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sábado, 3 de novembro de 2012

"Descobrindo o Transtorno e Déficit de Atenção - TDA" Márcia Homem de Mello©


"Descobrindo o Transtorno e Déficit de Atenção - TDA"
Márcia Homem de Mello©

Engraçado como o terno “a necessidade obriga” foi importante no meu mais recente investimento em estudos e busca de informações.
Mais surpresa ainda fiquei na conclusão desta minha pesquisa pessoal ao constatar que ainda precisamos evoluir MUITO nesse tema, o chamado Transtorno e Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade, o TDA-H. Para alguns o DDA, ou Distúrbio de Déficit de Atenção.
TDA-H é um distúrbio neurológico que se caracteriza pela alteração da atenção, impulsividade e hiperatividade, que atinge entre 3 a 5% de todas as crianças em idade escolar. O Transtorno pode ocorrer sem a Hiperatividade.
Vale ressaltar que TDA-H é uma disfunção cerebral, na qual o cérebro não funciona adequadamente, devido a interferência de impulsos rápidos, que se manifesta por três grupos de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
A primeira busca pode ocorrer pela hiperatividade, esse termo já é comum e de conhecimento mais popular. Geralmente crianças hiperativas levam apelidos ligados a esse comportamento inquieto, ou ouvem reclamações dos pais dizendo que parece que são “ligadas na tomada”.  Ou a busca pode ocorrer pela dificuldade de aprendizado, uma criança muito dispersa, dificuldade de compreender textos, etc. Mais difícil a procura por conseqüência de atos impulsivos. Ressaltando que esses comportamentos devem estar presentes em qualquer ambiente que se freqüente, não tendo relação com comportamentos que expressem falta de limite na educação/criação.
Apesar de ser um distúrbio comum na infância, pouco se vê em resultados de diagnósticos, podendo levar o transtorno a fase adulta ainda sem nenhum tipo de informação e tratamento ao portador. Ou por inúmeras vezes, ter um diagnóstico confundido com o Transtorno Bipolar.
Tem sido considerado de origem genética, o que me mostrou uma complicação ainda maior devendo haver um levantamento histórico familiar que muitas vezes não é feito, mantendo o transtorno como individual na família ou tratando-se apenas suas comorbidades relacionadas (depressão, dislexia, ansiedade, abuso ou dependência de drogas, disturbios alimentares, etc) .
Com freqüência elevada no sexo masculino, a linha de busca não deve excluir o sexo feminino, mesmo sendo estatisticamente menor.
É importante lembrar que o diagnóstico para ser realizado na fase adulta, deve conter um levantamento de informações desde a infância, pois é onde se iniciam os sintomas. Buscar informações com familiares ajuda muito nesse momento, caso o adulto tenha poucas lembranças. O diagnóstico não deve ser feito com base em relato só na fase adulta.
A importância de se fazer o diagnóstico na infância se deve ao fato de que o tratamento minimizará os comprometimentos sociais, escolares e familiares, nessa fase e o prolongamento na fase adulta, na qual os comportamentos já estão instalados e as dificuldades de atenção continuam atrapalhando a qualidade de vida. Apesar de haver uma tendência ao declínio da hiperatividade, ou uma adaptação dessa inquietação na fase adulta, como a substituição por atitudes de estar sempre andando de um lado para outro, de fazer tudo como se estivesse com muita pressa, de não conseguir deixar as mãos paradas e assim por diante.
Existe um consenso de que nas meninas o tipo clínico mais comum é sem hiperatividade (tipo predominantemente desatento) e nos homens, mais freqüente o quadro com hiperatividade.
Minhas buscas se concentraram na fase adulta, por ter sido o meu ponto de partida, e também por reconhecer uma deficiência no diagnóstico desse transtorno dos profissionais da área, que não se percebem muitas vezes dos motivos geradores de uma doença como a depressão, ou dos indivíduos com diversos tipos de vícios, como as drogas químicas, o álcool, jogos, entre outras.
Alguém que teve sua depressão tratada, mas que ainda continuava sentindo-se “diferente”, de um angustiado em seus relacionamentos pessoais e sociais, por exemplo, ao saberem do diagnóstico de TDA-H, demonstraram um alivio tão significativo, que vale á pena investir mais tempo profissional nessa área de estudos.
Quando uma pessoa apresentar um quadro depressivo, fóbico, de ansiedade, um abuso de drogas, um distúrbio anti-social ou delirante, obsessividade, for imprudente, impulsiva, desorganizada, enfim, é importante fazer um levantamento mais específico para eliminar ou não a possibilidade de TDA-H.
Fiquei me perguntando quantas pessoas poderiam ter vencido a luta contra o vicio das drogas se tivessem sido diagnósticas corretamente? Quantas pessoas poderiam vencer a frustração profissional ou educacional? Quantos relacionamentos poderiam ser resgatados se houvesse o tratamento adequado do TDA-H? Quantos acidentes de trânsito seriam evitados? Quanto se teria diminuído estatisticamente de doenças sexualmente transmissíveis ou de gravidez precoce?
E uma última pergunta que me pareceu mais relevante ao final das minhas reflexões: Quanto os profissionais poderiam ter melhorado a qualidade de vida dessas pessoas evitando que algumas se voltassem para o “mundo do crime”, já que existe uma prevalência elevada de adultos portadores de TDA-H em estabelecimentos prisionais?
Estranho pensar nessas perguntas vistas por esse ponto de vista? Num primeiro momento pode ser, mas se aprofundarmos o tema, verá que a responsabilidade é muito maior do que parece.
Graças aos avanços científicos estamos tendo a possibilidade de mudar tudo isso. Mas precisamos do compromisso da divulgação da informação destes avanços, com a finalidade de chegar-se ao maior número possível de diagnósticos, corretos e o mais breve possível na fase de desenvolvimento do indivíduo.
Impressiona a aflição de um TDA-H em não conseguir se organizar em sua vida pessoal, apesar de reconhecer a necessidade dessa organização, sente-se vencido, derrotado e extremamente frustrado pela falta de estímulo em executar tarefas simples do dia-a-dia.
Essa confusão atinge todas as áreas, da profissional, financeira, social, até a familiar e conjugal. O que torna difícil a convivência e compreensão desse tipo de comportamento por parte dos demais que sequer se dão conta do quanto isso angustia um TDA-H, apenas se afastam, demitem, cobram, pressionam e reclamam.
Na família do TDA-H, que pode vir a ter mais de um portador, os conflitos são maiores, tornando essa convivência um verdadeiro caos.
O tratamento existe. Com uso de psico-estimulante e terapia o TDA-H terá condições de modificar positivamente tudo isso. É importante a busca pelo profissional adequado que fará o diagnóstico e iniciará o processo correto, com acompanhamento da medicação e da terapia.
Converse com o profissional, se informe BEM sobre o assunto.

