PARA
CONHECIMENTO DA CONEN NACIONAL
MARCIO ALEXANDRE DO CEN MANDA BALA NA SEPPIR.
ESTE
ASSUNTO TAMBEM NOS ALCANÇA POLITICAMENTE
Assunto: Relatório GT do CNPIR e proposta
da SEPPIR
Prezadas senhoras e senhores membros do
Conselho,
Comunico que não poderei estar presente
a esta importante reunião. Lamentavelmente a reunião ocorrerá num fim de
semana, e até entendo o por quê, no entanto, tenho obrigações religiosas nesta
data que, até tentei mudar, mas me foi impossível. Em sendo assim, informo-lhes
que quem irá representar o CEN nesta reunião serão Silvana Veríssimo, de São
Paulo e Silvestre Antônio, de Rondônia.
A Coordenação Nacional do CEN vem se
reunindo constantemente há vários dias, em conversas virtuais, e tomando
algumas posições com relação a este processo e nós tornaremos nossa decisão
pública nesta reunião do Conselho. Desde já. no entanto, adiantamos nossa total
insatisfação como as relações com a sociedade civil vêm sendo conduzidas pela
Seppir e acreditamos que a prática do silêncio e de imposições de determinadas
posições não são saudáveis prática política.
Não conseguimos entender como um
encontro como este foi deliberado de forma tão rápida sem uma consulta ao
conselho sobre os critérios estabelecidos pela Comissão formada e pela Seppir
para discuti-lo. Não questionaremos as representações A, B ou C, mas
acreditamos que, ao colocar no mesmo pé de igualdade organizações sindicais e
sócio-culturais - que tangenciam a questão étnico-racial mas não a têm como
base -, com organizações do Movimento Negro que atuam diretamente no campo,
estabelece-se uma relação desigual, pois não estamos falando apenas de
representação, mas também de recursos para participar do evento de Salvador.
Também é insatisfatório para nós que
até este momento não saibamos quem serão as organizações que virão de outros
países e que agenda concreta poderá ser construída a partir deste encontro. Não
nos fica claro, também, o real papel da Seppir, pois ao mesmo tempo em que se
diz que este é um encontro da sociedade civil, é a Seppir o guarda-chuva
institucional que chama a si a responsabilidade da realização do encontro. Por
fim, não vemos como saudável que, por questões internas ao governo e à sua
estrutura de sustentação político-partidária, outros órgãos ligados à esfera
pública não estejam tento um papel mais central na construção deste processo.
Antes que estabeleçamos entre nós
qualquer tipo de desavença, quero deixar clara minha confiança política à
comissão formada para discutir o encontro de Salvador, e compreendo que o
problema não está aí, mas, sim, na condução política que a Seppir vem fazendo,
desde o início de sua nova gestão, tanto com o Conselho, no seu todo, quanto
com as organizações da sociedade civil.
O fato de não poder ir a Brasília não
significará no entanto, que não poderei acompanhar e orientar os membros do
CEN, naquilo que acreditamos ser o momento de decidirmos, sob o risco de
virarmos o ano com um formato de gestão que não nos agrada e não nos privilegia
como organizações da sociedade civil organizada que estão hoje na ponta de
discussão sobre as relações étnico-raciais no Brasil.
Atenciosamente,,
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Marcio Alexandre M. Gualberto
Coordenador Geral do Coletivo de Entidades Negras - CEN/www.cenbrasil.org.br
Coordenador Geral do Coletivo de Entidades Negras - CEN/www.cenbrasil.org.br
Membro Titular do Conselho Nacional de
Promoção da Igualdade Racial/SEPPIR
Editor do Palavra Sinistra & Colunista do Afropress
Telefones:
(22) 2664-1213
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