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quarta-feira, 10 de abril de 2013

RELATO COMPLETO DE INTOLERÂNCIA EM ESCOLA DE RIO BONITO quarta-feira, abril 10, 2013


RELATO COMPLETO DE INTOLERÂNCIA EM ESCOLA DE RIO BONITO

quarta-feira, abril 10, 2013

A MOEDA TEM SEMPRE DOIS LADOS


    Na matéria de Flávio Azevedo ele escreveu: “Depois de ver uma professora ser agredida em sala de aula (pelo responsável de uma aluna), os profissionais de Educação do Colégio Municipal Dr. Kingston de Souza Motta, no Parque Andréa (2º Distrito) fizeram, nessa segunda-feira (08/04), uma paralisação. ..”

Quem viu esta agressão ? Quem se importou de apurar realmente os fatos?

A mídia está como sempre execrando mãe e filha por um fato mal contado, mentiroso, sem ninguém ter se dado o trabalho de verificar os dois lados da história. Parece que os vinte e quatro anos de profissão da Professora Rita do citado colégio, funcionaram como rolo compressor para ela achincalhar com a vida de duas pessoas, sem que a contraparte não tivesse a menor oportunidade de defesa.
   
Pois eu fui lá ver e ouvir o outro lado, mas vi e ouvi pessoalmente, não este alegado “Depois de ver uma professora ser agredida em sala de aula (pelo responsável de uma aluna), os profissionais de Educação do Colégio Municipal Dr. Kingston de Souza Motta, no Parque Andréa (2º Distrito) fizeram, nessa segunda-feira (08/04), uma paralisação. “     Então eu lhes digo: Tudo isso È MENTIRA.!!!

    Trago a réplica da mãe acusada como agressora. Tenho o depoimento gravado dela que de modo algum houve agressão física.. Venho explicar passo a passo, segundo palavras dela, avalizadas pela pessoa que a acompanhou até a escola e o que ocorreu foi o seguinte.

    A filha da Rosana, de 10 anos e que se chama Maria Eduarda, relatou em casa que a Professora de 24 anos de profissão pedagógica, sempre puxa pelo braço e sacode os alunos. Se eles estão mais agitados, ela os manda bater com a cabeça na parede para diminuir o “nervosismo”. Voces estão chocados? Acham que é mentira?
Mais de uma mãe está admitindo este comportamento desta senhora, mas tem MEDO, como todos os que são colocados à margem da sociedade pela pobreza e falta de estudo. Quem sabe com a divulgação da VERDADE, estas mães criem coragem de fazer uma movimentação mostrando como é a pedagogia aplicada nesta escola.  A começar do absurdo de suspender um dia de aula de toda uma escola por causa de uma menina de 10 anos, isto é ganharem uma bela 2ª feira de folga, quem não quer aderir a uma facilidade destas?

     Pois bem, esta mãe, dirigiu-se à escola acompanhada de seu Irmão no Santo - sim, amigos e amigas, ela e sua filha são da religião do Candomblé, e se vocês se lembram, o Brasil é um país LAICO, onde religião não se intromete  nem deve ser intrometida com qualquer outra situação. Pois bem ao chegar à escola, solicitou a entrada, que foi permitida por alguém na portaria, que não lhe tomou o nome, não perguntou o assunto, não exigiu qualquer identificação. Enorme erro. E se não fossem eles pessoas de bem? E se tivessem entrado por motivos escusos, com intenções ruins? Que tipo de segurança esta escola está fornecendo? Que tipo de segurança todas as escolas públicas de Rio Bonito estão fornecendo?

    Sem ninguém para lhes recepcionar ou orientar, entraram pelas dependências da escola procurando a 2ª série, foram de uma sala a outra, e o mesmo comportamento. Nenhuma professora estranhou, ou conduziu a mãe e seu acompanhante à secretaria, ninguém lhe indicou a Diretora para uma reunião particular. A mãe encontrou finalmente a sala da filha, e dirigindo-se ali mesmo à porta da sala, não teve alternativa senão esclarecer em público o motivo de sua visita. Queria saber  se era verdade o modo brusco e agressivo da professora com sua filha. A professora Rita com 24 anos de profissão,  mais uma vez em erro crasso, ainda não desta vez conduziu aquela mãe aflita a um ambiente reservado, junto à Diretora. Começou a falar alto e ironicamente, e coincidindo da menina estar entrando na classe, mostrou como fazia usualmente, pegou o braço da mesma e a sacudiu. Aquela mãe, plena de direito e revolta, perguntou à professora: “Você está maluca? Como faz uma coisa destas com minha filha?”  Está aí, meus amigos e amigas a tal grande agressão que alastrou-se como fogo por toda parte, crucificando uma mãe que até então nem estava acreditando na gravidade das agressões, mas viu pessoalmente que não havia exagero nas reclamações da filha.

