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sábado, 26 de março de 2011

SAUDE E HIV AIDS EM POPULAÇÃO NEGRA...

As pesquisas servem de subsídios para o fomento de políticas públicas. Inclusão social, ações afirmativas e estratégias de gestão participativa voltadas a redução da vulnerabilidade dessa população são fundamentais para combater as doenças



O Ministério da Saúde investiu em uma série de estudos sobre HIV/aids e a população negra brasileira. Os resultados estão na publicação Saúde e Sociedade, lançada por este departamento neste mês de março de 2011. Ao todo, foram realizadas 10 pesquisas em sete estados brasileiros a partir da Chamada de Pesquisas Nacionais em População Negra e HIV.



Um número expressivo de negras brasileiras ainda têm baixos níveis de escolaridade e não possuem plano de saúde. Na região serrana do estado do Rio de Janeiro, por exemplo, 58,8% delas possuem apenas o ensino fundamental completo/incompleto e 55,6% não tem assistência de saúde privada. Mas o fator mais preocupante é, sem dúvida, a opressão. Por sentirem-se com menos poder de negociação diante do parceiro sexual, essas mulheres se expõem a contextos sociais de vulnerabilidade que podem culminar na infecção pelo vírus da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.



Uma das pesquisas, realizada com jovens mulheres moradoras de 10 diferentes comunidades do Rio de Janeiro, comprova que 74% são negras, 39% são sexualmente ativas e 24,4% destas mulheres são portadoras de DST. Esta é apenas uma parte da realidade brasileira.



Apesar de todos os esforços que foram feitos até agora, o Brasil ainda tem muitas batalhas a enfrentar. As desigualdades econômicas do País influenciam diretamente na incidência de casos HIV/aids na população de menor nível socioeconômico. Parte da nossa população negra conta nessa estatística.



Os resultados das pesquisas de DST e HIV/aids em afro-descendentes brasileiros servem como subsídios para o fomento de políticas públicas. Inclusão social, ações afirmativas e estratégias de gestão participativa voltadas a redução das condições de vulnerabilidade da população negra são fundamentais para o controle dessas doenças e o Ministério da Saúde está disposto a trabalhar e ajudar a modificar o quadro atual.



Em 1960, cerca de 20 mil negros sul-africanos protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular em Joanesburgo (África do Sul). Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Em memória a essa tragédia, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia mundial de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

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