Na manhã do último sábado, Bento XVI realizou o seuquinto consistório criando seis novos cardeais, dos quais nenhum era italiano ou europeu.
A nota é de Andrea Tornielli, publicada no blog Sacri Palazzi, 24-11-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A ocasião das novas púrpuras me faz lembrar de um breve documento de Pio XII, publicado há 60 anos, no dia 30 de novembro de 1952. Trata-se do motu proprio Valde solliciti, com o qual o Papa Pacelli simplificava as vestes cardinalícias e, sobretudo, pedia que os purpurados cortassem pela metade a cauda da capa magna cardinalícia (que, então, tinha cerca de 12 metros), estabelecendo também que, a partir daquele momento, ela não fosse mais desenrolada, mas fosse sempre mantida enrolada no braço.
"O papa corta a cauda dos cardeais", intitularam-se os jornais. É interessante notar as motivações postas claramente pelo pontífice para justificar a redução da pompa e do luxo nas vestes. O papa pedia que, mais do que pelas caudas desmedidas, os padres cardeais fossem admirados pela sua solicitude para com as necessidades das pessoas.
Essas regras nunca foram abolidos, mesmo que o sucessor de Pio XII, o beato João XXIII, concedeu aos purpurados que desenrolassem de novo a cauda, sem, porém, fazê-la voltar às dimensões anteriores. Portanto, chama a atenção que, em um certo revival tradicionalista, não tenham se limitado a desenterrar as capas magnas com exibições de toda a cauda, mas também fabricaram novas caudas, sem levar em conta as observações de bom senso estabelecidas pelo Papa Pacelli, como demonstram estas imagens nas quais se vê um cardeal da Cúria Romana fazendo o seu ingresso em uma igreja de Washington, onde estava para celebrar a missa exibindo uma capa magna fora dos padrões, que lhe foi posta por cima, de um comprimento dobrado, ou seja, como era admitido antes do corte decidido por Pio XII.
Não tenho nada contra as capas magnas nem contra aqueles que gostam de usá-las com freqüência, embora, pessoalmente, não as considere tão indispensáveis para a nova evangelização, ainda mais que não se trata de vestes litúrgicas (mas essa é apenas uma opinião pessoal). Já prevejo algumas objeções por parte daqueles que me lembrarão dos abusos litúrgicos e do desleixo dos hábitos do clero pós-conciliar, considerando as capas magnas como uma reação.
Apenas me pergunta por qual motivo há tradicionalistas mais tradicionalistas do que a tradição, que não se contentam em desenterrar as vestes de sabor renascentista, mas também parecem ignorar as leis estabelecidas nessa matéria pela autoridade eclesiástica.
A nota é de Andrea Tornielli, publicada no blog Sacri Palazzi, 24-11-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A ocasião das novas púrpuras me faz lembrar de um breve documento de Pio XII, publicado há 60 anos, no dia 30 de novembro de 1952. Trata-se do motu proprio Valde solliciti, com o qual o Papa Pacelli simplificava as vestes cardinalícias e, sobretudo, pedia que os purpurados cortassem pela metade a cauda da capa magna cardinalícia (que, então, tinha cerca de 12 metros), estabelecendo também que, a partir daquele momento, ela não fosse mais desenrolada, mas fosse sempre mantida enrolada no braço.
"O papa corta a cauda dos cardeais", intitularam-se os jornais. É interessante notar as motivações postas claramente pelo pontífice para justificar a redução da pompa e do luxo nas vestes. O papa pedia que, mais do que pelas caudas desmedidas, os padres cardeais fossem admirados pela sua solicitude para com as necessidades das pessoas.
Essas regras nunca foram abolidos, mesmo que o sucessor de Pio XII, o beato João XXIII, concedeu aos purpurados que desenrolassem de novo a cauda, sem, porém, fazê-la voltar às dimensões anteriores. Portanto, chama a atenção que, em um certo revival tradicionalista, não tenham se limitado a desenterrar as capas magnas com exibições de toda a cauda, mas também fabricaram novas caudas, sem levar em conta as observações de bom senso estabelecidas pelo Papa Pacelli, como demonstram estas imagens nas quais se vê um cardeal da Cúria Romana fazendo o seu ingresso em uma igreja de Washington, onde estava para celebrar a missa exibindo uma capa magna fora dos padrões, que lhe foi posta por cima, de um comprimento dobrado, ou seja, como era admitido antes do corte decidido por Pio XII.
Não tenho nada contra as capas magnas nem contra aqueles que gostam de usá-las com freqüência, embora, pessoalmente, não as considere tão indispensáveis para a nova evangelização, ainda mais que não se trata de vestes litúrgicas (mas essa é apenas uma opinião pessoal). Já prevejo algumas objeções por parte daqueles que me lembrarão dos abusos litúrgicos e do desleixo dos hábitos do clero pós-conciliar, considerando as capas magnas como uma reação.
Apenas me pergunta por qual motivo há tradicionalistas mais tradicionalistas do que a tradição, que não se contentam em desenterrar as vestes de sabor renascentista, mas também parecem ignorar as leis estabelecidas nessa matéria pela autoridade eclesiástica.
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