Professor denuncia tio por homofobia e ameaças
Publicação: 2014-09-16 11:09:00 | Comentários: 0
Um caso de homofobia dentro de uma família chamou a atenção da população de Natal durante o fim de semana. Um professor universitário de 35 anos relatou agressões verbais e ameaças de um tio e foi à polícia prestar queixa contra o familiar. Na manhã de hoje (16), a Polícia Civil foi em busca do suposto autor das ameaças para intimá-lo a depor sobre o caso, mas não o encontrou. Apesar de temer pela própria vida, o professor garante que vai manter a rotina e que não vai deixar a casa onde mora com outros familiares, em Neópolis, zona Sul de Natal.
No domingo (14), o professor Rodrigo Nascimento postou nas redes sociais um desabafo sobre um problema recorrente com ele, que eram ataques homofóbicos partindo de um tio. No texto, Rodrigo relata casos de humilhação e ameaças desde a infância até a fase adulta, apesar do apoio que tinha por parte de outros familiares que presenciavam as cenas.
"Era uma vez... um menino que entre seus seis, sete, oito anos, quando ainda nem entendia o que era possuir orientação sexual diferenciada, sofria humilhações e era exposto por seu tio dentro e fora do ambiente familiar. Nunca tal criança pode compreender o que havia feito de errado ou como aquilo poderia ser justo, tendo em vista que seu comportamento não causava mal a ninguém, nem tinha sido escolha dela", diz a postagem do professor.
Relatando casos que o acompanharam desde a infância, quando ele "percebia que sua diferença não significava um status de inferioridade em relação a quem 'se acha' superior", ele decidiu que não mais aceitaria as humilhações impostas. O estopim foi uma nova discussão onde o tio teria feito ameaças ainda mais contundentes.
"A briga começou comigo. Ele me xingou e, quando tentou me agredir, minha mãe ficou entre nós e impediu. Ele fica descontrolado sempre que ocorrem esses problemas e eu já havia dito que não deixaria passar em branco caso ocorresse novamente. E ocorreu", disse Rodrigo Nascimento.
Anteriormente, Rodrigo já havia feito denúncia contra o mesmo tio, devido a um episódio semelhante que ocorreu anteriormente. Porém, depois de apelos por parte dos familiares, ele teria retirado a queixa, mas advertiu que, caso ocorresse novamente, iria até o fim com o processo. "E é o que vou fazer", garantiu.
Após relatar o caso nas redes sociais, na segunda-feira (15) Rodrigo foi até a 10ª DP, em Pirangi, e prestou queixa contra o tio por injúria e ameaça. Hoje, policiais civis foram até a casa onde mora o tio, que fica no mesmo terreno da residência onde Rodrigo vive. Contudo, o tio do professor não estava em casa no momento da intimação.
"Geralmente, dependendo do caso, buscamos rapidamente uma solução para evitar o pior. Vemos se é possível uma conversa para solucionar, mas se for algo muito grave, abrimos o inquérito imediatamente", explicou o delegado Odilon Teodósio, titular da 10ª DP, mas que ainda não teve acesso ao caso, mas disse que a intimação nesses casos é feita logo após a abertura do procedimento na delegacia.
Para Rodrigo Nascimento, a exposição do problema que teve dentro da família é uma forma de incentivar outras pessoas que sofrem homofobia a denunciar os agressores. "Fiz a postagem porque queria o apoio de minha família e fazer com que outras pessoas que passam por isso não fiquem tanto tempo caladas como eu fiquei", disse.
Apesar de relatar que o tio tem temperamento agressivo, ele garante que, mesmo temendo pela própria vida, não vai deixar a casa onde reside.
"Muitos me aconselharam a sair temendo pela minha vida. Dizem que eu preciso estar vivo para lutar contra isso. Mas eu acho que se eu sair de casa, eu estarei aceitando a exclusão, o ser colocado à margem, e isso eu não aceito mais".
Apoio
Após a postagem no Facebook, centenas de pessoas demonstraram apoio a Rodrigo Nascimento e incentivaram que o professor siga com o processo. Mesmo sendo aconselhado a prevenir possíveis agressões, os amigos do Facebook elogiaram a coragem do professor.
