Após reportagem da Globo, Polícia Federal abre inquéritos para apurar corrupção em hospital público
19/03/2012 17h31
Após denúncia veiculada ontem em reportagem da TV Globo, no
programa Fantástico, a Polícia Federal abriu hoje (19) quatro inquéritos
para investigar a denúncia de tentativa de suborno por empresas
prestadoras de serviço para ganhar licitações de emergência do Hospital
Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ).
Responsável pelo caso, o delegado Vítor
Poubel disse que os sócios das empresas envolvidas nas denúncias devem
ser ouvidos ainda esta semana. “Estamos requisitando todos os contratos
dessas empresas firmados com órgãos de administração pública federal a
partir do ano de 2009. Vamos verificar todas essas contratações a fim de
apurar possíveis irregularidades e crimes, como a suposta prática de
fraude em licitação, corrupção, formação de cartel, formação de
quadrilha, entre outros", conforme Agência Brasil.
A
reportagem denunciou quatro empresas que estão entre os maiores
fornecedores da União no estado do Rio de Janeiro: Toesa Service
(locadora de veículos); Locanty Soluções (coleta de lixo); Bella Vista
Refeições Industriais; e Rufolo Serviços Técnicos e Construções. Três
delas são investigadas pelo Ministério Público por irregularidades.
Reportagem -
Um repórter da TV Globo se passou por gestor de compras da instituição
durante dois meses e simulou uma chamada de licitações em regime
emergencial. Para isso, ele contou com a ajuda da direção do hospital da
UFRJ, especializado em pediatria.
Durante
este período, as negociações com representantes das empresas foram
gravadas. Conforme o material, para vencer a licitação, representantes
das empresas sugeriram o pagamento de propina. No entanto, as empresas
envolvidas negaram, por meio de nota, que paguem suborno para garantir
vendas ou contratação de serviços em processos licitatórios.
A
Associação das Empresas Prestadoras de Serviços (Aeps), da mesma forma,
alegou que tem como um dos associados a Rufolo, e repudiou qualquer
prática de corrupção, disse que o caso apresentado na reportagem não é
uma regra, mas uma exceção, e garantiu que “não há essa prática de
negociação entre as empresas do setor e que o mercado é altamente
competitivo, com pequena margem de lucratividade, de cerca de 3%”.
A
Aeps, por sua vez, informou que as denúncias da reportagem serão tema
de análise da diretoria, que definirá as medidas que serão tomadas em
relação às empresas envolvidas.
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