ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS/DAS TEÓLOGOS/AS DA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA E AFRO-BRASIELIRA
Com
o objetivo de congregar estudiosos da teologia da religião afro dos
Cultos aos Inquices, Orixás e Voduns, bem como da tradição Ameríndia, da
Jurema Sagrada e Umbanda, foi criada a ANTERMAB (Associação Nacional
dos/s Teólogos/as da Religião de Matriz Africana e Afro-Brasileira) .
De
caráter eminentemente epistemológico, a Associação é composta por
adeptos e simpatizantes pesquisadores/ as do assunto, necessariamente
detentores/as de formação acadêmica de graduação como de pós-graduação
nas áreas dos conhecimentos da teologia propriamente, da filosofia, das
ciências das religiões, da antropologia, da sociologia, história, da
educação na sua relação com a religião, etc.. Sob essa premissa a
ANTERMAB visa o estabelecimento do estatuto teórico da teologia da
Religião Tradicional Africana, da Religião de Matriz Africana e
Afro-Indígena em consonância com o Parecer 118/2009 do Conselho Nacional
de Educação/Câmara de Educação Superior (CNE/CES) do Ministério da
Educação (MEC).
Nessa
direção a ANTERMAB também tem como finalidade a configuração de uma
afroapologética positivamente qualificada para que desta forma seja
explicitada na cena pública mediante uma argumentatividade imbatível e
inesgotável.
A
idéia da fundação de uma associação dessa natureza vinha se arrastando
há algum tempo. Na verdade é uma demanda surgida nos anos 1980-90 do
século passado quando da intensificação dos projetos Tradição dos Orixás
e Terreiro & Cidadania em que toda uma mobilização e articulação
dos religiosos afros tiveram concretude inicialmente do Estado do Rio de
Janeiro. Com a bolsa da Ashoka concedida a Jayro Pereira, a luta contra
a intolerância religiosa contemporânea se intensificou nacionalmente,
notabilizando- se a ponto de hodiernamente se constituir em objeto de
políticas públicas do governo federal através da SEPPIR (Secretaria
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial). Oxalá se
constitua em política de Estado.
Importa
dizer que naquela época do recrudescimento da intolerância religiosa o
então vereador Edson Santos da cidade do Rio de Janeiro e atual ministro
da SEPPIR que agora deixa o cargo, foi um dos importantes apoiadores do
trabalho junto às comunidades de terreiros. Nesse rol se inscrevem o
Babalawo Ivanir dos Santos (CEAP), Vanda Ferreira, a teóloga afro Mãe
Beata de Yemoja, Mãe Meninazinha de Oxum, Baba Egbé do Ile Omi
Oju Aro Adailton Moreira Costa, Mãe Palmira de Oya, Ministro Religioso e
teólogo da Religião afro José Flávio Pessoa de Barros, Helena Theodoro,
dentre tantos outros ara-aiye como ara-orun a exemplo de Gésia de Oliveira, Tim Lopes, Mãe Flor, Joaquim Mota, Ekede Tânia, Nilson Feitosa, Pai Reinaldo de Xangô, etc. "Elizabethe lima, Yalorixa luciene de Oyatogun, Fernandes jose Olufan" representação RN menbros convidados pela ATRAI para assinar estatuto de fundação Ata constitutiva na fundação em Olinda - Pernanbuco" Momento historico para povos religiosos de matriz africana.entre outros religiosos de diversos estado convidados para a legalização da ATRAI...
A
proposta da criação da associação é recobrada no ano de 2007 por
ocasião dos seminários das Comunidades das Religiões de Matriz Africana
realizados nas cinco regiões geográficas do Brasil (Centro-Oeste em
Cuiabá (MT); Nordeste em Natal (RN); Norte em Belém (PA); Sul/Sudeste na
cidade do Rio de Janeiro (RJ). O projeto dos seminários foi apoio
financeiramente pela SEPPIR na gestão da então ministra Matilde Ribeiro.
