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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Beatriz Nascimento - "a história do Brasil é uma história escrita por mã...













 fonte : as minas e a historia .......

A HISTÓRIA DO BRASIL É UMA HISTÓRIA ESCRITA POR MÃOS BRANCAS"

Maria Beatriz Nascimento nasceu em Aracaju em 1942, filha de uma dona de casa e de um pedreiro, ela teve dez irmãos. Aos sete anos, ela e sua família migraram para a cidade do Rio de Janeiro.


Formou-se em História, em 1971, pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Durante sua graduação, fez estágio no Arquivo Nacional. Após a
formatura, começou a dar aulas na rede estadual. Foi nesse período que
ela iniciou sua militância negra participando e propondo discussões
sobre a temática racial no ambiente acadêmico. Participou da Quinzena do
Negro como conferencista e nela falou sobre seus incômodos quanto ao
espaço universitário falar do negro apenas como escravo, como se as
pessoas negras tivessem participado da história apenas como mão-de-obra.
Também ajudou a criar o grupo de trabalho André Rebouças. Em 1981,
terminou sua pós graduação lato sensu na Universidade Federal
Fluminense.

Havia iniciado um mestrado em comunicação social, na UFRJ, quando foi assassinada ao defender uma amiga da violência doméstica.


Beatriz Nascimento foi uma estudiosa sobre a temática racial, abordou
em suas pesquisas os quilombos e toda experiência de resistência dos
africanos e de seus descendentes em terras brasileiras, incluindo as
religiões de matriz africana. A voz de Beatriz dentro do mundo acadêmico
representa ainda hoje um grito de resistência, já que a universidade
sempre foi um espaço excludente para pessoas negras, especialmente
mulheres.

Além da trajetória de ativista intelectual que tanto
inspira ainda hoje o Movimento Negro e feminismo, Beatriz também
escrevia poesias. Em sua obra, ela fala com sensibilidade sobre a
existência dela como mulher e negra.

Seu trabalho mais conhecido é
o filme Ori, escrito e narrado por ela. Nele ela conta sua trajetória
pessoal de mulher, negra e nordestina como uma forma de abordar a
comunidade e identidade negra. Esse filme foi dirigido pela socióloga e
cineasta, Raquel Gerber.
“A terra é o meu quilombo,
o meu espaço é o meu quilombo.
Onde eu estou,
eu estou,
quando estou eu sou”
– Beatriz Nascimento

Retirado do documentário "O negro da senzala ao soul", Beatriz Nascimento

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