GT de Matriz Africana e Povos dos Terreiros: convergência sobre políticas públicas às culturas afro-brasileiras
A Reunião Nacional do Grupo de Trabalho (GT) de Matriz Africana e Comissão Nacional das Comunidades Tradicionais de Terreiro, que teve lugar em Brasília nos dias 24 e 25, teve como principal resultado a convergência e alinhamento das ações desenvolvidas pelo GT Matriz Africana, ligado à Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural (SID/MinC), e pela Comissão Nacional de Povos de Terreiro, ligado à Secretaria de Cidadania Cultural (SCC/MinC) – ambas serão fundidas na nova Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC/MinC), em processo de estudo.No encontro foi confirmada a realização da Oficina Nacional de Elaboração de Políticas Culturais para os Povos Tradicionais de Terreiros, programada para acontecer no Maranhão em outubro deste ano. Também foram discutidos temas como a valorização dos conhecimentos tradicionais no acesso à cultura digital, fomento para as práticas culturais de matriz africana e o Incentivo ao intercâmbio cultural dessas comunidades.
A Secretária de Cidadania Cultural Marta Porto, que agora também responde pelo Programa Brasil Plural, colocou que a Fundação Cultural Palmares, vinculada ao MinC, e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) serão importantes parceiros para as articulações entre governo e sociedade civil no que tange as culturas afro-brasileiras
A Secretária apresentou suas propostas de apoio às políticas públicas de cultura, dentre elas o apoio à formação de uma Rede Nacional das Culturas de Matriz Africana e ao processo de criação do GT e da Comissão Setorial das Culturas Afro-brasileiras, em parceria com a Fundação Cultural Palmares.
A elaboração de política em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN/MinC), em torno dos bens registrados, e a participação do movimento na campanha pela valorização da imagem das crianças negras e indígenas em parceria com a UNICEF também foram propostas apresentadas por Marta Porto.
Para Mãe Márcia do Oxum, pertencente ao terreiro Egbe Ile Iya Omidaye Ase Obalayo, de São Gonçalo (RJ), a reunião vem ao encontro das lutas contra o racismo e o preconceito: “estarmos em Brasília conversando por igual com representantes do Estado é histórico”, disse.
Também para Mãe Lucia de Oyá, do Terreiro de Candomblé Ilê Axé Oyá Togun, de Olinda (PE), o encontro foi peculiar pela capacidade de articulação e legitimidade criadas. Uma de suas preocupações é a preservação da historia das matrizes africanas: “na capoeira, na música ou na dança, a juventude precisa estar ciente que esses saberes vieram de dentro das casas de terreiros”, apontou.
Texto: Comunicação SCC-SID/MinC
Fotos: Kleber Fragoso/MinC
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