Estresse emocional crônico O homossexual já sofre desse mal desde cedo. Saiba como minimizar esse problema. João Pedrosa SÃO PAULO 20.05.2004 - Estresse é a reação do organismo a uma tensão física ou psicológica. É uma palavra de origem inglesa (stress), que significa tensão ou pressão. No século 19, os engenheiros ingleses passaram a usar o termo “stress” para designar a tensão resultante de uma força que, aplicada a um corpo, pode quebrá-lo quando chega ao no seu ponto de ruptura. Este conceito migrou da física à medicina quando o biólogo canadense Hans Seyler passou a utilizá-lo para explicar o desequilíbrio químico que acontece no organismo humano, diante de uma agressão física ou psicológica. O estresse agudo é aquele que se manifesta no cotidiano. Ele é necessário para a existência da vida. Nele, ocorrem mudanças psicofisiológicas rápidas no organismo, preparando-o para enfrentar as situações do dia-a-dia, por exemplo: conflitos no ambiente de trabalho, trânsito etc. Já o estresse crônico permanece por um período prolongado na pessoa, desencadeando a ansiedade, e tem um estressor bem definido. Estressor é a força que produz a tensão e gera o estresse. No caso da pessoa gay, o estressor é a reprovação sociofamiliar por ele ser homossexual. Desde sua infância, o homossexual recebe mensagens explícitas e implícitas da sociedade e da família reprovando a homossexualidade. Instala-se um grande conflito naquele pequeno ser, entre sua orientação sexual e a pressão sociofamiliar. Este conflito, eu chamo de estresse emocional crônico. É um tipo de estresse que pode acompanhar a pessoa gay para o resto da sua vida. O estresse emocional crônico leva a um desequilíbrio psicofisiológico no homossexual, podendo desencadear problemas emocionais e físicos, como: distúrbio de ansiedade, depressão, baixa auto-estima, irritabilidade, falta de concentração, transtorno de personalidade, disfunções sexuais, hipertensão, cardiopatia, dificuldades gastrointestinais etc.. A prática clínica vem demonstrando que, na esfera psicológica, o sintoma ansiedade está sempre presente. Por conta da pressão social e de uma rejeição familiar muito severa, alguns homossexuais poderão desenvolver algum transtorno de personalidade. Será uma pessoa desequilibrada. O homossexual que não sofreu severa violência física ou emocional quando criança, poderá ter um bom nível de equilíbrio emocional quando adulto. Ele ficará livre de desenvolver algum transtorno de personalidade e não reforçará o modelo incorreto de que todo gay é problemático. O homossexual saudável e equilibrado existe. Nele, o estressor ansiedade também se manifestará com um grau elevado, pelo motivo da haver a reprovação sociofamiliar pelo fato de ele ser gay. Para que ele possa manipular este estressor de forma correta, é necessário que desenvolva mecanismo para não se deixar consumir pela ansiedade gerada pelo fato de ser gay e ter uma vida saudável. O estresse emocional crônico na pessoa homossexual diminui a sua expectativa de vida, fazendo que tenha uma sobrevida menor do que o restante da população. A ansiedade e o estresse debilitam o sistema imunológico, potencializando doenças. Apesar das religiões e do pensamento social conservador insistir em afirmar que todo homossexual é desajustado e infeliz, a vida tem demonstrado o contrário: a homossexualidade pode dar certo, vai depender muito da cabeça do homossexual. Abaixo, relaciono pontos relevantes para minimizar o estresse emocional crônico, para que o gay possa vivenciar sua homossexualidade de forma saudável e com a auto-estima elevada: 1. Harmonizar-se com sua orientação sexual homo, passando do estágio de rejeição para aceitação. Viver a vida sem culpa ou vergonha. Necessitando, procurar ajuda de um psicólogo que tenha visão progressista da homossexualidade. |
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