MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Centro de Apoio às Promotorias de
Justiça de Cidadania e Consumidor
Promotorias de Justiça de Defesa
dos Direitos da Saúde de Natal
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SAÚDE PÚBLICA-RN
PRIORIDADES SANITÁRIAS PARA O NOVO
GOVERNO ESTADUAL NO ÂMBITO DA POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
1) Adoção de critérios eminentemente
técnicos para nomeação do Secretário Estadual de Saúde, dos Coordenadores da
SESAP, dos gerentes das URSAPs e dos diretores dos hospitais regionais, com a
exclusão de nomes “ficha suja”, privilegiando servidores efetivos de carreira;
2) Descontingenciamento por parte da
Secretaria de Planejamento e Finanças dos recursos destinados ao Fundo Estadual
de Saúde, com a garantia de autonomia orçamentária-financeira do titular da
Secretaria Estadual de Saúde;
3) Transparência e garantia do repasse de recursos próprios
do Tesouro Estadual para o Fundo Estadual de Saúde, com datas certas mês a mês
e possibilidade de amplo acesso destas informações por parte do controle social
(conselhos de saúde, conselhos profissionais, OAB/RN e outros), de acordo com o
orçamento aprovado para aquele exercício, sugerindo-se a disponibilização de
uma senha do Sistema Integrado de Administração Financeira-SIAF;
4) Garantir o percentual mínimo de 15% do
Orçamento Geral do Estado para recursos aplicados em ações sanitárias, com a
devida previsão orçamentária-financeira e
a participação de técnicos da SESAP/RN na elaboração Lei Orçamentária
Anual-LOA e da Lei de Diretrizes Orçamentárias-LDO, adequando tal percentual às
necessidades sanitárias e não ao mínimo previsto legalmente;
5) Implantar e desenvolver uma política de
qualificação e racionalização dos hospitais regionais situados no interior do
Estado, de forma que hospitais de baixa resolutividade ou com menos de 50
(cinquenta) leitos sejam convertidos em
UPAs, Unidades Básicas ou outro dispositivo de saúde, dentro de um processo de
municipalização, garantindo-se que os recursos materiais, humanos e insumos
desses serviços sejam racionalizados e redimensionados para outros que
assegurem a internação hospitalar, com estrutura que possibilite o
estabelecimento e acompanhamento de metas e indicadores na execução de obras,
aquisições de equipamentos e manutenção das instalações hospitalares, tudo em
conformidade com a Política Nacional de Atenção Hospitalar;
6) Assunção,
por parte da Gestão Estadual do SUS, na condição de coordenadora e articuladora
da política sanitária no RN, da responsabilidade pela realização de concurso
público unificado de base local para cargos da equipe de Estratégia de Saúde da
Família-ESF, especialmente médico;
7) Adoção de medidas que confiram
qualidade e resolutividade à atenção perinatal prestada no interior do Estado,
pondo fim à conhecida “peregrinação” de gestantes e bebês em busca de serviços
em cidades distantes. Para tanto, é absolutamente imprescindível que o Estado
se empenhe em dar pleno cumprimento às metas e ações estratégicas previstas no
Plano Operativo Estadual para a Redução da Mortalidade Infantil, editado em
2009, que estão distribuídas em seis diferentes eixos: a) qualificação da
atenção ao pré-natal, parto e recém nascido; b) educação na saúde; c) gestão do
trabalho e da informação; d) vigilância do óbito infantil; e) fortalecimento do
controle social, mobilização e comunicação; e) produção de conhecimento e
pesquisas;
08) Repasses
regulares do Programa “Farmácia Básica” e da Atenção Básica por parte do Estado
do Rio Grande do Norte aos seus municípios, com proposta de pagamento parcelado
da dívida existente;
09) Retorno imediato de servidores da SESAP cedidos a outros órgãos
estranhos à área de saúde, nos termos da Lei Complementar nº 141/12 e da
Recomendação do MP/RN;
10) A realização de concurso público para a Rede
Estadual de Saúde, com base no diagnóstico das necessidades de recursos
humanos, para atender, de forma satisfatória, à população do SUS;
11) Reestruturação da
carreira dos profissionais da SESAP prevendo os cargos necessários à chefia e
coordenação com gratificações compatíveis com a função;
12) Firmar
contratos de gestão entre a SESAP e unidades que compõem a rede, definindo
metas e mecanismos de avaliação de desempenho e controle de resultados, com
base no planejamento local e considerando as variáveis econômicas e sociais que
possibilitem a sustentabilidade e manutenção das ações de saúde desenhadas;
13) Finalização das reformas dos hospitais iniciadas
a partir do decreto de calamidade pública;
14) Resolução efetiva da inadimplência por parte do
Estado do Rio Grande do Norte em relação a seus fornecedores;
15) Implantar efetivamente o
Complexo Regulador do RN, com a inclusão de todos os leitos SUS do Estado;
16) Rever os contratos
vigentes com as cooperativas médicas definindo a real necessidade de
profissionais considerando o dimensionamento baseado em critérios técnicos, bem
como adotar procedimentos para que as futuras contratações de cooperativas
tenham suporte no dimensionamento realizado pelo setor competente na SESAP;
17) Desenvolver ações junto aos municípios de modo a
que assumam as funções assistenciais, sobretudo na atenção básica e seu papel
na regulação dos serviços de saúde afetos à sua população;
18) Adoção de controle e gerenciamento mais efetivo dos
recursos da fonte 160, inclusive promovendo a delimitação de responsabilidade
dos gestores dos projetos e ações relacionados a esses recursos e adotando
monitoramento dos resultados alcançados, com a utilização desses recursos;
19) Garantir a continuidade na observância das Notas
Técnicas, já produzidas pelo corpo técnico da
SESAP, que estabelecem o fluxo de pacientes para os serviços nos hospitais
estaduais, a exemplo da ortopedia para a
região Metropolitana, de pacientes cirúrgicos e de pacientes clínicos entre
hospitais gerais estaduais de referência da região metropolitana e Mossoró, e
as unidades propositoras de referências (unidades municipais e hospitais
regionais estaduais);
20) Construção do Hospital de Traumas;
21) Implantação
de Centros de Diagnósticos Regionais, potencializando a Política Estadual de
Atenção Hospitalar e o suporte aos municipios da região; e
22) Desenvolvimento
de uma política de gestão do trabalho e de educação permanente que contribua
para qualificação dos processos de trabalho em saúde.
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