NOS DA REDE MANDACARU BRASIL E ENTIDADES ASSOCIADAS E PARCEIRAS AGRADECEMOS E REPASSAMOS MENSAGEM ENVIADAS PELA ATRAI, ESTAF, EGBÉ ÒRUN ÀIYÉ A TODOS....
Mensagem de Fim de Ano
23/12/2012
Mensagem conjunta das organizações:
- ESTAF (Escola de Filosofia e Teologia Afrocentrada);
- EGBÉ ÒRUN ÀIYÉ (Associação Afro-Brasileira de Estudos Teológicos e Filosóficos das Culturas Negras);
- ATRAI (Associação Nacional de Teólogos e Teólogas da Religião de Matriz Africana, Afro-Umbandista e Indígena).
Os finais de ano invariavelmente ensejam reflexões individuais, de grupos e instituições que quase sempre remetem e apontam para possibilidades vindouras de forma a alterar comportamentalidades sejam nos âmbitos das/os indivíduos, de coletivos e/ou das organizações, bem como dos Estados Nacionais.
Os finais de ano é um tempo que impelem autoridades, diretores, presidentes, chefes de Estados, dignitários/as virem a público para manifestarem-se mediante suas admoestações, orientações, recomendações, felicitações direcionadas aos diversos públicos destinatários das mensagens, etc.
Não obstante, a constatação é a de que o mundo com as suas relações humanas e sociais calcadas numa dinâmica axiológica consumista, competitiva e depredadora da Natureza, tem se enredado cada vez mais nas suas próprias armadilhas e contradições de maneira a suscitar desordens incomensuráveis no campo das desigualdades, ao tempo que esta visão de mundo hegemônica que aí está tida como única e absoluta, corrobora para com as catástrofes ambientais, que tem notadamente acometido os/as mais vulneráveis (Povos e Culturas Tradicionais, sobremaneira).
Nas suas especificidades convergentes a ESTAF, EGBÉ ÒRUN ÀIYÉ e a ATRAI concorrem na compreensão de que urge uma recomposição civilizatória em que o Ser Humano e o Cosmo como todo sejam apreendidos sob outra lógica que não Ocidental e/ou judaico cristã. Impõe-se nessa direção que a comportamentalidade humanaorixalidade, humanainquicialiadade e humanavoduncialidade, assim como a humanaancesrtralidade se imponham como a tônica das Existencialidades norteadoras, portanto, de toda uma praxis social indicotomizável das mulheres e dos homens, que os sejam desde a concepção e engendrado potencialmente no contexto das relações “primária” da família, do clã, da Etnia de forma a se consubstanciar na esfera da “secundariedade” da formação dos sujeitos e tudo isto no âmago das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, institucionalizadas preferencial e determinantemente como processos educacionais e/ou pedagógicos válidos.
Nossa mensagem segue no sentido de relembrar que na filosofia africana repercutida por Hampatê Bâ e outros sábios africanos: “O Universo visível é a camada externa e concreta de um universo invisível e vivo constituída por forças em perpétuo movimento e que no interior desta vasta unidade cósmica, tudo está ligado, tudo é solidário. Nessa dimensão o ser humano em relação a si mesmo e ao mundo que o cerca é objeto de regras extremamente precisas. A violação dessas regras pode romper o equilíbrio das forças do Universo. E esse desequilíbrio vai se manifestar por meio de diversos tipos de distúrbios. A restauração do equilíbrio só se dará mediante a conveniente e correta manipulação das forças. Somente assim, será possível restabelecer a harmonia, da qual o ser humano é o guardião, por designação do Ser Supremo, No Universo não existe ‘grande’ nem ‘pequeno’ e, sim, a harmonia entre coisas de tamanhos diferentes. As relações de grandeza não têm nenhum sentido porque não acrescentam nem diminui nada.”
É nessa perspectiva que a ESTAF, a EGBÉ ÒRUN ÀIYÉ e a ATRAI desejam a toda a comunidade afrodescendente, aos vivenciadores/as dos pressupostos civilizatórios, filosóficos e teológicos da Cosmovisão Africana, às Autoridades Civilizatórias das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, aos docentes e discentes um ano novo de 2013 repletos de Nguzo, de Àse, Mooyo traduzido como Vida, Energia e/ou Força Vital.
Ògìyán Kalafò Olorode, Prof. Jayro Pereira de Jesus
Teólogo da Tradição de Matriz Africana e Diretor Geral da ESTAF
Teólogo da Tradição de Matriz Africana e Diretor Geral da ESTAF
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