998 a 2000), juntamente com o
projeto “Utopias Concretizáveis Interculturais” da FURG/DLA (Rio Grande,
RS), com Grupo INSYDE (Brasil-Alemanha), com a ONG Voluntários pela
Verdade Ambiental (Itajaí, SC), com o CEMESPI/SME/PMI (Itajaí, SC) e com
a Faculdade Intermunicipal do Noroeste do Paraná (FACINOR – Loanda,
PR), sendo atualmente realizado em parceria com o Espaço Rural Clarear
(Camboriú, SC). Entre 1998 e 2000 teve apoio da Fundação O Boticário de
Proteção à Natureza (FBPN). Atualmente adquiriu a dimensão de Programa e
adotou a estratégia de disseminação por núcleos estruturados nos biomas
brasileiros e constituindo a Rede Trilha da Vida de Formação em
Educação Ambiental articulada e integrados em Redes de Colaboração
Solidária com coletivos educadores de SC, PR, RS, SP, DF, ES, BA e RN.
Para a implantação de um núcleo da Rede
Trilha da Vida prioriza-se uma formação de 130 horas em módulos
presenciais e em EAD das equipes interdisciplinares que possam ser
capazes de dar conta de todas as dimensões da Educação Ambiental
proposta, que visa potencializar tanto objetivos conservacionistas, como
educacionais e terapêuticos. O termo “conservacionista” aqui se refere à
Conservação das Diversidades Biológica e Cultural de maneira ampla e
não deve ser associado a “EA Conservadora”, mas sim a “EA Emancipatória,
Crítica e Transformadora”.
A formação em Educação à Distância (EaD)
é realizada como curso de extensão universitária pelo Projeto “Sala
Verde: Observatório de Educação, Saúde, Cidadania e Justiça
Socioambiental – Vale do Itajaí, SC”
(http://salaverdeitajai.blogspot.com/) utilizando-se do Ambiente Virtual
de Aprendizagem SOPHIA da UNIVALI aberto por um período de um ano. Os
conteúdos e atividades incluem desde embasamento teórico e metodológico
da Trilha da Vida, educação ambiental, bem como a construção do Projeto
Político Pedagógico (PPP) do Núcleo que esta em formação.
Ao todo participaram da formação inicial
do núcleo Bioma Cerrado nos anos de 2008 e 2009 cerca30 pessoas
representando 12 instituições.INSTITUIÇÕES PARCEIRAS E INTEGRANTES DO
NÚCLEO CERRADO: Amigos das Veredas; Coletivo Jovem do Distrito Federal –
CJDF; Escola da Natureza; Estação Ecológica Águas Emendadas; Fundação
Cora Coralina; Instituto de Desenvolvimento Ambiental – IDA; Instituto
de Educação Socioambiental – IESAMBI; Instituto de Permacultura e
Ecovilas do Cerrado – IPEC; Mão na Terra – Sitio Geranium; Movimento
Ambientalista do Guará – MAG; Rede Mundo Verde; Rotary Club Águas Claras
e Brasília Alvorada.
Já a formação inicial do núcleo Biomas
Nordestinos envolveu 40 lideranças e educadores ambientais das seguintes
instituições: Guarda Municipal de Natal (RN); Ong Oceânica; IBAMA/RN;
Coletivo Jovem (CJ) do RN; Rede da Juventude pelo Meio Ambiente
(REJUMA); Sala Verde /UFRN; Sitio Talismã (RS); Secretaria de Estado da
Educação e Cultura do RN; Santuário Ecológico da Pipa; Rede
Mandacaru/RN; Sala Verde/UNIVALI; Candomblé Nação Jeje Mari Vodum; Grupo
de Escoteiros do Mar Artífices Náuticos; Rede Universitária de
Programas de Educação Ambiental para Sustentabilidade (RUPEA);
RECOSOL/RN; Agência Reguladora de Águas do RN (ARSBAN); Rancho Boca da
Mata; UFRN/CB, ONG NAVIMA; BSGI; GAM. O curso presencial ocorreu em
meados de 2010 em Natal (RN) em parceria com o IBAMA/SUPES/RN e Sala
Verde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Sua
formação está em andamento e se constituirá no Núcleo Trilha da Vida:
Biomas do Nordeste – Caatinga e Floresta Atlântica.
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