"Um primeiro passo. Espero de verdade que vc consiga enquadrar isso que seja legalmente. Quanto ao homofóbico... enfim, nem sei o que pensar. Apesar de tudo ainda é seu tio e não vou dizer o que penso", postou uma das amigas do professor. "Parabéns pela coragem de tornar essa situação pública, não te conheço muito bem, mas pelo pouco que conheço e vejo minha irmã falando, sei que você é uma pessoa de caráter e esforçada, e isso é o que realmente importa. Forças e discernimento para você nesse momento difícil", postou outra pessoa que leu a postagem.
Confira a íntegra do texto postado:
Uma história de homofobia
Peço a todos que costumam acompanhar minhas postagens aqui no face que não deixem de ler esta:
Geralmente, costumo contar as coisas de forma engraçada, até as situações mais difíceis conto com ironia, sarcasmo e tento rir e, quando posso, poetizar as minhas dores.
Hoje não tenho como contar essa história de modo engraçado, pois não é assim que a enxergo e todo o sofrimento trazido por ela me fazem apenas serrar os dentes num misto de raiva, frustração e sentimento de impotência.
Era uma vez... um menino que entre seus seis, sete, oito anos, quando ainda nem entendia o que era possuir orientação sexual diferenciada, sofria humilhações e era exposto por seu tio dentro e fora do ambiente familiar. Nunca tal criança pode compreender o que havia feito de errado ou como aquilo poderia ser justo, tendo em vista que seu comportamento não causava mal a ninguém, nem tinha sido escolha dela.
A questão é que infância e adolescência para essa pessoa foram recheados de culpa geradas pelas inúmeras agressões verbais sofridas dentro de casa. Avó, mãe e tia não compactuavam com as atitudes geradoras do sofrimento, no entanto, não conseguiam impedir que o tio da criança fizesse da vida dela um inferno.
No decorrer dos anos, quanto mais esse indivíduo se tornava consciente do que lhe fazia diferente, mais ele percebia que sua diferença não significava um status de inferioridade em relação a quem “se acha” superior; mais ele entendia que os preconceitos se estruturam sobre a ignorância; mais se tornava compreensível para ele que, no que diz respeito às relações humanas, é autoritário e arrogante querer determinar quem está certo ou errado; ele decidiu que o certo é aquilo que faz bem e o errado aquilo que faz mal a ele ou aos demais, e sua orientação sexual não causava danos a ninguém.
Aquele menino, agora adulto, consciente de quem era, superou a culpa que lhe foi incultada durante toda uma vida. No entanto, do outro lado sempre esteve o tio, cada vez mais preconceituoso, cada vez mais tirano, cada vez mais homofóbico. A avó do menino sentia dores e o coração acelerar quando o tio falava mais alto, vislumbrando a ocorrência de uma tragédia.
Um cachorro da vizinhança e o cachorro da família levaram uma surra do tio por estarem “fazendo amor”. Brincadeiras a parte, foi um momento de revolta grande das pessoas que presenciaram, pois os cachorros estavam apanhando sem defesa até se mijarem sem ter consciência do motivo.
O tirano, homofóbico e covarde foi ficando cada vez mais frustrado porque o rapaz conseguiu concluir uma faculdade, passou em concursos públicos para duas prefeituras, fez mestrado, passou em concurso público de Universidade e nunca foi demitido dos empregos. Enquanto o tirano nunca conseguiu concluir faculdade, nunca passou em concursos, seus empregos sempre foram conseguidos por outras pessoas e nunca por mérito dele e sempre foi demitido por fazer confusões ou por incapacidade.
O rapaz atraía a atenção de amigos e familiares por ter sido durante algum tempo ator e bailarino, era elogiado por sua escrita e sempre tratou com respeito e educação as pessoas com quem se relacionava em seus ambientes de estudo e trabalho. O homofóbico covarde só chamava atenção bebendo e fazendo confusão.
Isso tudo sempre levou o rapaz a pensar: se existe alguém que é mais útil e que se encaixa mais na vida em sociedade sou eu, o gay estudioso, trabalhador e que respeita o próximo, ou o hétero tirano e inútil descrito acima?
Então vieram as constantes agressões verbais, as agressões físicas e as constantes ameaças de morte. Da penúltima vez que ocorreu, o rapaz prestou queixa, fez B.O., fez exame de corpo de delito, mas a família fez de tudo para colocar panos quentes! O rapaz chegou a pensar: família tem disso, para o bem ou para o mal faz pactos que terminam beneficiando sempre os agressores e o tirano mais uma vez foi poupado de responder judicialmente e de sofrer uma vergonha pública pelo que tinha feito.
