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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

RN é a segunda Unidade da Federação que mais teve denúncias por habitante contra Direitos Humanos em 2012



Levantamento divulgado hoje pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República revela que o Rio Grande do Norte é segunda Unidade da Federação que teve aumento de violações contra o Direitos Humanos por habitante em 2012. O estado teve 87,58 denúncias a cada 50 mil habitantes entre os meses de janeiro e novembro. O Distrito Federal teve o maior número desse tipo de registro, com 92 denúncias a cada 50 mil habitantes. Amazonas e Mato Grosso do Sul apereceram logo em seguida ao Rio Grande do Norte com o índice de 79,74 e 62,31, respectivamente.

Em números totais, o Disque 100 recebeu no Amapá 428 denúncias desse tipo, o que representa aumento de 153% na comparação com o mesmo período de 2011 (169 registros). Em seguida, aparecem o Acre, com aumento de 129%, ao passar de 367 para 842 denúncias, e o Distrito Federal (120%), onde os registros subiram de 2.151 para 4.729.

Para a ministra Maria do Rosário, chefe da Secretaria de Direitos Humanos, o aumento das denúncias em estados do Norte ocorreu porque havia uma subnotificação dos casos em anos anteriores. "Fizemos um trabalho focado para os estados do Norte, e esse aumento pode estar relacionado à intensificação do trabalho de divulgação [do serviço Disque 100] e às parcerias com os governos estaduais e a sociedades civil. A tendência é que tenhamos um equilíbrio entre as regiões", disse Maria do Rosário.

* Adaptado da Agência Brasil

COMISSÃO DE TERREIROS POVOS E RELIGIOSOS DE MATRIZ AFRICANA.... SE REUNEM HOJE A NOITE NA TENDA DE IEMANJAR OGUNTHE EM NOVO ENCONTRO COM TEMA CAMINHOS E RUMOS E TAMBEM FESTEJOS DE FIM ANO E FESTA DE IEMANJAR E AGUAS DE OXALA AS 19.30 PM - SEU BARRACÃO E BEM VINDO A ESTE ENCONTRO... E TODOS OS QUE QUISEREM CONTRIBUIR DE ALGUMA MANEIRA... MANDE UMA REPRESENTAÇÃO DE SUA CASA E DE SUA FAMILIA...





COMISSÃO DE TERREIROS POVOS E RELIGIOSOS DE MATRIZ AFRICANA.... SE REUNEM HOJE A NOITE NA TENDA DE IEMANJAR OGUNTHE EM  NOVO  ENCONTRO COM TEMA CAMINHOS E RUMOS E TAMBEM FESTEJOS DE FIM ANO E FESTA DE IEMANJAR  E AGUAS DE OXALA
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84 8803 5580
IRMÃO FERNANDES JOSE OLUFON
EXU KIUMBA AKIRIJEBO

 OS MENBROS PARTICIPANTES: COORDENAÇÃO COLEGIADA DA COMISSÃO.... CONVIDAM: MENBROS DA COMISSÃO COLEGIADA

BABALORIXA CLAUDIO DE GYAN
YALORIXA ELAINE OYA
YALORIXA NEGA ONIRA
BABALORIXA DE XANGO
BABALORIXA ADELINO DE XANGO
YA TEMI LUCIENE DE OYA
YALORIXA ALAO CREMILDA DE OXUMARE
BABALORIXA THIAGO DE OXALA
BABALORIXA EDMILSON DE OXUN
EGBOMI CLEYTON DE OXALA
ECAD  MAE SILVANA DE OYA
BAGIGAN  PAI WEDSON DE OXALA
IAWHO CLEILTON DE IEMANJAR
JUREMEIRA HAYDE AQUINO
YALORIXA GILVANEIDE DE XANGO
BABALORIXA LAERCIO DE OXUM

EM TEMPO PAI JAIR DE OXALA
PAI WILSON DE OGUN, ANA AMELIA D*OYA COORDENAÇÃO DO CANAL FUTURA, MAE JOANA JUREMEIRA, PAULO DE OXOSSI, GRAÇA LUCAS, YALORIXA EMIDIA DE OYA, GRAÇA LUCAS...

