Uma
das orientações presentes na Carta de Durban, documento resultante da
Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e
Intolerância Correlata, ocorrido em 2001 na cidade sul-africana, está
sendo posta em prática pelo Itamaraty. A instituição oferece bolsas de
estudos de R$ 25 mil por ano para candidatos afrodescendentes
interessados em seguir a carreira diplomática. A medida tem grande
importância, pois supera a lógica da cota nos concursos, estabelecendo
meios de financiar a preparação de afrodescendentes para as disputadas
vagas do Ministério das Relações Exteriores.
Uma
das principais decisões da conferência, que terá este mês em Salvador
seu desdobramento, foi o reconhecimento da necessidade de implementar
políticas de reparação em favor das populações descendentes de africanos
escravizados durante a colonização da América e da África. No Brasil,
essas iniciativas começaram a ganhar força durante o governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a criação da Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Hoje, além de leis que
definem cotas nas universidades e em concursos públicos, há um forte
trabalho de combate ao racismo e à intolerância.
Para
o ministro-chefe da Divisão de Temas Sociais do Ministério das Relações
Exteriores, Silvio Albuquerque, a oferta de bolsas supera a política de
cotas. “Esse é um modelo aser seguido. É claro que a solução seria a
melhoria da educação pública no país, mas o Estado tem a obrigação de
reparar as desigualdades causadas historicamente aos afrodescendentes”,
afirmou o diplomata. Ele destaque que essas bolsas garantem a preparação
dos candidatos, oferecendo a eles, através do Instituto Rio Branco, uma
preparação efetiva para a disputa das concorridas vagas da carreira
diplomática.
O
programa de bolsas foi criado, segundo relato de Albuquerque, em 2002.
“A partir do Encontro do Durban, em que o Brasil se comprometeu a
desenvolver políticas de reparação voltadas para afrodescendentes, o
Itamaraty iniciou esta ação, que já vem dando bons frutos, com a chegada
de mais de uma dezena de diplomatas afrodescendentes à instituição”,
relata. Para a próxima seleção do Itamaraty, haverá a novidade de uma
cota de 10% para afrodescendentes na primeira fase. “Essas ações estão
promovendo uma revolução na diplomacia brasileira, que tinha um viés um
tanto aristocrático”, afirmou Albuquerque, que é afrodescendente.
Quem
quiser concorrer a uma das bolsas oferecidas pelo Instituto Rio Branco e
pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico tem
que se inscrever até o dia 20 deste mês. Os candidatos passarão por
processo seletivo, com prova objetivo aplicada em dezembro e entrevista
em março de 2012. Para maiores informações e para realizar a inscrição,
basta acessar a página na internet www.cespe.unb.br/concursos/irbrbolsa2011. A taxa de inscrição é de R$ 85.
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