Mas ontem, dia 13/09/2014, o tirano, cada vez mais homofóbico, se é que isso seja possível, e embriagado, fez uma nova confusão, berrou os xingamentos para toda a vizinhança escutar, ratificou as ameaças de morte e tentou cometer as agressões físicas, que foram impedidas pela intervenção da minha mãe e do meu padrasto. Pois é, como o leitor que chegou até aqui já deveria supor, isso tudo tem acontecido comigo, Rodrigo Nascimento, dentro da minha casa, da minha infância até o dia de ontem.
Essa semana estou fazendo aniversário e decidi me dá esse presente: tornar isso público para que os possíveis comentários ou as manifestações de solidariedade possam envergonhar não só a esse como aos demais agressores que andam por aí vitimando pessoas por suas orientações sexuais; e o segundo passo dado será a tentativa de resolução judicial, mesmo sabendo que as leis brasileiras são demasiado brandas com esse tipo de agressão.
Sei que a família será contrária ao fato de tornar essa situação pública, mas acredito que não se trata de uma questão meramente familiar, trata-se, sim, de uma questão social, de uma luta que deve e precisa ser travada todos os dias dentro e fora de casa. As pessoas não podem ser julgadas, avaliadas e maltratadas por serem gays; os indivíduos são maiores e melhores que isso. Alguns poderão até dizer que estou me fazendo de vítima, mas não estou me fazendo, eu sou uma vítima!
Se algum de vocês conhece alguém que passa por uma situação desse tipo, ajudem! Uma palavra de apoio é suficiente para que a pessoa tenha coragem de seguir adiante no sentido de encerrar as agressões! Minha mãe, minha tia, meu padrasto e um primo foram fantásticos! Minha irmã Beatriz, que apesar do susto e do choro, teve mais uma vez um papel cômico na cena: mandava minha mãe chamar a Ronda Escolar. E meus vizinhos, cuja solidariedade e preocupação se mostraram no dia de hoje, aconselhando para que eu tomasse cuidado com as ameaças de morte.
Se alguém souber como agir para coibir isso dentro da lei agradecerei demais a ajuda. Também preciso de um bom advogado que saiba tratar desse tipo de causa.
Sem mais para o momento!
No domingo (14), o professor Rodrigo Nascimento postou nas redes sociais um desabafo sobre um problema recorrente com ele, que eram ataques homofóbicos partindo de um tio. No texto, Rodrigo relata casos de humilhação e ameaças desde a infância até a fase adulta, apesar do apoio que tinha por parte de outros familiares que presenciavam as cenas.
Arquivo Pessoal/FacebookRodrigo Nascimento é professor da UFRN e denunciou um familiar por ameaças e homofobia
"Era uma vez... um menino que entre seus seis, sete, oito anos, quando ainda nem entendia o que era possuir orientação sexual diferenciada, sofria humilhações e era exposto por seu tio dentro e fora do ambiente familiar. Nunca tal criança pode compreender o que havia feito de errado ou como aquilo poderia ser justo, tendo em vista que seu comportamento não causava mal a ninguém, nem tinha sido escolha dela", diz a postagem do professor.
Relatando casos que o acompanharam desde a infância, quando ele "percebia que sua diferença não significava um status de inferioridade em relação a quem 'se acha' superior", ele decidiu que não mais aceitaria as humilhações impostas. O estopim foi uma nova discussão onde o tio teria feito ameaças ainda mais contundentes.
"A briga começou comigo. Ele me xingou e, quando tentou me agredir, minha mãe ficou entre nós e impediu. Ele fica descontrolado sempre que ocorrem esses problemas e eu já havia dito que não deixaria passar em branco caso ocorresse novamente. E ocorreu", disse Rodrigo Nascimento.
Anteriormente, Rodrigo já havia feito denúncia contra o mesmo tio, devido a um episódio semelhante que ocorreu anteriormente. Porém, depois de apelos por parte dos familiares, ele teria retirado a queixa, mas advertiu que, caso ocorresse novamente, iria até o fim com o processo. "E é o que vou fazer", garantiu.