ENTIDADES PARTICIPANTES E QUE REFERENCIAM A PAUTA: EM TEMPO

 CONEN -COORDENAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES NEGRAS
CENERAB - NACIONAL
REDE MANDACARU BRASIL
FORUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE RACIAL DO RN - COORDENAÇÃO COLEGIADA
EM TEMPO COORDENAÇÃO ESTADUAL DE POLITCAS E PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL - COEPIRRN
COMISSÃO DE TERREIROS POVOS E RELIGIOSOS DE MATRIZ AFRICANA....
AZIRI TOLA
E OS ILE AXES EM BREVE ATUALIZAREMOS OS NOMES E DAREMOS OS CREDITOS.....

Persiste o racismo à brasileira - lei nº 10.639 - PROCURE O FORUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE RACIAL LOCAL EM SEU MUNICIPIO E EM SEU ESTADO CASO QUEIRA INFORMAÇÕES: 84 8803 5580 - MANDACARURN@GMAIL.COM REDE MANDACARU BRASIL/CANAL FUTURA/FORUN EDUCAÇÃO DIVERSIDADE RACIAL RN/ COORDENAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES NEGRAS/CENERAB NACIONAL/MEC-SECADI


 
PROCURE O FORUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE RACIAL LOCAL EM SEU MUNICIPIO E EM SEU ESTADO 
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Persiste o racismo à brasileira - lei nº 10.639



    racismo na leitura
    Erica Neves Da editoria de educação
    Livros privilegiam visão do colonizador. Sancionada há 10 anos, lei que institui a cultura afro em currículos é ignorada
    Com o intuito de quebrar paradigmas construídos ao longo de uma história marcada pela discriminação dos negros brasileiros, foi sancionada pelo governo federal, em 2003, a lei nº 10.639. A lei determina que escolas públicas e particulares de Ensino Fundamental e Médio insiram em seus currículos conteúdos relacionados à história e a cultura africanas.
    Contudo, quase dez anos depois de sua sanção, a grande maioria das instituições educacionais brasileiras ainda não cumpre a legislação. Os entraves para o cumprimento da lei são vários, dentre eles está a falta de previsão orçamentária por parte do Executivo para a sua implementação. "Se há uma alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o Estado brasileiro teria que prever algum recurso para que os sistemas de ensino, principalmente a partir dos gestores, fossem atualizados em relação a isso. E foi o que não aconteceu no caso da lei 10.639", pontua Valter Silvério, especialista em ações afirmativas e professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
    A superintendente da Promoção de Igualdade Racial no Estado, Raimunda Montelo, reforça o pensamento de Silvério. "Quando a lei foi sancionada não tinha orçamento para que fosse implementada, e você define muito bem a prioridade de uma ação e de uma política pública pela quantidade de recursos destinados à sua implementação", diz ela.
    Alex Ratts, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, também relaciona a falta de recursos públicos à dificuldade no cumprimento da legislação. "O que falta mesmo é esforço governamental porque nós temos hoje em Goiás mais de 30 professores com mestrado e doutorado e em plenas condições de formar professores nessa área, mas nós não temos recursos do governo estadual para que isso aconteça."
    Para a coordenadora do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial de Goiás, Roseane Ramos, essa realidade, no entanto, não está restrita a Goiás. "Raramente encontramos alguma Secretaria de Educação fazendo um trabalho mais amplo em toda a rede. O que nós identificamos são ações pontuais de professores que têm algum vínculo com o movimento negro ou com alguma formação na área. Isto é uma falta de compromisso dos gestores que estão à frente das pastas das secretarias municipais e estaduais de educação", pontua.
    Outro problema destacado por ela no tocante ao cumprimento da lei refere-se à má compreensão sobre o significado da legislação. "Muitas vezes se faz uma denúncia ao Ministério Público acerca do descumprimento da lei por parte de determinada escola, mas se a escola apresenta um projeto político pedagógico no qual constam algumas ações pontuais sobre a cultura afro-brasileira, o entendimento é de que se está cumprindo a lei, mas não está".
    Discussão aprofundada
    Silvério tem opinião semelhante acerca da incompreensão em torno do que versa a legislação. "Os sistemas de ensino estão com dificuldade em compreender qual é o verdadeiro sentido dessa legislação, já que ela altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)".
    O professor avalia que a aplicação da lei implicaria na discussão do impacto do racismo na sociedade brasileira resultante de conteúdos eurocêntricos ministrados em sala de aula. "Não existe reconhecimento de todos os povos que para cá vieram com contribuições absolutamente diversas na formação do que nós chamamos do caráter brasileiro, do caráter nacional. Recebemos uma formação que é totalmente etnocêntrica na medida em que só nos referimos à contribuição europeia", ressalta.
    Silvério acredita que a resistência à implantação da lei 10.639 deve-se ao fato de que ela insere uma discussão mais ampla e profunda sobre a própria matriz curricular da educação no Brasil. "As diretrizes colocam claramente que a participação da população negra, mais especificamente dos africanos e seus descendentes na formação social brasileira, deve se constituir em um dos pilares do currículo. Isso significa que você tem que rever toda a grade curricular brasileira e os conteúdos que são ministrados", destaca.
    De acordo com o sociólogo, as consequências dessa revisão da matriz curricular vão além do acréscimo de conteúdos às disciplinas existentes. "O que é dito pela lei é que nós temos que fazer uma reformulação do currículo. É rever as bases pelas quais os nossos professores são formados e que nós somos formados, já que nós desconhecemos a contribuição dos africanos e seus descendentes na formação social brasileira", explica.
    Formação x racismo
    Para Cecília Vieira, professora da rede municipal de Goiânia, apoio técnico pedagógico da divisão de Educação Infantil da SME e com atuação no Núcleo de Estudos Africanos e Afrodescendentes da UFG (NEAAD), a formação dos educadores é o primeiro aspecto a ser considerado para a efetiva implementação da legislação. "O professor precisa se fundamentar porque os conflitos que envolvem o racismo em sala de aula são cotidianos. Por isso é preciso fazer uma formação do formador", explica.

