Auditoria da CGU constata desperdício de R$ 10 milhões em Furnas na operação para construção de usina
14/10/2011 - 23h27
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou hoje (14) o
resultado de uma auditoria feita na estatal Furnas Centrais Elétricas
após denúncias de irregularidades veiculadas pela imprensa em janeiro. O
principal problema encontrado foram gastos de R$ 10 milhões referentes à
construção da Usina Serra do Facão, no Rio São Marcos, em Goiás, que
poderiam ter sido evitados.
De acordo com o relatório, Furnas gastou R$ 1,6 milhão sem necessidade
por não aprovar a emissão de 14 mil debêntures da Serra do Facão
Participações. O documento também diz que um novo modelo societário
financeiro aprovado para a Serra do Facão Participações resultou em
problemas na substituição de uma empresa que participava do
empreendimento, o que gerou prejuízos de R$ 8,4 milhões.
A CGU descartou, no entanto, a denúncia de prejuízo milionário na
compra de ações da empresa Oliveira Trust – que poderiam ter sido
adquiridas por R$ 5 milhões, mas que só foram compradas meses depois por
R$ 80 milhões. O órgão ficou satisfeito com o argumento de que a
empresa se valorizou depois de um aporte de R$ 75 milhões.
Também foi descartado suposto ato de improbidade no fechamento de um
aditivo contratual de R$ 10 milhões para a implantação de um sistema na
área de tecnologia da informação (TI). A CGU entendeu que o aditivo
respeitou os limites legais.
A Controladoria-Geral entendeu, ainda, que houve atrasos na execução de
obras do plano de ampliações e reforços e na implantação das usinas de
Simplício e Batalha, também no Rio São Marcos, que deveriam estar
gerando energia desde 2009, mas que devem demorar ainda cerca de dois
anos para ficarem prontas. A auditoria apurou, que as duas usinas têm
custo para geração de energia bem superior às demais.
O relatório da CGU, que também faz recomendações para que as
irregularidades sejam sanadas e as responsabilidades apuradas, foi
encaminhado ao Ministério de Minas e Energia, à Casa Civil da
Presidência da República, ao Tribunal de Contas da União, ao Ministério
Público da União, à Eletrobras Holding, à direção de Furnas Centrais
Elétricas e à Corregedoria-Geral da União.
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