Texto foi escrito em 1995 pelo escritor mineiro Alexandre Azevedo
O
vereador de Salvador Léo Prates (DEM) comunicou no plenário na Câmara
de Vereadores, no final da sessão desta quarta-feira (20), que a
prefeitura de Salvador determinou a retirada do texto “As Bonecas da
Fernanda” do material didático que será distribuído aos alunos da Rede
Municipal de Ensino. Segundo o democrata, que faz parte da base do
governo, o chefe da Agência de Comunicação (Agecom), Roberto Messias, informou ainda que todos os textos adotados nos materiais elaborados pelo Instituto Alfa e Beto, contratado por R$ 12 milhões por dispensa de licitação, serão submetidos à avaliação da associação dos professores (APLB-Sindicato).
Nesta quarta-feira (20), o presidente da Comissão de Educação do
Legislativo soteropolitano, vereador Sílvio Humberto (PSB), acusou o
conteúdo, escrito pelo cronista mineiro Alexandre Azevedo em 1995, de possuir citações racistas.
Em entrevista ao Bahia Notícias, logo após ser informado da decisão da
prefeitura de Salvador, o socialista voltou a lamentar o episódio. “O
estrago já foi feito. São mais de 10 anos de esforços dos movimentos
para evitar que conteúdos como esse cheguem às carteiras dos alunos. Às
vezes você melhora a infraestrutura, implanta escola integral, mas com
um conteúdo desse não haverá avanço nenhum na educação”, condenou. Para o
edil, faltou “eficiência” na condução do processo. “Em uma cidade como a
nossa, com os principais indicadores lá em baixo, não pode haver essa
falta de cuidado com a coisa pública, não só porque tudo isso envolve
dinheiro público e, por isso, essa questão da eficiência na gestão, mas
com as crianças também, porque interfere nos seus rendimentos e
desenvolvimentos educacionais”, criticou. A Alfa e Beto, contratada pela
Secretaria Municipal da Educação (Secult), fornecerá material didático
para cerca de 90 mil alunos do 1° ao 5° ano da alfabetização.
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