    Ela destaca ainda que o principal papel do poder público deve ser o de investir na formação inicial e continuada dos educadores. "O que se tem hoje nos cursos de Pedagogia são matérias optativas sobre o assunto. Mas a lei é clara, essas disciplinas devem compor a grade curricular de forma obrigatória", enfatiza.

    Mas Roseane Ramos, coordenadora do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial de Goiás, destaca a dificuldade em formar professores aptos a ensinar a história e a cultura dos povos africanos. Não por falta de especialistas, mas por conta da atual grade curricular dos cursos de formação inicial. "Infelizmente as instituições de Ensino Superior não incluíram o ensino de história e cultura afro-brasileira em suas matrizes curriculares. Por isso os professores ainda não possuem essa bagagem e é preciso fazer uma formação continuada dos professores que já estão atuando", avalia.

    Roseane vai além na discussão e relaciona a dificuldade para viabilizar a formação continuada dos professores justamente à discriminação. "Nós acreditamos que essa dificuldade política tem um viés racista porque não se quer mexer no currículo. Então nós precisamos de gestores mais compromissados com o cumprimento da lei", salienta.

    Mas se o descaso governamental em colocar a lei em prática ser atribuído ao preconceito, as consequências decorrentes dessa resistência colaboram ainda mais para a perpetuação do racismo no Brasil, já que tudo o que se ensina sobre a população negra está relacionado unicamente à escravidão.

    Quem faz o alerta é Raimunda Montelo, superintendente da Promoção da Igualdade Racial. "As consequências do desconhecimento da história africana é desastrosa, tanto do ponto de vista do sofrimento da população negra quanto do próprio racismo, que se perpetua secularmente na constituição, na subjetivação e no pensamento dominante", lamenta.
    O desconhecimento gera intolerância
    Mas quais seriam os principais benefícios advindos do cumprimento efetivo da lei nº 10.639 nas escolas de Ensino Médio e Fundamental brasileiras? Para Roseane Ramos, coordenadora do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial de Goiás, esse aprendizado implicaria na ressignificação das relações que hoje estão estabelecidas dentro de um fundamento racista.