Aos
não tão bem informados, alertamos que teologia não é uma teleologia
católica e/ou judaica cristã e “que o termo teologia é anterior ao
cristianismo” (GROSS, 2008, p. 325). É também sabido que “os sistemas
teológicos e filosóficos gregos tem origem no Egito, onde vários dos
seus fundadores, como Sócrates, Platão, Tales de Mileto, Anaxágoras e
Aristóteles, estudaram com os pensadores africanos” (NASCIMENTO, 2008,
p. 65). Georges G.M. James (1954-1976) citado por Nascimento (p.65) diz
que “grande parte desse conhecimento era levado à Grécia por meio de
processo desonesto ou até violentos. Escritores gregos, em vários casos,
apresentavam- se como autores de conceitos ou teorias que haviam
aprendido com mestres africanos”.
De
acordo ainda com Nascimento (p.65) “o saque da biblioteca de Alexandria
foi um episódio central nesse processo, implicando a destruição e o
deslocamento de muitos textos antigos”. Merece destaque a obra Atenas
negra, de Martin Bernal (1987), que demoliu a idéia de que a Grécia
antecedeu a África, particularmente o Egito, em termos de civilização.
(ASANTE, 2009, p. 100).
A
ANTERMAB por ser fruto de um antigo anseio dos adeptos afros e em face
dos caminhos alargados pelos seminários regionais das Comunidades das
Religiões de Matriz Africana, indubitavelmente nasce com o respaldo
nacional e nessa perspectiva começa a ser organizada em todas as
capitais dos Estados brasileiros, a saber: Distrito Federal, Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará,
Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Piauí, Acre, Amapá,
Amazonas, Pará, Tocantins, Rondônia, Roraima, Minas Gerais, Espírito
Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do
Sul, etc.
Se
você reflete sobre sua fé ou crença nos Inquices, Orixás, Voduns, nos
Encantados, nos Ancestrais africanos, Indígenas ou Ameríndios e produz
conhecimento, a ANTERMAB lhe reconhecerá como teólogo ou teóloga da
Religião Tradicional Africana, Religião de Matriz Africana,
Afro-Brasileira e/ou Afro-Indígena, não importando da qual área do
conhecimento elabora.
Escreva-nos
via e-mail (abaixo) requerendo seu ingresso na ANTERMAB, enviando seu
currículo lattes e em anexo todas as suas elaborações teóricas e/ou
comprovantes de participações em eventos como palestrante, debatedor,
etc., sobre a teologia e/ou a filosofia da Religião de Matriz Africana
e/ou Afro-Indígena. Como retorno da sua solicitação será enviado cópia
do Estatuto da INTERMAB do qual deverá ser feito uma pequena dissertação
sobre o mesmo.
A
apreciação teórica do Estatuto será feita por membros do Conselho
Científico e só posteriormente a avaliação o ingresso será deferido ou
indeferido. No caso de indeferimento, o requerente da filiação poderá
voltar a solicitar o ingresso na INTERMAB por mais duas vezes
consecutivas.
Os
órgãos que integram a estrutura organizacional da INTERMAB são:
Assembléia Geral, Diretoria Geral, Conselho Fiscal, Comissão Editorial,
Comissão de Redação, Comissão de Ética, Conselho Científico, Conselho de
Ministros de Cultos Afro e Coordenações Regionais e Estaduais.
Referências
GROSS, Eduardo. Considerações sobre a teologia entre os estudos da religião. In: TEXEIRA, Faustino (Org.). A(s) ciência(s) da religião no Brasil: afirmação de uma área acadêmica. 2.ed. São Paulo: Paulinas, 2008, p. 323-346.
NASCIMENTO, Elisa Larkin. Introdução às antigas civilizações africanas. In: ______ (Org.). Matriz africana no mundo. São Paulo: Selo Negro, 2008. p. 55-71.
ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (Org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009.p. 93-110.
Segue comunicado da organização mais
nova do Movimento Negro e sobretudo das Religiões Afro. É a INTERMAB -
Associação Nacional dos/as Teológos/as da Religião de Matriz Africana e
Afro-Brasielira.
Divulguem
coordenação nacional colegiada sob a responsabilidade do
Prof. Mestre em Teologia da Religião Afro Jayro Pereira
Omo Orisa Ogiyán Kalafor
Divulguem
coordenação nacional colegiada sob a responsabilidade do
Prof. Mestre em Teologia da Religião Afro Jayro Pereira
Omo Orisa Ogiyán Kalafor
Nenhum comentário:
Postar um comentário