Após relatar o caso nas redes sociais, na segunda-feira (15) Rodrigo foi até a 10ª DP, em Pirangi, e prestou queixa contra o tio por injúria e ameaça. Hoje, policiais civis foram até a casa onde mora o tio, que fica no mesmo terreno da residência onde Rodrigo vive. Contudo, o tio do professor não estava em casa no momento da intimação.
"Geralmente, dependendo do caso, buscamos rapidamente uma solução para evitar o pior. Vemos se é possível uma conversa para solucionar, mas se for algo muito grave, abrimos o inquérito imediatamente", explicou o delegado Odilon Teodósio, titular da 10ª DP, mas que ainda não teve acesso ao caso, mas disse que a intimação nesses casos é feita logo após a abertura do procedimento na delegacia.
Para Rodrigo Nascimento, a exposição do problema que teve dentro da família é uma forma de incentivar outras pessoas que sofrem homofobia a denunciar os agressores. "Fiz a postagem porque queria o apoio de minha família e fazer com que outras pessoas que passam por isso não fiquem tanto tempo caladas como eu fiquei", disse.
Apesar de relatar que o tio tem temperamento agressivo, ele garante que, mesmo temendo pela própria vida, não vai deixar a casa onde reside.
"Muitos me aconselharam a sair temendo pela minha vida. Dizem que eu preciso estar vivo para lutar contra isso. Mas eu acho que se eu sair de casa, eu estarei aceitando a exclusão, o ser colocado à margem, e isso eu não aceito mais".
Apoio
Após a postagem no Facebook, centenas de pessoas demonstraram apoio a Rodrigo Nascimento e incentivaram que o professor siga com o processo. Mesmo sendo aconselhado a prevenir possíveis agressões, os amigos do Facebook elogiaram a coragem do professor.
"Um primeiro passo. Espero de verdade que vc consiga enquadrar isso que seja legalmente. Quanto ao homofóbico... enfim, nem sei o que pensar. Apesar de tudo ainda é seu tio e não vou dizer o que penso", postou uma das amigas do professor. "Parabéns pela coragem de tornar essa situação pública, não te conheço muito bem, mas pelo pouco que conheço e vejo minha irmã falando, sei que você é uma pessoa de caráter e esforçada, e isso é o que realmente importa. Forças e discernimento para você nesse momento difícil", postou outra pessoa que leu a postagem.
Confira a íntegra do texto postado:
Uma história de homofobia
Peço a todos que costumam acompanhar minhas postagens aqui no face que não deixem de ler esta:
Geralmente, costumo contar as coisas de forma engraçada, até as situações mais difíceis conto com ironia, sarcasmo e tento rir e, quando posso, poetizar as minhas dores.
Hoje não tenho como contar essa história de modo engraçado, pois não é assim que a enxergo e todo o sofrimento trazido por ela me fazem apenas serrar os dentes num misto de raiva, frustração e sentimento de impotência.
Era uma vez... um menino que entre seus seis, sete, oito anos, quando ainda nem entendia o que era possuir orientação sexual diferenciada, sofria humilhações e era exposto por seu tio dentro e fora do ambiente familiar. Nunca tal criança pode compreender o que havia feito de errado ou como aquilo poderia ser justo, tendo em vista que seu comportamento não causava mal a ninguém, nem tinha sido escolha dela.
A questão é que infância e adolescência para essa pessoa foram recheados de culpa geradas pelas inúmeras agressões verbais sofridas dentro de casa. Avó, mãe e tia não compactuavam com as atitudes geradoras do sofrimento, no entanto, não conseguiam impedir que o tio da criança fizesse da vida dela um inferno.
No decorrer dos anos, quanto mais esse indivíduo se tornava consciente do que lhe fazia diferente, mais ele percebia que sua diferença não significava um status de inferioridade em relação a quem “se acha” superior; mais ele entendia que os preconceitos se estruturam sobre a ignorância; mais se tornava compreensível para ele que, no que diz respeito às relações humanas, é autoritário e arrogante querer determinar quem está certo ou errado; ele decidiu que o certo é aquilo que faz bem e o errado aquilo que faz mal a ele ou aos demais, e sua orientação sexual não causava danos a ninguém.
