Ataques aos Terreiros de Matrizes Africanas no Entorno de Brasília
terça-feira, 15 / setembro / 2015
Além dos danos religiosos, culturais e
materiais, tais atos de vandalismo, agride o povo de terreiro como um
todo, provocando a insegurança e temor aos afro religiosos e o
sentimento de terem a garantia de suas vidas em risco, colocando em
cheque também o estado laico. A
equipe da Fundação Cultural Palmares, fez as visitas aos Ilês (Templos
de Matrizes Africanas) que sofreram os ataques em série na madrugada do
dia 12 de setembro e tomaram depoimentos de seus dirigentes, bem como
tomaram conhecimento do andamento das investigações. Em todos os
depoimentos ficou claro a dificuldade das vítimas em serem atendidas, no
Ilê de Pai Ricardo de Omolú no Bairro Sucupira de Valparaíso de Goiás,
após três meses da denuncia do ocorrido até hoje não recebeu a visita
dos investigadores ou mesmo a perícia para fazer o levantamento no
local.
No
Ilê Axé Queiroz, dirigido por Babazinho, apesar de ter sofrido dois
ataques, um primeiro com atos de vandalismo onde se quebraram igbás (
representações dos Oríxás), roubados freezeres, no segundo ataque todo o
interior do salão e do rundeme (quarto onde ficam as representações do
sagrado), foram queimados dando perda total em todo imóvel, até hoje
também não aconteceu a esperada visita dos peritos criminais da Policia
Civil do Estado de Goiás. Repetindo tal fato no Ilê de Babá Djair de
Logun Edé em Águas Lindas de Goiás, devido a tal fato a equipe se
dirigiu à Delegacia de Santo Antonio do Descoberto que fica no Bairro
Queiroz para saber das autoridades policiais o andamento da ocorrência e
o porque da dificuldade nos atendimentos e andamentos nos processos, o
que fora alegado falta de contigente profissional.
Sendo assim a Fundação Cultural Palmares
está tomando as devidas providências para que o processo seja realizado
na forma da lei e que a garantia de vida, segurança e também liberdade
de culto seja assegurada às pessoas vitimadas por mais este ato de
violência que indica ser motivado por Intolerância Religiosa.
Na íntegra, vídeo com o depoimento de Babazinho e Iyá Nani de Òyá sobre o ataque sofrido: Babazinho e Iyá Nani de Òyá
http://www.palmares.gov.br/?p=38708
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