Para ajudar nesse tema, vou destacar alguns itens que também me foram importantes nesse momento.


Aqui o médico Drauzio Varella conversa com um médico psiquiatra sobre o tema:

Vídeos sobre TDA-H:
Programa do Jô de 2003, entrevista com o Dr. Paulo Mattos:
http://www.youtube.com/watch?v=1k56SxwnPaM  (video 01)http://www.youtube.com/watch?v=qxRnUKAydYo  (video 02)

Dr. Paulo Issa
http://www.youtube.com/watch?v=Ztkaw9W-Mxk

Dra. Ana Beatriz Silva:http://www.youtube.com/watch?v=qYuGThq02uE&NR=1

Pesquisa feita por pesquisadores gaúchos revela que o TDAH tem pouco a ver com influências ambientais e mais com fatores genéticos e neurobiológicos da criança:http://www.youtube.com/watch?v=MePQm8XjWQU

Um video usando realidade virtual, sobre o olhar de uma criança em sala de aula com exemplos de TDAH:http://www.youtube.com/watch?v=s0K9ijrRWfo

Existe uma associação que ajuda no tema:
Associação Brasileira de Déficit de Atenção - http://www.tdah.org.br 

Dois outros links também contendo muitas informações:
Nesse site pode ser encontrado o Consenso Brasileiro de Especialistas sobre o Diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção – Hiperatividade em Adultos - http://www.tdah.org.br/consenso_final.pdf 

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