07/03/2005 :: Projeto quer gerar renda para população carcerária do RN
A direção do presídio de Alcancuz, situado em Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte, estuda projeto de implementação de coleta seletiva de lixo e inclusão digital para a comunidade carcerária. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a comunidade carcerária e a Rede Mandacaru RN - Lixo/Cidadania Cultura e Meio Ambiente, uma das entidades associadas ao COEP-RN.
O programa prevê a realização de um curso de informática, com 100 horas de aulas práticas e 60 horas de aulas teóricas dentro da própria instituição, e a capacitação de catadores e agentes ambientais para a própria comunidade, por meio de curso sócio-ambiental para coleta seletiva de lixo, seguindo metodologia pedagógica do curso Bioconsciência da Fundação BB e CEMPRE.
Os alunos aprenderão a coletar, identificar e fazer a triagem dos resíduos sólidos recicláveis visando agregar valor comercial que possibilite sua comercialização e geração de renda para a comunidade. A iniciativa também permitirá dar destinação correta para todo o lixo produzido pela comunidade de quase 400 pessoas entre militares, civis, seus familiares e a própria comunidade carcerária.
Hoje, uma parte dos resíduos vai para o aterro controlado de Natal e a outra é depositada em valas dentro do perímetro da comunidade, por falta da coleta regular e devido ao grande volume de lixo produzido. "Assim, o que era um problema será agora renda e motivo de orgulho e capacitação para comunidade carcerária" afirma Fernandes José, coordenador da Rede Mandacaru, uma das entidades associadas ao COEP-RN. Ele explica que outro objetivo da ONG é implementar a Agenda 21 no presídio, que tem 290 homens cumprindo pena de reclusão.
Rede Mandacaru
O coordenador da Rede Mandacaru Fernandes José, trabalha, desde 1996, com catadores no antigo lixão de Natal e antes de criar a Rede Mandacaru foi fazer um curso de especialização em Belo Horizonte (MG). A Rede atua numa perspectiva de economia solidária. "Nossa proposta é incentivar onde já existe e fomentar a criação de associações e cooperativas para o trabalho em regime de economia solidária, visando em especial a preservação ambiental, por meio da coleta seletiva com geração de renda, e também estimular o resgate das diversas manifestações culturais de nosso estado", explica Fernandes.
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