    "O processo de intolerância e de estranhamento tenderia a diminuir porque o desconhecido é estranho. Então, a partir do momento em que a história do povo negro passa a ser reconhecida e valorizada, criam-se as bases para o surgimento de uma nova sociedade", conclui.

    Cecília Vieira, professora da rede municipal de Goiânia, acredita que da mesma forma em que nascem, no ambiente escolar, os preconceitos que resultam na exclusão de uma parcela significativa da população brasileira, é também dentro da escola que estão as ferramentas para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

    No seu entendimento, o caminho para a construção dessa nova sociedade passa necessariamente pela valorização da herança africana na formação do povo brasileiro. "As crianças negras precisam ter sua autoestima desenvolvida na escola para verem que, assim como as brancas, elas também podem sonhar com um futuro melhor. E para que possam perceber que esse espaço escolar também é delas", salienta.
    Fonte: Trubuna do Planalto

    Deus e a ciência


    Deus e a ciência

    "Onde Realmente Está o Conflito - Ciência, Religião e Naturalismo", livro de Alvin Plantinga, é comentado por Hélio Schwartsman, jornalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 09-12-2012.
    Eis o artigo.
    Bela tentativa. É o que se pode dizer do livro "Onde Realmente Está o Conflito - Ciência, Religião e Naturalismo", deAlvin Plantinga, lançado no fim do ano passado nos EUA. O projeto da obra é ambicioso. Plantinga, que é, ao mesmo tempo, um filósofo analítico de renome e um protestante devoto, pretende demonstrar não apenas que as discrepâncias entre a ciência e a religião (em especial, a cristã) são superficiais como também que existe uma contradição insuperável entre a ciência e o naturalismo.

    Não creio que tenha alcançado o objetivo, mas isso não implica que o livro seja desinteressante. Ao contrário, ele levanta questões instigantes. É particularmente feliz ao mostrar que naturalismo e materialismo apresentam várias dificuldades filosóficas e, como as religiões, também trazem embutidos uma ontologia e, se quisermos fazer com quePopper revire na tumba, uma metafísica.

    Assim como Thomas Nagel, de quem falei algumas semanas atrás, Plantinga explora as implicações do problema mente-corpo. O naturalismo não tem como assegurar que pelo menos parte de nossas percepções e a própria razão (e, com elas, nossas teorias científicas) sejam confiáveis.

    O livro falha, creio, quando tenta produzir evidências em favor do teísmo. Minha impressão é a de que aqui Plantinga abre mão do rigor com que tratou o naturalismo. Um exemplo: ele coloca a fé (o "sensus divinitatis" de Calvino) como uma fonte de formação de crenças tão válida quanto a razão ou as percepções.

    O resultado é que Plantinga vai criando esconderijos para Deus, nichos filosóficos ou linguísticos onde o todo-poderoso pode abrigar-se de questionamentos contundentes. Mesmo assim, para os que se interessam pelo debate entre ciência e religião, que é um dos grandes temas da atualidade, o livro oferece uma perspectiva teísta que não se restringe a reafirmar os velhos contos da carochinha (embora eles estejam lá).

    Verba não chega a áreas que sofrem com a seca


    Verba não chega a áreas que sofrem com a seca

    A maioria das cidades brasileiras que tiveram situação de emergência em razão da seca reconhecida pela União não receberam recursos do governo federal em 2012. Fatores como excesso de burocracia, falta de verba e negligência de prefeitos contribuíram para deixar 1.390 dos 2.058 municípios (68%) sem a ajuda neste ano. Os dados, do Ministério da Integração Nacional, foram repassados à Folha pela Lei de Acesso à Informação.
    A reportagem é de Daniel Carvalho e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 09-12-2012.

    Há casos de emergência por estiagem e seca em todas as regiões do Brasil. Seca, como define a Defesa Civil, é uma estiagem prolongada. No Sul, 69% dos municípios não receberam recursos.
    Nordeste é a região com mais municípios afetados e não socorridos. Dos 1.272 em situação de emergência, apenas 459 (36%) receberam verba federal. Algumas localidades enfrentam a pior seca dos últimos 30 anos.