    Ocorre que, mesmo havendo um porteiro presente na escola neste momento, não impediu que outras pessoas, da rua, fossem entrando na escola, o que depois configurou-se como se todos estivessem no mesmo grupo provocando baderna.. OUTRA MENTIRA. As outras pessoas nada tinham a ver com Rosana e seu  Irmão no Santo.Não houve em momento algum qualquer violência por parte destes. Ou qualquer envolvimento com outras pessoas. Tanto, que havia um policial na escola, pois há boatos de drogas na porta da mesma, em momento nenhum sequer ele tomou interveio, nem houve exame de corpo de delito na professora “agredida”. Vocês  estão acompanhando e refletindo sobre isso? Vocês já aprenderam que sempre há dois lados da mesma moeda?

    Mas a história não termina aqui. A senhora Prefeita Solange depois compareceu à escola, com escolta de carro com cinco policiais, ostentando força, como se ali um bando de delinquentes fossem cometer algum confronto. Mesmo sabendo que a Rosana estava presente, começou a discursar, dizendo que não iria mais admitir qualquer tipo de violência, blá, blá, blá. Indignada por estar presente e a prefeita não se dirigir a ela, Rosana se apresentou em começou a falar em sua defesa. Qual não foi a enorme surpresa, de ouvir da prefeita, que sua filha iria ser transferida para outra escola na Praça Cruzeiro. A prefeita estranhamente também começou a falar da vida pessoal de Rosana, perguntando-lhe se ela morava numa das casas doadas (das quais parecem que vão ser despejados 51 familias...), e que ela havia escutado que sua casa estava se transformando em um Barracão (termo utilizado para templo de Candomblé), e que  os vizinhos haviam reclamado que em sua casa pessoas entravam e saiam com roupas estranhas (a roupa branca consagrada aos adeptos candomblecistas). Só que, a casa dela não é  Barracão, e a prefeita misturando alhos com bugalhos, neste momento cometeu TORTURA PSICOLÒGICA, podendo responder judicialmente por isso.

    E então, sociedade Riobonitense, que adora cravar as unhas nas mais frescas fofocas, vocês estão vendo o TAMANHO da situação? A Senhora Prefeita disse que o “Município está incomodado” com esta situação! Mas qual situação mesmo, dona Prefeita? Que a professora de 24 anos de profissão se mostra inadequada e inepta para tratar com as crianças de hoje? Que a moça seja de uma religião ultrajada por adeptos de outra religião, numa prova diária de INTOLERÂNCIA RELIGIOSA?  E o suprassumo da inconveniência, a senhora Prefeita perguntou várias vezes se a Rosana era casada,se tinha marido!!!! Onde nós estamos???? Que tipo de atitude coerciva é esta?

    Vamos lembrar  algumas coisas:

A Constituição da República apesar do disposto em seu artigo 19, inciso I protege a liberdade de crença, o livre exercício dos cultos religiosos e o faz da seguinte forma:
Art. 5. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;


Vale também colocar que, de acordo com o artigo 19, inciso I da Constituição,  é vedado ao Estado embaraçar o funcionamento dos cultos religiosos.

Deixo aqui ainda transcrição de parte do depoimento de Pai Raimundo Ribeiro em seu perfil no Facebook:

“Bom dia amigos, estou chegando do colégio Kingston Mota, aonde fui recebido no portão, não sei se é porque estava vestido a caráter, como sacerdote do candomblé que sou, será que um padre seria atendido no portão? Um pastor seria atendido no portão? Mas a direta adjunta Leticia , que foi muito educada, apesar de ter me recibo no portão do lado de fora da escola.conversamos, e pedi que pedisse aos funcionários para não estimular a intolerância religiosa, pois sei que a maioria é evangélica, e ficam apontando a Maria Eduarda, a aluna, como "aquela do candomblé, que serve ao demônio". Convido a todos para visitarem o blog http://raimundomiranda.blogspot.com.br/, no qual tem vários rezas e louvores que usamos, se acharem alguma menção ao demônio... E segundo relatos da mãe, que todos estão dizendo que agrediu a professora Rita, não foi bem assim, eu pediria ao Flávio Azevedo,um jornalista imparcial que o é, convidasse a mãe, Rosana Martins dos Santos, para falar no seu programa e desse a sua versão dos fatos.”

Aí está, tudo poderia ser diferente, mas por descaso, preconceito, soberba e arrogância de alguns, e porque muitos acreditam sem ver e só sabem copiar e repetir, em vez de raciocinar e ver os dois lados da moeda, isto aí parece que vai dar panos para mangas, num já tão desastrado, mal ajambrado e incorreto (des)governo.

Alex Hudson
Rio Bonito - RJ



Áudio encontra-se com o autor para ser utilizado para dirimir qualquer dúvida.

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