Aquele menino, agora adulto, consciente de quem era, superou a culpa que lhe foi incultada durante toda uma vida. No entanto, do outro lado sempre esteve o tio, cada vez mais preconceituoso, cada vez mais tirano, cada vez mais homofóbico. A avó do menino sentia dores e o coração acelerar quando o tio falava mais alto, vislumbrando a ocorrência de uma tragédia.
Um cachorro da vizinhança e o cachorro da família levaram uma surra do tio por estarem “fazendo amor”. Brincadeiras a parte, foi um momento de revolta grande das pessoas que presenciaram, pois os cachorros estavam apanhando sem defesa até se mijarem sem ter consciência do motivo.
O tirano, homofóbico e covarde foi ficando cada vez mais frustrado porque o rapaz conseguiu concluir uma faculdade, passou em concursos públicos para duas prefeituras, fez mestrado, passou em concurso público de Universidade e nunca foi demitido dos empregos. Enquanto o tirano nunca conseguiu concluir faculdade, nunca passou em concursos, seus empregos sempre foram conseguidos por outras pessoas e nunca por mérito dele e sempre foi demitido por fazer confusões ou por incapacidade.
O rapaz atraía a atenção de amigos e familiares por ter sido durante algum tempo ator e bailarino, era elogiado por sua escrita e sempre tratou com respeito e educação as pessoas com quem se relacionava em seus ambientes de estudo e trabalho. O homofóbico covarde só chamava atenção bebendo e fazendo confusão.
Isso tudo sempre levou o rapaz a pensar: se existe alguém que é mais útil e que se encaixa mais na vida em sociedade sou eu, o gay estudioso, trabalhador e que respeita o próximo, ou o hétero tirano e inútil descrito acima?
Então vieram as constantes agressões verbais, as agressões físicas e as constantes ameaças de morte. Da penúltima vez que ocorreu, o rapaz prestou queixa, fez B.O., fez exame de corpo de delito, mas a família fez de tudo para colocar panos quentes! O rapaz chegou a pensar: família tem disso, para o bem ou para o mal faz pactos que terminam beneficiando sempre os agressores e o tirano mais uma vez foi poupado de responder judicialmente e de sofrer uma vergonha pública pelo que tinha feito.
Mas ontem, dia 13/09/2014, o tirano, cada vez mais homofóbico, se é que isso seja possível, e embriagado, fez uma nova confusão, berrou os xingamentos para toda a vizinhança escutar, ratificou as ameaças de morte e tentou cometer as agressões físicas, que foram impedidas pela intervenção da minha mãe e do meu padrasto. Pois é, como o leitor que chegou até aqui já deveria supor, isso tudo tem acontecido comigo, Rodrigo Nascimento, dentro da minha casa, da minha infância até o dia de ontem.
Essa semana estou fazendo aniversário e decidi me dá esse presente: tornar isso público para que os possíveis comentários ou as manifestações de solidariedade possam envergonhar não só a esse como aos demais agressores que andam por aí vitimando pessoas por suas orientações sexuais; e o segundo passo dado será a tentativa de resolução judicial, mesmo sabendo que as leis brasileiras são demasiado brandas com esse tipo de agressão.
Sei que a família será contrária ao fato de tornar essa situação pública, mas acredito que não se trata de uma questão meramente familiar, trata-se, sim, de uma questão social, de uma luta que deve e precisa ser travada todos os dias dentro e fora de casa. As pessoas não podem ser julgadas, avaliadas e maltratadas por serem gays; os indivíduos são maiores e melhores que isso. Alguns poderão até dizer que estou me fazendo de vítima, mas não estou me fazendo, eu sou uma vítima!
Se algum de vocês conhece alguém que passa por uma situação desse tipo, ajudem! Uma palavra de apoio é suficiente para que a pessoa tenha coragem de seguir adiante no sentido de encerrar as agressões! Minha mãe, minha tia, meu padrasto e um primo foram fantásticos! Minha irmã Beatriz, que apesar do susto e do choro, teve mais uma vez um papel cômico na cena: mandava minha mãe chamar a Ronda Escolar. E meus vizinhos, cuja solidariedade e preocupação se mostraram no dia de hoje, aconselhando para que eu tomasse cuidado com as ameaças de morte.
Se alguém souber como agir para coibir isso dentro da lei agradecerei demais a ajuda. Também preciso de um bom advogado que saiba tratar desse tipo de causa.
Sem mais para o momento!
Nenhum comentário:
Postar um comentário