    A Integração Nacional diz que nem todos os municípios que tiveram a situação de emergência reconhecida solicitaram recursos.

    É o caso de Tanquinho (BA). Apesar das dificuldades, o prefeito Jorge Flamarion (PT) não pediu verba ao Planalto.

    Ele disse ter obtido dois carros-pipa do governo do Estado, também administrado pelo PT.

    Também há administrações municipais que pediram ajuda, mas nada chegou. "Não vimos a cor [do dinheiro] até o momento. Estamos sendo assistidos só por carros-pipa e por uma ação tímida de construção de cisternas", afirmou o prefeito de São Caetano (PE), Jadiel Cordeiro (PTB). O prefeito é diretor da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco) e membro do Comitê Estadual de Combate à Estiagem.

    Segundo ele, os municípios pernambucanos receberam apenas programas assistenciais como o Bolsa Estiagem, que destina R$ 400 a famílias afetadas pela seca. Para Cordeiro, falta "sensibilidade" ao governo federal. "Quem está com fome e sede não pode esperar." Segundo números da Integração Nacional, 179 dos 185 municípios pernambucanos estão em situação de emergência, e apenas dois receberam repasses de recursos.

    Em Poço Redondo (SE), a prefeitura diz que não chove há dois anos e os reservatórios secaram há oito meses.

    O pluviômetro na sede do município acumula água desde janeiro e marca menos de 50 milímetros. O secretário municipal de Agricultura, José Silva de Jesus, estima que 3.500 cabeças de gado tenham morrido em dois anos.Jesus diz ter solicitado R$ 6,3 milhões ao governo federal para ações emergenciais, construção de barragens e aquisição de máquinas, mas, até agora, apenas caminhões-pipa e programas sociais chegaram. "Mandamos toda a documentação. Tentamos desde o início do ano."

    Para os que solicitaram e não foram atendidos, o ministério cita "falta de disponibilidade orçamentária" e não cumprimento de prazos previstos em lei.

    A pasta afirma que já liberou R$ 310,8 milhões para carros-pipa e R$ 247,8 milhões para auxílio financeiro emergencial. No Nordeste, o governo diz já ter repassado R$ 118,6 milhões aos Estados.

    A verba repassada aos municípios pode ser usada em ações emergenciais e obras preventivas. 

    Estragos da estiagem se espalham pelo país

    Falta de água, prejuízo, rebanho e produções perdidos. Independentemente da região, os estragos da seca se repetem pelo país.

    Rio Grande do Sul enfrentou sete secas nos últimos 11 anos. A última começou em novembro de 2011 e só terminou em setembro deste ano.

    Elton Weber, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul, calcula que o Estado tenha perdido 50% da produção de soja e 54% da produção de milho, que até agora tem que ser comprado em outros Estados, pelo dobro do preço.

    A escassez do alimento, utilizado como ração animal, comprometeu a criação de porcos e frangos. A seca no Estado já passou, mas os impactos permanecem, diz Weber, que estima em até dez anos o tempo para recuperar as perdas da última década.

    Em Pernambuco, nem sequer há estimativa de recuperação. Pela avaliação da federação de agricultores do Estado, 100 mil cabeças de gado morreram de fome.

    Até março, o agricultor Antonio Gomes Souza, 54, mantinha 17 animais em sua propriedade em Águas Belas, agreste pernambucano. Cinco morreram e o restante foi vendido porque ele não tinha condições de criar. "Tem uns mais teimosos que ainda tentam criar, mas a beira da estrada parece um cemitério de reses mortas", diz o agricultor.

    Sem produzir, vive do que juntou com a venda dos animais. Faz bico no sindicato rural para juntar R$ 75 por semana. A mulher, professora, ganha R$ 1.000. Com o dinheiro o casal se mantém e ainda sustenta um filho e a nora. "Está insuportável. Vai começar a morrer gente de sede porque as fontes estão secando todas. De fome ninguém morre porque tem o Bolsa Família."

    Reunião prorroga Protocolo de Kyoto


    Reunião prorroga Protocolo de Kyoto

    Com todos os eventos extremos que afetaram o mundo neste ano, era de se esperar mais. O mundo já está sentindo os impactos que podem ser trazidos pelas mudanças climáticas, mas o texto final apresentado ontem em Doha(Catar) na Conferência do Clima da ONU passa a impressão de que ainda há muito tempo para lidar com o problema.
    A reportagem é de Giovana Girardi e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 09-12-2012.

    Após duas semanas de negociações - e um encerramento adiado por pelo menos 26 horas na virada de sexta para sábado - não foi possível superar a falta de ambição que todos os países pediram, mas que nenhum teve condições de entregar. Nem contornar o velho dilema de países em desenvolvimento cobrando dos desenvolvidos financiamento para combater as mudanças climáticas. Mas a COP 18 trouxe ao menos um resultado que foi comemorado - a prorrogação do Protocolo de Kyoto até 2020.

    O acordo, único legalmente vinculante que traz metas para os países ricos reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa, expiraria no fim do ano. Com a decisão de Doha, um segundo período passa a valer já em 1º de janeiro, com menos participantes e novas metas de redução. Países da União Europeia, por exemplo, se comprometem a reduzir 20% de suas emissões. No caso do bloco, pode subir para 30%. O texto também prevê que em 2014 seja feita uma revisão desses valores.

    O ponto mais sensível para a aprovação do documento foi a questão do chamado "ar quente", créditos de emissões reduzidas que países do Leste Europeu e ex-membros da União Soviética têm porque diminuíram suas emissões além da meta. A proposta era de que haveria uma concessão limitada (de 2,5%) para que esses países carregassem esse crédito para o segundo período de Kyoto.

    O tema chegou a bloquear as negociações e tinha potencial de impedir que ele fosse aprovado, o que poria todo o resto a perder. A Rússia não entrou no 2º período, mas queria continuar usando seus créditos, mesmo sem ter novas metas de emissão.

    Países em desenvolvimento, no entanto, exigiam que isso não acontecesse porque a tal redução "a mais" foi meio artificial. Como esses países eram muito ineficientes ao fim do regime comunista, ao adotarem simples ações de eficiência energética, puderam cumprir sua meta. Esse carregamento, dizem, pode comprometer a integridade ambiental do novo Kyoto.

    Para o Brasil, que considerava a continuidade do protocolo essencial, o resultado poderia ter sido melhor. Um dos pontos que não foi decidido é como os países ricos vão desembolsar a partir do ano que vem, e até 2020, os US$ 100 bilhões prometidos na COP de Copenhague. Um desejado mapa especificando isso não foi fechado em Doha.

    Mas ao menos, afirmaram os brasileiros, se evitou o colapso de Kyoto. Ele vai servir como base legal, dizem, para a negociação de um novo acordo climático até 2015, para entrar em vigor em 2020, envolvendo todos os países. "Tínhamos de manter Kyoto para avançar em um novo acordo legal vinculante", disse a ministra do Meio Ambiente,Izabella Teixeira. "É um modelo baseado em regras que garante que todo mundo envolvido está fazendo sua parte", disse o embaixador Luiz Figueiredo Machado, principal negociador do Brasil.

    Prejudicados
    Entre os países em desenvolvimento e ONGs, a sensação era de que os Estados insulares e as nações menos desenvolvidas foram as que mais perderam na negociação. Em todo o processo, eles foram bastante passionais ao praticamente implorar para que houvesse mais ambição, a fim de evitar que o planeta aqueça mais de 2°C. E queriam fortemente que fosse criado um mecanismo para lidar com suas perdas e danos.

    Alguns países já estão além da possibilidade de se adaptar. "Só nos encontramos nessa situação porque os países desenvolvidos falharam em ajudar financeiramente", disse Pa Ousman, delegado de Gâmbia.

    "Há um abismo moral entre o que foi decidido aqui e o que a ciência e a realidade mostram. Eventos extremos aconteceram neste ano em todo lugar, como o furacão Sandy, o tufão nas Filipinas, seca recorde no Brasil e nos EUA, e os países não se posicionaram para evitar isso", disse Carlos Rittl, da WWF-Brasil. "É um resultado pífio."

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